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O ENTARDECER

O ENTARDECER

CARROS ESTACIONADOS AO SOL

 

POR ESSAS E OUTRAS É QUE, ÀS VEZES, PESSOAS SÃO ACOMETIDAS DE ENFERMIDADES GRAVES E NÃO SABEM A CAUSA.

 E nem se dá conta.....Olha o risco!

 Presta atenção!!! Isto é importante! 

Um carro estacionado na sombra durante um dia com as janelas fechadas pode conter de 400-800 mg de Benzeno. Se está ao sol, a uma temperatura superior a 16º C., o nível de Benzeno subirá a 2000-4000 mg, 40 vezes mais o nível aceitável...
                     
 
A pessoa que entra no carro, mantendo as janelas fechadas, inevitavelmente aspirará excessivas quantidades desta toxina.·
O Benzeno é uma toxina que afecta rins e fígado. E o que é pior, é extremamente difícil para o organismo expulsar esta substância tóxica.

Ar condicionado ou ar simples dos  Automóveis           
                  
O manual do condutor indica que antes de ligar o ar condicionado, deve-se primeiramenteabrir as janelas e deixá-las assim por um tempo de dois minutos,porém não especifica "o porquê", só deixa entender que é para seu "melhor funcionamento". 
                      
Aqui vem a razão médica:

De acordo com um estudo realizado, o ar refrescante antes de sair frio, manda todo o ar do plástico quente o qual liberta Benzeno, que causa cancro (leva-se algum tempo a dar conta do odor do plástico quente no carro). Por isto é importante manteros vidros abertos uns minutos.

Por favor não ligar o ar condicionado ou simplesmente o ar, imediatamente ao se entrar no carro.
Primeiramente deve-se abrir as janelas e depois de um momento, ligar o ar e manter as janelas abertas até uns minutos.


Além de causar cancro, o Benzeno envenena os ossos, causa anemia e reduz os glóbulos brancos do sangue.

Umaexposição prolongadapode causar Leucemia, e incrementar o risco de outros tipos de cancro.
Também pode causar um
 aborto. O nível apropriado de Benzeno em lugares fechados é de 50 mg/929 cm2. 

Assim, por favor, antes de entrares no carro, abre as janelas e a porta para que o ar interior saia e disperse esta toxina mortal.

Reencaminha, é muito importante.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ONDE CHEGÁMOS E COMO CHEGÁMOS?

 

É difícil entender o que se passa com este país! No balanço dos mais de quatro anos deste governo socialista de maioria absoluta e de três de maioria relativa,  sente-se a convicção na população de que está a viver pior. Muito pior. E ainda vai piorar mais! Já não se fala dos últimos 15 anos, com 12 de sábia governação rosa. Estamos num país do “faz de conta”! Tudo se apaga, tudo se manipula! Vamos acreditar em quê? Os portugueses são os cidadãos mais pessimistas da EU (Euro barómetro - 2007) quanto ao seu futuro!

 Com o país à beira de uma explosão social e depois de um bloqueio de camionistas, que levou o PM a desabafar que sentiu o país muito vulnerável. De facto, os indicadores não mentem. O país está completamente endividado. A divida ao estrangeiro deve atingir este ano os 100 % do PIB. Este, em lugar de crescer a uma taxa alta para recuperarmos o atraso endémico que temos, começou a descer ou imobilizou! Os portugueses e as empresas nem se fala! Já perderam o sono. Ninguém tem ideia do rumo a seguir!

É um problema de liderança? É, mas não só. Guterres tinha currículo, mas faltava-lhe liderança forte e experiente. Era um homem honesto, mas isso só não chega. Bateu com a porta, com medo do pântano. Seria o pântano o próprio partido socialista? Provavelmente.Com um pequeno interregno, volta a mesma mentalidade pela mão do (Eng.) José Sócrates! Desta vez iria ser pior. Não havia currículo, nem experiência e o que havia era uma falsa liderança apoiada numa dialéctica desprovida da realidade.

Se o problema da liderança é fundamental, muitas outras condicionantes são indispensáveis. Um pensamento integrado e mobilizador precisa-se urgentemente. A economia será sempre o motor de um Estado social. Mas tal economia não pode ter qualquer actividade como “vedeta”. Investir por exemplo e só nos meios informáticos, desleixando tudo o resto! Qualquer treinador de futebol sabe que tem de pôr a equipa a jogar com os jogadores que tem. Não pode agarrar em meia equipa e mandá-la para a pré-reforma. É preciso contar com todos e saber de todos aproveitar os seus méritos. Mérito para conseguir uma produção de bens transaccionáveis, os tais que equilibram as contas do país. E neste campo terá de haver lugar para todos, pois tudo pode concorrer para este efeito a atingir. Por enquanto, estamos a importar a cada dia mais novas tecnologias!

