“Espanha, com um crescimento real homólogo de 3% nos quatro trimestres, pode ajudar a explicar a aceleração de Portugal. Dados novos do Eurostat.
A economia portuguesa cresceu 1,9% em termos reais nos quatro trimestres de 2016, face a igual período de 2015, ao passo que a economia da União Europeia avançou 1,8% e a da zona euro 1,7%. Portugal volta assim a crescer acima das médias europeias, algo que não acontecia há três anos, desde o final de 2013, indicam as séries actualizadas do Eurostat, divulgadas nesta terça-feira. Segundo a autoridade estatística europeia, na Europa dos 28 o país que mais cresceu na recta final do ano foi a Roménia (4,8%), logo seguida da Bulgária, onde a economia se expandia 3,4%. “
Vejamos mais:
Bruxelas diz que o défice orçamental deverá ter ficado em 2,3% em 2016, duas décimas abaixo do limite fixado pela Comissão: 2,5%. A estimativa de Bruxelas motivou um incontido triunfalismo por parte do Governo e dos partidos que o apoiam.
Dívida Externa de Portugal; Portugal altamente devedor, não é exemplo para ninguém, muito menos para pôr a economia a crescer!
Afinal de que crescimento se está a falar?
Banco de Portugal: De acordo com o Banco de Portugal a dívida pública ascendeu a 224.420 milhões de euros no final de Setembro.
A dívida pública na ótica de Maastricht, a que conta para Bruxelas, aumentou no terceiro trimestre deste ano para os 133,1% do Produto Interno Bruto (PIB), divulgou hoje o Banco de Portugal (BdP). A nossa dívida dá para que cada português pague por ela 24 MIL EUROS!
Então com uma dívida destas, como pode este país permitir a venda de 247 mil CARROS NOVOS, IMPORTADOS. Sem dúvida que eles darão bons lucros em escandalosos impostos que os portugueses têm de pagar por eles!
Há dados que não aparecem nos jornais! Como por exemplo o montante que estes carros importados fizeram sair de Portugal. Com muita simplicidade e realidade, pode ter ficado por cá, quando muito, a margem de lucro dos importadores, vendedores.
E os montantes que eles (carros) passarão a meter em combustível? Acessórios, mais impostos e revisões oficiais, etc. Os gastos em estradas e policiamento etc.
Será que os supostos ganhos dariam para pagar aos funcionários públicos? Se dessem, isso sim, não teríamos o défice que temos. No dizer corrente “prejuízo”. Mesmo sem pagarmos a dívida externa.
Bom, de todos estes valores e muitos outros, qual será o verdadeiro valor que os carros novos, trazem ao “crescimento económico”?
E se estivéssemos a reduzir a escandalosa dívida externa que temos? Os dados do défice, obtidos com perdões fiscais, seriam os mesmos?
Andamos a brincar “aos números” e a dificultar a chamada “criação de riqueza”, aquilo a que o povo chama “com que se compram os melões”.
Temos ridicularizado os valores estabelecidos desde há muito tempo pelos nossos ancestrais e a isto temo-lo chamado de “obsoleto e passado”.
Uma sociedade estruturada em valores humanos, poderá levar muitas centenas de anos até ser conseguida. É uma forma contínua de respeito pelos valores recebidos e muito esforço pelo seu aperfeiçoamento. Tudo em resultado de uma entrega abnegada e desinteressada de milhões de almas nascidas e desaparecidas de consciência tranquila!
Hoje, em Portugal e contrariamente ao que gostamos de presumir, a vida hipnotiza-nos com muita facilidade e logo nos esquecemos do que devemos fazer, mesmo se for Deus a pedir-nos «um copo de água». Basta o olhar de uma linda mulher, ou um elogio envenenado. Basta a embriaguez do poder adquirido sem merecimento. É na área do comportamento que se trava a batalha mais importante do desenvolvimento. Comportamento individual e coletivo. Sem as virtudes do civismo, o homem não é capaz de viver de bem consigo próprio e de conviver respeitosamente com os outros, tão pouco de se integrar na comunidade civil, de trabalho ou familiar. Muito menos os nossos políticos
Tudo se transforma num lodaçal! O cheiro é irrespirável!
Bruxelas tem revisto sucessivamente em baixa a capacidade de crescimento portuguesa. É a mais baixa desde 1970! Se nos situarmos nos primeiros anos da década de 70 o valor do crescimento andava nos 6%! Para os anos 2006 e 2007, as previsões da UE não vão além de 1,2%. Entre os países da UE, Portugal tem mesmo a mais baixa capacidade de crescer. Apenas a Alemanha, a sair de uma espécie de estagnação, apresenta um nível próximo de 1,4%. Relativamente a Portugal, o seu potencial tem vindo a abrandar repentinamente, enquanto a maioria da economia europeia apresenta uma tendência crescente. Será do socialismo? Se não for, anda muito próximo.
