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O ENTARDECER

O ENTARDECER

QUANDO A FILA NÃO ANDA

 

O português não gosta de impor os seus direitos, principalmente quando o assunto é de fila de espera, seja no banco, no supermercado, na rodoviária ou no aeroporto, Ou, até na obtenção de um emprego, sempre tão desejado e necessário. E, até mesmo quando ele percebe que alguém “furou” a ordem na fila, legalmente estabelecida, prefere fingir que não viu. No máximo, toca no ombro do intruso e diz-lhe de um jeito algo tranquilo: “Ó, amigo, a fila termina lá trás!”. Embora, quase todo mundo pense que a fila é um local desagradável, vários estudos mostram que o maior fator de incómodo é não se saber quanto tempo o indivíduo terá de esperar.

Para resolver tais problemas, um certo psicólogo sugeriu mesmo a colocação de um visor, placas ou uma simples justificação da demora. Em tais, horripilantes filas de espera, que por aí proliferam.

O nosso cidadão, quando atribui a culpa a alguém que não reage, isso deixa-o desesperado. Mas a maioria das vezes nem se apercebe do facto de não haver anúncios nos jornais para uma vaga numa Função Pública repleta de gente sem muito para fazer! E, apesar disso, terem vencimentos acima dos outros trabalhadores, não estarem sujeitos a despedimentos fáceis, terem serviços médicos de alta qualidade, férias à grande e à francesa, sem abaixamentos de salário para equilibrar as finanças da sua empregadora, em maus lençóis! Etc.

Não reage nem questiona os populares “jobs for de boys” na malta dos partidos do poder! Tudo se passa como se por milagre as pessoas protegidas apareçam empregadas! Enquanto as outras, sem padrinhos, em de filas intermináveis, não vão arrumando a sua vidinha de forma nada fácil

Para muitos há filas sem fim e para outros, os filhos aparecem locutores de televisão, diretores e agentes de uma Alta Autoridade de qualquer coisa, sem se saber como nem porquê! Mistérios que passam despercebidos! ETC, ETC.

INOVAR EM CONTINUIDADE

As estatísticas são como os biquínis: Sempre a crescer e

         dão uma ideia, mas escondem o essencial!

 

Manter a floresta em Pé, é uma despesa que, sem fogos, é uma verdadeira riqueza,

Diz-se ser mentira que haja invasão em reservas ambientais, Os fogos são a pior das invasões!

Nestas situações, os mesmos governos, que no passado, enalteciam a agropecuária, mais adiante desprezarão esta, em defesa do meio ambiente, criticando a ocupação das terras públicas e das áreas de conservação da natureza.

São dois momentos diferentes. É também algo antagónico, já que um primeiro-ministro sem experiência nesta matéria pode conseguir fazer coisas que outros com essa capacidade não fizeram, por falta de condições ou de coragem.

Mesmo assim, um ministério da agricultura, tem de ser activo e responsável pela sua evolução, que é também a evolução do país e da sociedade civil. Tem de estar apoiado em gente experiente e tecnicamente muito conhecedora. O ministro da agricultura, deve apoiar-se sempre no respectivo ministério e responsabilizá-lo por tudo. Nunca deve interferir numa acção consertada, vinda de trás. A continuidade é um factor a respeitar e muito! A politização dos grandes problemas nacionais, jamais! Na área agrícola nem pouco mais ou menos. A criação da riqueza florestal, leva muitos anos a fazer e exige um somatório de dinheiro ao privado e ao país, incontável.

Medidas avulsas, jamais. Na continuidade não se mexe, deixar arder muito menos. E quando tudo isto fica sem responsáveis, chega-se ao caos, mesmo com muitos votos do povo em eleições!

Com isso, as reformas são assuntos que trazem uma nova confiança ao país, principalmente do sector que investe, gerando emprego e criando riqueza. Nunca aos sindicatos!

Com essa confiança do sector empresarial se pode ganhar um perfil governante reformista, reformar não é desfazer, menos ainda deixar arder.

Em paralelo a isso, respeitar a linha da continuidade é respeitar o povo e a sociedade em geral. Mas não há como negar que algumas reformas podem melhorar a situação económica do nosso país. Em especial no campo agrícola! Porque não entregar as terras do Estado, anos a fio improdutivas, à juventude para esta nelas ir construindo floresta, legumes, cidades, pontes, hospitais, com o próprio suor do seu trabalho. Assim, essas propriedades seriam vendidas ou mesmo entregues a quem as fez nascer. Estamos falando de inclusão social. E falando também de terras produtivas e não de mato a perder de vista. Ter ministério e deixar aumentar um matagal no país, autêntica locomotiva dos incêndio é impensável, contudo …. ninguém parece ser responsável. Mesmo com medidas avulsas desestabilizadores e provocantes!