António Reis Luz

UMA SAUDÁVEL LOUCURA

 

Zé da Burra o Alentejano

 

(IP: 193.136.1.22)

Disse sobre UMA SAUDÁVEL LOUCURA na Quinta-feira, 26 de Novembro de 2009 às 11:39:

 

   A "Globalização", tal como foi concebida, vai determinar a derrocada económic

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A "Globalização", tal como foi concebida, vai determinar a derrocada económica do ocidente que passará para segundo plano e será ultrapassado pelas novas superpotências que a globalização ajudou a criar: a China, a Índia e outros países. O Ocidente caiu na armadilha da globalização que interessava às grandes Companhias que pretendiam aproveitar-se dos baixos custos de produção no oriente. Todos sabem que o custo da mão-de-obra é insignificante no valor dos bens aí produzidos em virtude dos baixos salários e da inexistência de quaisquer obrigações sociais. Os países ocidentais perderam a aposta quando aceitaram a "globalização selvagem" sem exigirem aos países do oriente que prestassem às suas populações melhores condições sociais, como: regras laborais justas, melhores salários, menos horas e menos dias de trabalho, férias anuais pagas, assistência na infância, na saúde e na velhice. A única alternativa será a de nivelar os salários e as condições sociais no ocidente pelas do oriente e é a isso que estamos a assistir neste momento, enquanto algumas empresas não resistem à concorrência e fecham as portas por falência, outras fecham portas para se deslocarem para oriente. De qualquer maneira o resultado será sempre mais desemprego no ocidente em favor do oriente. Quanto aos trabalhadores, será que vão aceitar trabalhar a troco de um ou dois quilos de arroz por dia sem direito a descanso semanal, sem férias, sem reforma na velhice, etc? Não! Por isso o ocidente está já a iniciar um penoso caminhar em direcção ao caos: a indigência e o crime mais ou menos violentos irão crescer e atingir níveis inimagináveis apenas vistos em filmes de ficção que nos põem à beira do fim dos tempos como consta nos escritos bíblicos. Para desincentivar a deslocalização de empresas começam a ser-lhes dadas facilidades fiscais e de isenção nas contribuições para a Segurança Social, que serão cada vez mais pagas apenas por assalariados, pequenos comerciantes e pequenos industriais, o que não será suficiente para evitar as deslocalizações nem para financiar a SS com necessidades acrescidas. A democracia só é viável se existir uma classe média que assegure a manutenção do sistema económico; sem ela como esperam os políticos manter-se no poder? Como vão convencer os trabalhadores escravizados a votar neles? Será com o apoio de criminosos e outros marginais? Será que vão conseguir enganar a maioria dos trabalhadores e convencê-los de que a miséria é boa para eles?
Um dia esta convulsão irá estabilizar mas o centro do novo mundo económico estará então no oriente e a época áurea do ocidente pertencerá ao passado. As ruas encher-se-ão por cá de grupos de salteadores desesperados, sobrevivendo à custa do saque. Com o declínio da classe média, haverá apenas duas classes: a dos ricos (alguns à custa do crime violento e/ou económico), que habitarão autênticas fortalezas protegidas por todo o tipo de protecções e que apenas sairão rodeados por guarda-costas dispostos a matar ou a morrer pelos seus “senhores”; e a dos pobres, uma enorme mole de gente desocupada de mendigos e de salteadores lutando pela sobrevivência a todo o custo e cuja protecção apenas poderá ser conseguida quando em grupos. As ruas serão dominadas por bandos de marginais, ficando as polícias confinadas aos seus espaços e reservadas para reprimir as “explosões” sociais que possam surgir.
Os políticos, desonestamente, para justificarem o corte de regalias sociais, continuarão a lamentar a redução da "natalidade", num discurso perverso, escondendo que o desemprego será o futuro mais que provável para as futuras gerações, até porque a intervenção humana será cada vez mais desnecessária à produção face às novas tecnologias. E como não há uma melhor repartição da riqueza produzida (a nível global) não haverá a possibilidade de grande aumento de ocupações alternativas, como nas áreas do lazer, saúde, etc.
PS e PSD são os dois fiéis representantes em Portugal desta política, de "Globalização", por isso não podem enjeitar os resultados que estão a surgir.

 

AS PERNAS A CAMINHAR …

 

Aqui vai um bom conselho

No ser humano, as pernas correspondem a 20% do peso do corpo.

É onde temos os músculos mais longos (sartorius) e mais fortes (glúteos).

O sangue desce por gravidade mas tem que subir de volta para o tronco.

Entre os músculos e o Tibialis Posterior temos veias e artérias que, por contracção, produzem o efeito de circulação do sangue.