Esta realidade portuguesa, não estará desligada dos conceitos socialistas a favor do consumismo, do Estado e das obras públicas. O crescimento da década de 70 foi produto do “rapar do tacho”, ou seja, o resultado das finanças herdadas do anterior regime. Depois disso os valores apesar de baixos, são irreais! São-no, porque foram alcançados sugando uma dívida que se tornou num monstro que, hoje, não conseguimos dominar. Apesar desta realidade, vários lóbis com uma descarada atitude e, mais ou menos, sempre à sombra de um Estado gigantesco e gastador, querem continuar na mesma linha de atitude no domínio da economia. O problema não é deste Governo ou deste primeiro-ministro, tão pouco seria de outro Governo ou de outro primeiro-ministro. O problema será, assim parece, dos fabulosos grupos de interesses em ação e dos lóbis que os mesmos semeiam num Estado sem patrão, ou seja, sem rei nem roque!
A produção de bens transacionáveis, parece ser o caminho. O povo tem grandes virtualidades não aproveitadas e o país também. O mar poderia ser a maior delas! Os portugueses têm de gritar bem alto: “deixem-nos trabalhar” e reduzam este Estado que temos, senão, qualquer dia ninguém nos salvará!
Oficialmente a 1ª bancarrota ocorreu em 1560 durante a regência da viúva de D. João III e a última, no final da monarquia, acabou com uma reestruturação da dívida soberana cuja negociação durou 10 anos. Na realidade, podem-se contabilizar 8: 1560, 1605, 1834, 1837, 1840, 1846, 1852 e 1892, ou seja, a maioria já no século XIX.
No entanto, o campeão das bancarrotas foi Espanha, com 12 episódios, concentrados na dinastia filipina e durante o século XIX.
1892-1902: A longa reestruturação da dívida soberana no final da Monarquia
A famosa revista inglesa The Economist andava a avisar desde 1880: "Os mercados monetários da Europa estão a ficar cansados, e não sem razão, da constante solicitação por Portugal de novos empréstimos", escrevia em 27/11/1880. E em 1885: "No próprio interesse de Portugal era preferível que as suas facilidades de endividamento fossem, agora, restringidas".
Rebentou então uma crise financeira mundial, com o epicentro na City londrina, iniciada em 1890 com a falência do banco BaringBrothers que contagiaria Portugal por vários canais, incluindo via Brasil. O próprio Baring era o principal parceiro do governo português na City e, na aflição, reembolsou-se em 1 milhão de libras em Lisboa, o que levou a uma redução significativa das reservas em ouro do Banco de Portugal. Em 1888, no Fenn's Compendium, Portugal já tinha sido considerado como um país de alto risco.Com a contracção dos mercados de capitais internacionais, durante a crise financeira mundial de 1890-1893, o ecossistema financista português desabou.Juntou-se o esboroamento do padrão-ouro que havia sido adoptado em 1854. Finalmente, viveu-se uma crise política aguda que misturaria o efeito dos problemas geopolíticos em África - com o ultimatum sobre o mapa cor-de-rosa por parte da Grã-Bretanha - com a ascensão do movimento republicano (revolta no Porto em 31 de Janeiro de 1891) e das lutas dentro dos partidos monárquicos.
A balança de pagamentos acaba por ter um défice gigante em 1891, depois de um período em que acumulara excedentes. A dívida total (externa e interna) que andava pelos 24 milhões de libras em 1858 disparou para 127 mil milhões de libras. Apesar da pobreza do país, era a 2ª maior da Europa per capita, depois da França.
A revista inglesa, de novo, escrevia: "Tem sido evidente de há bastante tempo que o país estava a viver acima dos seus meios. Mais tarde ou mais cedo era inevitável que acabasse em bancarrota - e foi à bancarrota que Portugal agora chegou" (6/2/1892). E acrescentava: "É inevitável uma redução significativa do encargo com a dívida, que absorve quase metade da receita total. Os detentores da dívida portuguesa têm de consentir num abatimento dos seus direitos, por força das circunstâncias". Os ingleses aconselhavam mesmo: "Se Portugal abordar os seus credores leal e francamente nestas linhas ser-lhe-á relativamente fácil efectuar um acordo razoável com eles".
A solução acabaria por ser imposta por decreto. Os credores externos não aceitaram o curso forçado do papel-moeda emitido pelo Banco de Portugal. O default parcial acabaria por acontecer em Junho de 1892. O governo teve de suspender parcialmente os encargos altos da dívida. Em Paris, os credores ficaram surpresos com a redução das taxas de juro em 66%. O objectivo último acabaria por ser a reestruturação e reescalonamento dos pagamentos.
Julgava-se que no final do convénio de 1902 com os credores se obteriam novos empréstimos - mas isso não aconteceu. A dívida seria convertida num novo empréstimo amortizável a 99 anos, até 2001.
O efeito de afastamento dos mercados financeiros internacionais não seria muito prejudicial para a economia real, que dependia sobretudo do comércio com o Brasil, as colónias em África e o Reino Unido. Os principais credores financeiros da dívida estavam em Paris e em Berlim. A economia portuguesa acabaria por recuperar relativamente bem.