 

 

 

ESTÁ NA HORA

 

DE REABILITAR A POLÍTICA

A política é uma obra colectiva, permanentemente; uma grande aventura humana. Tem dimensões continuamente novas e alargadas. Diz simultaneamente respeito à vida quotidiana e ao destino da humanidade a todos os níveis. A imagem que dela, segundo a nossa sociedade, precisa de ser revalorizada. A política é uma actividade nobre e difícil. Os homens e as mulheres que nela se comprometem, assim como quantos querem contribuir para as causas comuns, merecem o nosso encorajamento.

Imaginemo-nos nos primeiros momentos de uma campanha eleitoral que nos vai levar a eleições. É quase certo que estes dias não vão trazer muito de novo em relação ao que há semanas é dito pelos candidatos: esquecerão de certo de informar que coligações querem ou não fazer e de garantirem que se forem candidatos e perderem, lutarão para ajudar aquele ou aqueles que forem vencedores, a tomarem as melhores medidas no sentido de servir o POVO, nunca os interesses ou partes da política. Quem perde, deve fazer oposição construtiva, nunca deve enveredar por manobras dilatórias e demagogias, para conquistar o PODER. Manipular as “massas” nem pensar, quem o fizer de político nada tem!

É com este intuito que hoje apresentamos algumas considerações, extraídas de uma declaração da Comissão Social do Episcopado francesa. É um texto em que os bispos confessam a intenção de lsançar sobre a política “ um olhar renovado” e “suscitar novos comportamentos neste domínio”.

Na análise que fazem da actualidade política, os prelados franceses descobrem sombras indesmentíveis: vai-se generalizando na opinião pública a ideia de que os governos se sucedem, sem que os grandes problemas sejam resolvidos. Pior, muito pior. É assim se adiam reformas estruturantes, que todos reconhecem urgentes. Pior, muito pior: alguns governantes, começam por destruir tudo aquilo que os anteriores tinham feito, desconhecendo, ou fingindo desconhecer que nestas eleições, agora acabadas, eles ganharam com uma plena maioria! E assim, se adiam as reformas estruturantes que todos reconhecem urgentes. Em contrapartida, superabundam leis e regras, impostos e mais impostos, e vejam só, austeridade em nome de quê? Da função Pública, da eutanásia, das igualdades entre homens e mulheres com se não fossem eles a formar famílias dando continuidade ao povo de Deus! Entretanto, quem obteve a maioria nas últimas eleições, é silenciado nos parlamentos, por supostos líderes partidários sem nível nem educação. Em vez de defenderem o povo, só querem silenciar quem quer apresentar alternativas!

Ainda segundo o episcopado francês (esta fotografia serva a muitos outros países) o público depara-se também com a diluição dos centros de decisão, muitas vezes confrontados com a necessidade de responderem a questões imediatas sob pressão dos lobies ou da rua (leia-se sindicatos, manifestações). Neste quadro, os cidadãos sentem frequentemente que se alarga o fosso entre a sua procura e a oferta das instituições – com o consequente descrédito e desinteresse das pessoas. Daqui resulta uma forte quebra na militância, assim como uma participação eleitoral irregular e um absentismo crescente, sobretudo, entre a juventude. Também nos partidos crescem os demagógicos e desqualificados, à medida que os melhores militantes se afastam! 

  

AS DECISÕES GOVERNAMENTAIS

 

O novo maniqueísmo da política portuguesa 

Todos os dias o Governo decide. Quero dizer, “descide” e reincide. Com uma pressa inusitada. Umas vezes a reboque do BE, nas questões fracturantes, não vá o diabo tecê-las. Outras vezes, numa mistura de algum revanchismo e precipitação, como é o caso das medidas sobre avaliações no sistema público de educação (sobre estas conto escrever um post). Outras ainda, acelerando o ritmo da reversão de algumas medidas de austeridade fiscal e de rendimentos, mesmo que ainda sem Orçamento para 2016. Além disso, apressa-se a eliminar o quociente familiar no IRS. E os feriados aí estão, frescos e repristinados, com a ironia de esta união das esquerdas incluir os religiosos. Também sem sabermos quanto é que nos calha pagar, o Executivo tenta manter a TAP maioritariamente nas mãos do Estado e reverte as subconcessões na área de transportes. Rápido foi também na resolução do BANIF sobre a qual, porém, se deve aguardar o resultado da Comissão Parlamentar de Inquérito para dilucidar muitas dúvidas e algum nevoeiro explicativo.