É como se em cada perna existisse uma bomba.

O par de músculos na barriga da perna - os gémeos -  são activados cada vez que caminhamos e ainda mais intensamente quando subimos escadas ou andamos nas pontas dos pés.

 

 

 

Muitas horas sentados ou em pé, sem activação adequada destes músculos, é muito prejudicial a longo prazo para a nossa saúde.

Pernas enfraquecidas por falta de movimento significam patologias circulatórias, falta de equilíbrio, fraco alinhamento postural que pode também resultar em dores articulares e tensões na parte superior do corpo.

 

Por isso, caminhe …pela sua saúde! E divulgue pelos seus amigos se os quer manter por muito tempo!

 

Os arredores da quinta

 

Tudo isto ao longo dos anos haveria de conquistar o coração das populações das redondezas que, de facto, nutriam grande simpatia e respeito por esta quinta, sabiamente gerida durante séculos. Socialmente e numa época em que nenhuns direitos havia para aqueles que trabalhavam na vida do campo, os seus gestores tinham, eles mesmos, deixado a semente do respeito pelos outros, que induziria os futuros e mais significativos donos desta quinta, a fornecerem assistência médica, colónia de férias etc., e outros cuidados sociais, até aí inexistentes no país de então.

Por esta altura da 5ª. Feira da Ascensão já se podiam comer alguns frutos maduros. As searas tinham a cor amarela da sua perfeita maturação. As hortas tinham de tudo, pois a natureza era pródiga, ajudada pela qualidade das terras e pela abundância de água para rega. Ao cair da noite esvoaçavam morcegos por todo o lado e nas noites quentes do fim de Maio as crianças corriam atrás dos pirilampos que em ziguezagues se escapavam pelos ares.

O potente sino que se fazia ouvir em toda a quinta, badalava agora mais cedo e mais tarde, era a hora de verão. O sino marcava há anos o inicio e o fim da jornada de trabalho diário e também no rebate a fogos. No pino do sol, no verão, passava a tocar quatro vezes ao dia em consequência do calor e da necessária “sesta”.

 

O palácio e os seus rituais

 

O palácio é considerado património nacional e a sua construção remonta a tempos desconhecidos. O mesmo acontece com o castelo. Lendas antigas relacionam-nos ao Almourol, Templários e Convento de Cristo. Incorporada no palácio existe uma linda capela com ricos vitrais. Entre um dos lados do palácio e o rio ficava um lindo jardim e ao lado deste uma estufa com plantas exóticas.

A Páscoa era o ponto alto da primavera. Todas as famílias vestiam a sua roupa melhor e iam à missa na capela, que se enchia. Os donos conviviam com todos os trabalhadores e participavam com as crianças na festa da procura dos ovos de Páscoa escondidos nos arbustos da horta.  Havia ovos de todas as cores.

Aproveitando o labirinto existente, faziam-se jogos e distribuíam-se prendas pelas crianças presentes.  Nos campos já tudo era verdura e floria. Papoilas e malmequeres brancos e amarelos eram a perder de vista!  As roseiras enroladas às muitas árvores da avenida de entrada eram muito bonitas e transmitiam-lhe um colorido vistoso e alegre!     

As cheias desapareciam lentamente

Aos poucos, as águas do rio deixavam de ser barrentas e tornavam-se límpidas. A sua torrente arrastava as ramagens dos salgueiros que assentavam na água. Adeptos da pesca à linha vinham das terras vizinhas. Existiam também os outros, quase profissionais, que com os seus barcos pretos em forma de meia-lua percorriam o Tejo estendendo as suas redes.

Outros aprestos como os “covos”, etc. Ajudavam os pescadores a ganhar a vida. O peixe assim recolhido era vendido nas terras ribeirinhas que não eram abrangidas pela venda de peixe do alto-mar.  Algum tempo depois, outro evento anual fazia acorrer à quinta muita gente das redondezas. Falo da 5ª Feira da Ascensão ou “dia da espiga”. Vendedores ambulantes apareciam manhã cedo e montavam as suas bancas. Vendiam refrescos, pevides, tremoços, sanduíches, bolos etc. Outras pessoas vendiam os típicos ramos deste dia, chamados de “espiga”. No rio fragatas enfeitadas passeavam as pessoas, a troco de quase nada. Todos entoavam cantigas populares.

 

A RUA É O SEU ESPAÇO

A formação de uma criança

Bom, mas não faria qualquer sentido começar por um idoso, mas sim por uma criança cheia de carinho e de sonhos! Porém, os seus pais eram trabalhadores de poucos recursos económicos. Afinal, que importância tem isso quando se é feliz e se vive numa quinta, prenhe de uma natureza pura e dura?

Os estudiosos, normalmente preocupam-se em analisar a acção e influências que o homem exerce sobre o meio em que vive. Concordo e reconheço a importância desse conhecimento. Todavia a análise e o estudo do inverso, não será menos importante, antes pelo contrário. A influência do meio ambiente sobre o Homem é decisiva na formação do seu carácter e da sua personalidade, nomeadamente no período da infância e adolescência. Depois fica.

O que se passa nos grandes centros urbanos é certamente diferente daquilo que se passa na vivência diária de uma quinta. Nesta, não existem factores, como nas cidades, que desliguem ou afastem as pessoas da forte influência da natureza.

Também as crianças se habituam a viver com a dureza da mãe natureza!

Nas grandes cidades, talvez que sejam mais determinantes outros coisas como, clubes desportivos, associações culturais e o próprio ambiente familiar, onde as pessoas são obrigadas a recorrer, pois a rua é só de passagem.

Aptidões Morais

 

 

A honestidade é a compostura, decência e moderação, da pessoa, das suas acções e palavras. É a condição básica para aspirar converter-se num grande árbitro. Sem ela não pode haver equidade, objectividade, imparcialidade, e por fim justiça.

O conjunto de aptidões morais baseadas na honestidade é o que forja a conduta ética imprescindível para cada contacto, cada relação, em qualquer momento.

Consideramos que o árbitro enquanto ser humano deve ser honesto consigo mesmo, com os que dirige, com os seus companheiros, com toda a sociedade.

Honesto consigo mesmo: a partir de uma sincera autocrítica, sabendo ouvir, admitindo os seus erros e tentando corrigi-los.

Sem sombra de dúvida, tudo que mexe neste mundo, precisa de uma boa arbitragem. Recordemos então que, também a política está por demais carente de uma arbitragem forte e independente, mas mesmo assim, nada nos pode garantir que sejam alcançados DESÍGNIOS MORAIS MINIMAMENTE SAUDÁVEIS PARA UM QUALQUER PAÍS.

Afinal, se pusermos um árbitro de futebol também a jogar, além de arbitrar, marcando até os penaltis mais valiosos, quem poderá pôr as mãos no lume por ele?

Passando a assuntos mais sérios e importantes, compare-se A ACTIVIDADE ECONÓMICA DE UM PAÍS a uma actividade desportiva com semelhantes árbitros!

 

Será ou não verdade que qualquer economia se desenrola com fortíssimas concorrências e interesses de toda a ordem. Lembremo-nos que qualquer governo tem em si, forte intervenção na condução dessa mesma economia. Deve arbitrar com extrema lealdade esta luta de gigantes. Assim, como pode ter esse governo largas faixas económicas sob a sua inteira responsabilidade! Como pode ele dominar aquilo a que chamam de empresas públicas e ainda largas fatias na economia privada! Em termos de ARBITRAGEM estamos falados.

 

Só por muito descaramento se pode acreditar em tal soberania ou arbitragem, ou mais ainda, como pode ele, com isenção, gerir saudavelmente toda a economia de tal PAÍS?

 

 

ÉTICA NA POLÌTICA

 

 

“Viver para a Política ou viver da Política.”

O que diferencia o verdadeiro político é a entrega, a dedicação, o trabalho sem dia nem horário, ao serviço da política. Ele vai às reuniões, vai às festas, aos casamentos e funerais. Está sempre viajando e atendendo todos que o procuram. É uma entrega total, feita com prazer e amor.
Na sua verdadeira concepção, quem vive “para” a política, deve transformá-la num mecanismo incondicional na busca de objectivos a favor da sociedade. Por outro lado, aquele que vive “da” política, é beneficiário dos seus próprios interesses económicos, ou seja, está sempre na condição de “político profissional”, até porque vê a política apenas como uma permanente fonte de renda.

Deve o homem político ser economicamente independente das actividades que a actividade política lhe possa proporcionar...”. Nesse sentido, o político exerceria a política de forma altruísta, já que não precisaria dela para obter vantagens.

Mas a política também é renovação, das pessoas e das coisas. A verdadeira política, tem de ser mudança na busca não da visão de um só homem, mas da visão do conjunto do dos cidadãos, melhor dizendo, da sociedade civil no seu todo. É por esta razão que o político não pode cristalizar na política, mas, desprender-se dela e reocupar o seu lugar na sociedade para, ocupando a sua profissão de sempre, promover, assim, o arejamento salutar à transparência da ética política. Isto funcionará como a sua indispensável reciclagem junto da população e das suas privações e anseios. Dando de caminho o lugar de político a outra pessoa, de momento, mais actualizado com o pulsar da sociedade.