Não discuto a bondade de algumas destas tomadas de posição, em particular a progressiva eliminação da sobretaxa no IRS e a reposição dos salários na função pública, bem como a redução em 50% da CES sobre os pensionistas (a única que coincida nos programas do PS e do PàF). Ou o aumento do salário mínimo nacional.

Fui crítico de muitas medidas injustas tomadas pelo Governo de Passos Coelho. No entanto, o que me parece é que, agora, tudo está a ser feito com óbvia correria e ligeireza, com aquele sabor populista e algo ingrato para o anterior Governo, que, concorde-se ou não, permite agora a Costa a habilidosa reversão de decisões que foram tomadas no âmbito de um programa de ajustamento (por sua vez, imposto por uma anterior governação socialista). Entretanto, Sampaio da Nóvoa agradece e Marcelo Rebelo de Sousa tacticamente acompanha. A Europa está cautelosamente apreensiva e os investidores desconfiam sobre o modo como o Estado age entre Governos, ziguezagueando entre decisões e “desdecisões”.

O resto, o difícil e estrutural, aguarda. Talvez siga dentro de momentos, depois de esgotado o foguetório e a publicidade das boas medidas.

Nesta propaganda, incute-se a ideia que, de um lado, estão os bons, do outro lado, os maus, ou seja a nova versão maniqueísta da política portuguesa. E se alguma medida menos simpática for tomada, a culpa não será deste Governo dos bons, mas antes dos maus. Um acordo para governar tão impressivamente gizado na generosidade dos bons, mas com a necessidade de obter a condescendência dos maus para o que não interessa aos bons (como no Orçamento rectificativo).

Por - António Bagão Félix

Os bons e os maus:

 

O novo maniqueísmo da política portuguesa

Todos os dias o Governo decide. Quero dizer, “descide” e reincide. Com uma pressa inusitada. Umas vezes a reboque do BE, nas questões fracturantes, não vá o diabo tecê-las. Outras vezes, numa mistura de algum revanchismo e precipitação, como é o caso das medidas sobre avaliações no sistema público de educação (sobre estas conto escrever um post). Outras ainda, acelerando o ritmo da reversão de algumas medidas de austeridade fiscal e de rendimentos, mesmo que ainda sem Orçamento para 2016. Além disso, apressa-se a eliminar o quociente familiar no IRS. E os feriados aí estão, frescos e repristinados, com a ironia de esta união das esquerdas incluir os religiosos. Também sem sabermos quanto é que nos calha pagar, o Executivo tenta manter a TAP maioritariamente nas mãos do Estado e reverte as subconcessões na área de transportes. Rápido foi também na resolução do BANIF sobre a qual, porém, se deve aguardar o resultado da Comissão Parlamentar de Inquérito para dilucidar muitas dúvidas e algum nevoeiro explicativo.

Não discuto a bondade de algumas destas tomadas de posição, em particular a progressiva eliminação da sobretaxa no IRS e a reposição dos salários na função pública, bem como a redução em 50% da CES sobre os pensionistas (a única que coincida nos programas do PS e do PàF). Ou o aumento do salário mínimo nacional.

Fui crítico de muitas medidas injustas tomadas pelo Governo de Passos Coelho. No entanto, o que me parece é que, agora, tudo está a ser feito com óbvia correria e ligeireza, com aquele sabor populista e algo ingrato para o anterior Governo, que, concorde-se ou não, permite agora a Costa a habilidosa reversão de decisões que foram tomadas no âmbito de um programa de ajustamento (por sua vez, imposto por uma anterior governação socialista). Entretanto, Sampaio da Nóvoa agradece e Marcelo Rebelo de Sousa tacticamente acompanha. A Europa está cautelosamente apreensiva e os investidores desconfiam sobre o modo como o Estado age entre Governos, ziguezagueando entre decisões e “desdecisões”.

O resto, o difícil e estrutural, aguarda. Talvez siga dentro de momentos, depois de esgotado o foguetório e a publicidade das boas medidas.

Nesta propaganda, incute-se a ideia que, de um lado, estão os bons, do outro lado, os maus, ou seja a nova versão maniqueísta da política portuguesa. E se alguma medida menos simpática for tomada, a culpa não será deste Governo dos bons, mas antes dos maus. Um acordo para governar tão impressivamente gizado na generosidade dos bons, mas com a necessidade de obter a condescendência dos maus para o que não interessa aos bons (como no Orçamento rectificativo).

Por - António Bagão Félix

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