Voltar para a profissão, em lugar de esperar outra nomeação política, também preserva as organizações partidárias, evitando, por exemplo, aquilo a que a democracia tende a criar, a figura de políticos profissionais fora do parlamento, ou sem mandato, que tomam as mãos da organização e tendem a administrar os partidos como empresários, buscando vantagens para seu agrupamento e para si.

Há uma expressão popular que diz: “não quer largar o osso”. Como a ambição do ser humano não tem limites, eles prosseguem na política porque assim podem ter sempre mais. Ter dinheiro, quintas, barcos, carros e apartamentos, ter poder, ter um Estado inteiro, ter, ter, ter... A política como profissão, no mau sentido da palavra, é uma constante no nosso País. Principalmente no Partido Socialista.

Na verdade, a concorrência é tamanha que o político que não tiver uma experiência profissional na hora de conquistar o voto do eleitor, fatalmente será mal sucedido. Mesmo conquistando outro mandato.

Seria de todo em todo desejável, que constasse de algum site oficial o currículo de todos aqueles que se passeiam pelos lugares de eleição ou nomeação política. Escrutináveis por tudo e por todos, envoltos em total transparência ou removidos para sempre da nobre função de ser político.

António Reis Luz

 

 

A REFORMA DA SEGURANÇA SOCIAL

 

 

Recebemos por invalidez, porque estudamos, porque não trabalhamos, porque trabalhamos, porque não queremos trabalhar. Recebemos por filho, por dependente e por pai, Por curiosidade fui ver: contei 31 apoios, subsídios e pensões. Trinta e um apoios subsídios e pensões. Trinta e um formulários, trinta e um sistemas, trinta e um departamentos, trinta e uma funções. Preenchemos papel para dizer que alguém morreu. Preenchemos outro para o enterro. Trinta e um tipos de prestação social. Sistemas dentro de sistemas, formulários dentro de documentos, dentro de sistemas, dentro de sistemas, dentro de outros sistemas. E muitos milhares de funcionários, para tratar da papelada dos sistemas todos. Algo assim, não pode ser eficiente.

 

Rodrigo Moita de Deus

OS ÁRABES DOS PÂNTANOS

 

É preciso salvar o jardim do Paraíso

Aparece na lista de crimes ecológicos de Saddam Hussein e é tido como um dos grandes atentados ambientais de sempre, mas para Umm Ali, Abu Ali e Abu Mohammed o que o antigo ditador fez foi tentar matá-los. Arrancou-os pela raiz e fez deles estrangeiros. Porque os madan não são iraquianos. São árabes dos pântanos.

 

Muitos pescadores tiveram de sair, poucos puderam ficar

Sai-se de Bassorá para norte, pela estrada que cruzará Nasiriyah e Amara antes de chegar a Bagdad. Atravessa-se os subúrbios extensos da segunda maior cidade do país, pobreza a perder de vista, e depois ainda Kezayzeh, no fim da estrada, um bairro com um parque infantil sem brinquedos, só terra e umas escadas que terminam no ar.

Deixa-se a estrada para Bagdad e é logo depois que o cenário muda e passa a fazer-se de palha, de terra seca deste Verão ou já do ano passado e o chão a abrir-se como a querer sugar o ar. A seguir há pedaços de água e a terra a ficar castanha e a palha que de repente é erva muito, muito verde. Canais naturais, com pequenos barcos de madeira, os mashhof, que os cruzam conduzidos por um homem com o seu remo que é um tronco. Os mashhof encontram o caminho por entre a erva alta e espessa. Palmeiras e depois já não. Quando há água, ouvem-se sapos e vêem-se búfalos e miúdos a pescar e a entrelaçar palha e outros só a tomar banho. Também há peixe, mas é pouco e é pequeno.

Estamos em Qorna, início de pântanos que há 20 anos eram sem fim. Uma das zonas húmidas com um dos ecossistemas mais ricos do planeta. Peixes, plantas, aves, insectos. Pessoas como não há iguais. Os árabes dos pântanos.

 

O REPUBLICANISMO

 

Oliveira Martins criou-se no meio da Lisboa democrática da década de 1860. O autor então mais em voga era Alexandre Herculano. Herculano não era associado com uma escola literária (por exemplo, o Romantismo), mas com uma visão do mundo determinada acima de tudo por duas categorias siamesas: «virtude» e «corrupção». Herculano achava que a vida colectiva portuguesa estava «corrupta», que a liberdade se perderia por causa disso e que só com virtude se poderia manter uma nação livre. A «corrupção» era o resultado de facciosismo e de concentração nos «interesses materiais». A «virtude» que faltava era a devoção cívica. O impacto em Oliveira Martins desta maneira de ver as coisas pode-se atestar pelo romance histórico “Febo Moniz”, de 1867, Martins mostra aí como um político virtuoso, isolado entre a aristocracia egoísta e a plebe demagógica, falhou a sua tentativa de manter a liberdade colectiva. Numa nota final ao livro, explicava o que competia fazer para evitar uma tragédia semelhante: «Fortificar-nos pela moralidade e pelo civismo, engrandecer-nos pela ilustração e pela riqueza.» 

COISAS ESTRANHAS

 

             RECEITA / DESPESA DO SNS NO ANO DE 2009, per capita

 

 

PAÌS

 

IMPOSTOS

     SNS

Per Capita

DESPESA

    SNS

Per Capita

Receita do Estado

Per Capita

Despesa do

Estado

Per Capita

 

População

PORTUGAL

 a  2.756,7

       923.7

       12.505,9

 

 

 

ALEMANHA

   6.919,

      9.171.0

 

 

 

FRANÇA

   7.438,

 10.776.0

 

 

 

ITÁLIA

   7.350,

    8.023.0

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  1. – Ano 2008

AMIGO tenho de conferir tudo isto melhor, mas não devo estar enganado. Os dados de Portugal per capita das receitas e despesas tirei-os da PORDATA. Todavia, os dados de receita per capita de 2009 não estão ainda publicados! Fiz a comparação com os dados de 2008 receita per capita porque na despesa existem. Devem estar a esconder qualquer coisa. Estou a concluir que ao contrário dos outros três países, enquanto neles qualquer pessoa recebe mais do SNS do que paga, connosco é ao contrário, pagamos mais do aquilo que recebemos! A ser assim o Estado ainda desvia os dinheiros que pagamos para tapar outros buracos. Talvez as muitas despesas do Sócrates e amigos. Se fosse assim, os argumentos de Sócrates ele teria de os engolir todos. Vou continuar …

A MISSÃO DO JORNALISTA

 

 

Jornalismo é a actividade profissional que consiste em lidar com notícias, dados factuais e divulgação de informação. Também se define-se Jornalismo como a prática de recolher, redigir, editar e publicar informações sobre eventos actuais. Jornalismo é uma actividade de comunicação. Ao profissional desta área dá-se o nome de jornalista. O jornalista pode actuar em várias áreas ou veículos de imprensa, como jornais, revistas, televisão, rádio, websites, weblogs e assessorias de imprensa, entre muitos outros. O trabalho jornalístico consiste em captação e tratamento escrito, oral, visual, gráfico, da informação em qualquer uma das suas formas e variedades.

O trabalho de jornalista é normalmente dividido em quatro etapas distintas, cada qual com suas funções e particularidades: repórter, redactor, revisor, editor, colunista, cronista, diagramador, designer ou tudo isso ao mesmo tempo, se preciso. Basicamente, colhe informações na fonte e transmite-as para o público.

Nas duas últimas dezenas de anos, tudo isto foi subvertido por força do aparecimento das muito conhecidas Agências Noticiosas: As agências noticiosas são as empresas de informação intermediárias entre os acontecimentos e os meios de comunicação social. Este sistema funciona porque as agências noticiosas têm muitos correspondentes e em vários locais, custo que nem todos os meios de comunicação podem suportar, podendo assim fazer uma melhor e mais célere recolha das informações, transmitindo-as depois aos meios de comunicação social, seus assinantes. Há vários tipos de agência, estas podem ser mundiais, nacionais, regionais e especializadas e estão situadas por todos os países. Actualmente, não há local que não possa ter cobertura noticiosa; as agências com os seus correspondentes estão por todo o lado.

“A falácia do aumento da dívida pública"

 

Posted on Fevereiro 3, 2014 by Carlos Guimarães Pinto

Uma das 3 pessoas que faz o sacrifício de ouvir o comentário de Sócrates aos Domingos na RTP, tratou de informar as redes sociais que o antigo primeiro-ministro se queixou ontem do aumento da dívida pública nos anos do governo PSD-CDS.

A tendência desde o último ano completo de governação de Sócrates é de facto assustadora: subiu 53 mil milhões de euros, qualquer coisa como 35% do PIB em apenas 3 anos. Excecionalmente, Sócrates diz a verdade. Se quisesse levar a retórica mais longe, até poderia dizer que se acumulou tanta dívida pública desde que ele deixou o governo como no total dos seus mandatos.

Claro que é de esperar que a dívida suba enquanto existirem défices públicos. Comentadores como José Sócrates que defendem metas mais flexíveis para o défice dificilmente se poderão queixar que a dívida pública aumenta. Não podem defender ao mesmo tempo que haja défices mais altos e depois criticar que a dívida pública resultante desses défices aumente. A dívida pública é isso mesmo: o resultado da acumulação de défices.

“ QUESTÕES IDEOLÓGICAS”

 

 

 “Cá pelos nossos lados a discussão das ideologias é recorrente. Vai, que não vai salta para a ordem do dia. Quase sempre para apaziguar as angustias dos socialistas. Mas, agora, é mais sério. O PS vê as barbas do PCP a arder e trata de pôr as suas de molho. Só que a questão para os socialistas é mais complicada. Mário Soares, por ventura o mais “ousado” de todos em questões “ideológicas”, abriu o caminho mantendo cautelosamente o socialismo na gaveta. Guterres fez o resto. Deu no que todos sabemos. Apesar disso, Soares acaba de presentear-nos com mais uma das suas achegas ideológicas. Historicamente de fim de percurso e residual na essência (Expresso, 04.08). Os socialistas são filhos transviados de boas famílias ideológicas. Excelentes pensadores, invulgares humanistas. Mas as modernas gerações já não recordam sequer os nomes dos avós e não sabem onde pára a herança, que agora parece fazer-lhes falta. Venderam as jóias mas querem continuar a exibir os pergaminhos. Dizem-se socialistas com o mesmo despudor e falta de senso com que os renovadores se dizem comunistas. Nada de novo, porém. O socialismo que o “ideólogo” Soares meteu na gaveta era, já então, uma mera ficção. Eram os primórdios, de um pragmatismo oportunista e eleitoralista perfeitamente insultuosos. De fazer dar voltas na cova a todos os ícones socialistas. O PS passou a ser, como todos os seus congéneres, apenas, uma máquina de guerra no assalto ao poder. Para nada, afinal. A discussão ideológica mudou-se para restritos clubes de gente bem mais dados aos prazeres da discussão e da especulação do que aos destinos da governação, que sabem (hoje) não passar por aí. Perdido o poder, sem ideias, e fustigados por uma prática que quase os destruiu, os socialistas andam, agora, à procura de referências e não as encontram. Não admira que andem atarantados. Viram o PCP desfazer-se. Saltaram para a oposição e ninguém tem saudades deles no governo. A sua verdadeira ideologia é a procura do caminho mais curto de regresso ao poder.

Mas para lá chegarem precisa de publicitar uma qualquer banha da cobra. Lembraram-se agora, (alguns) da velha ideologia. Mas estão desacreditados de mais para serem levados a sério e falta-lhes a lata dos renovadores. Talvez por isso a grande maioria evite falar de socialismo e se limite a reclamar-se "“de esquerda"” O que tem, pelo menos, uma vantagem: demarcam-se por simples exclusão de partes. Não precisam de ideias, ideais ou ideologias.”

 

                                                               Correio da Manhã 6 Agosto 2002

A CABANA

 

Depois de a sua filha ter sido assassinada durante uma viagem em família, Mack entra em depressão profunda e passa a questionar todas suas crenças. No meio de mais uma crise de fé, ele recebe uma carta misteriosa ordenando que vá até à cabana na qual o corpo da sua filha foi encontrado.  Apesar das suas dúvidas, Mack segue para o meio da mata do Oregon onde encontra três pessoas enigmáticas que mudarão para sempre a sua vida. Neste encontro, Mack escuta verdades significativas que irão transformar o seu entendimento sobre a tragédia que abalou a sua família e a sua vida mudará para sempre.

Caros amigos, pressinto que estão à espera de saber quais são as verdades significativas. Pois é! Também eu gostaria de vos dizer quais são elas. Porém, também eu estou completamente desorientado e esquecido. Já não sei o que é a verdade ou a mentira! Acordei hoje, a pensar que o nosso governo só fala para criancinhas! Verdade, ao ligar a rádio, televisões ou ler os jornais, fico aflita sem saber o que fizeram aos adultos deste país! Tudo isto me convence de que os governos que escutamos contam histórias sem fim à acriançada que não se cansam de bater palmas, mas não adormecem.

Os adultos, com as coisas neste pé, devem ter emigrado para fazerem baixar o número de desempregados…. Na cabana, não estarão por certo, dificilmente lá caberiam.
 

RESPUBLICA EUROPEIA

 

Direito Comunitário e Assuntos Europeus. Por João Pedro Dias

A Revolução de 25 de Abril, a Constituição de 1976 e as Comunidades Europeias

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Vera Guelha
Licenciada em História
Mestranda em Estudos Históricos Europeus
Universidade de Évora

O processo de integração de Portugal na Comunidade Europeia é um dos temas mais interessantes da historiografia da História Contemporânea. Este processo passou por diversas fases atravessando diversos períodos importantes da história política, económica e social portuguesa.

O estudo que se pretende fazer com este trabalho incide sobretudo num tema mais específico desta área: A revolução 25 de Abril e a C.E. Apesar de especifico é contudo um tema vasto que pode ter diversas abordagens. Neste estudo e dentro desta temática irei abordar essencialmente a questão da incompatibilidade/compatibilidade da Constituição portuguesa de 1976 – fruto da Revolução 25 de Abril – com a integração de Portugal na C.E.

Para esta análise tenho como ponto de partida o comentário de três textos relacionados com o tema Portugal e a Comunidade Europeia, que numa reflexão final suscitaram diversas questões. Uma das questões principais que de certa forma deu origem a analise que propus realizar, prende-se essencialmente com o facto de perceber como é que numa época em que Portugal estava em negociações com a sua candidatura à adesão à C.E. se elaborou uma constituição com um texto considerado por muitos anti-europeísta. Partindo desta questão e para que de alguma forma encontrasse a sua resposta procurei analisar os textos de Jorge Miranda , Manuel Lucena e Vital Moreira que têm como tema comum as questões constitucionais portuguesas.

Numa primeira fase desta análise irei contextualizar o surgimento da Constituição de 1976, fazendo uma breve abordagem à transição do regime do estado Novo para o regime Democrático tendo presente, as relações com a Comunidade Europeia. Numa segunda fase será analisada a Constituição de 1976 e as sucessivas Revisões Constitucionais face à questão da dualidade incompatibilidade/compatibilidade com C.E.

O Estado Novo (1933-74) tinha vindo, forçado pelas circunstâncias, a privilegiar um relacionamento económico com a Europa, a partir dos anos 60, uma vez que sofria algumas pressões por parte de questões relacionadas com o sector industrial. Portugal, que beneficiou da 2ª fase do Plano Marshall (1948) e foi membro fundador da OECE (1948) e da EFTA (1960), acabou por celebrar um acordo com a CEE, em 1973, onde já se encontravam os seus principais parceiros comerciais europeus: a Inglaterra e a Alemanha. A 25 de Abril de 1974, o Movimento das Forças Armadas, coroando a longa resistência do povo português interpretando os seus sentimentos profundos, derrubou o regime anterior. Libertar Portugal da ditadura, da opressão e do colonialismo representou uma transformação revolucionária e o início de uma viragem histórica da sociedade portuguesa. A Revolução restituiu aos Portugueses os direitos e liberdades fundamentais. No exercício destes direitos e liberdades, os legítimos representantes do povo reúnem-se para elaborar uma Constituição que corresponde às aspirações do País.

A Assembleia Constituinte afirma a decisão dos portugueses em defender a independência nacional, garantir os direitos fundamentais dos cidadãos, estabelecer os princípios basilares da democracia, assegurar o primado do Estado de Direito democrático e abrir caminho para uma sociedade socialista, no respeito da vontade do povo português, tendo em vista a construção de um país livre, justo e fraterno. A Assembleia Constituinte, reunida na sessão plenária de 2 de Abril de 1976, aprova e decreta uma nova Constituição da República Portuguesa.

Terminado o ciclo do império colonial, encerrado o período revolucionário, com a aprovação da Constituição de 1976, na qual se definia a República Portuguesa como um Estado democrático, pluralista, em fase de transição para o socialismo, pretendia-se ultrapassar a crise de identidade entretanto gerada por tão profundas e rápidas alterações na sociedade portuguesa. O ataque à propriedade privada nos vários sectores económicos (nacionalizações, reforma agrária e controlo operário) e a consequente burocratização da economia, assim como as lutas sociais e as políticas de redistribuição do rendimento e da riqueza a elas ligadas foram aspectos que caracterizaram a conjuntura interna nos anos de 74-75; tinham-se vindo a agravar as consequências de uma conjuntura económica internacional de crise, desencadeada a partir do final de 1973.

O pedido de adesão à CEE, feito pelo primeiro-ministro do I Governo Constitucional Mário Soares em 28 Março de 1977, deve ser interpretado no contexto da procura de uma solução para a crise conjuntural atrás referida e para as insuficiências estruturais da economia portuguesa.

Portugal procurou o seu futuro na Europa democrática. Mário Soares justifica a opção pela adesão à Comunidade alegando que esta representa uma resposta coesa face aos objectivos políticos, económicos e sociais de Portugal. A Comunidade é uma representação viva da democracia, é sobretudo um instrumento fundamental na construção de uma Europa democrática do qual Portugal quer fazer parte. Soares considera que a nossa incorporação nesta Comunidade vem solidificar a defesa das nossas instituições democráticas ainda em fase gestativa. No entanto Portugal não iria apenas usufruir de benefícios, pois teria que dar algo em troca à C.E., começando por reestruturar a sua política governativa para poder corresponder às exigências europeias. Um dos primeiros obstáculos à integração na Comunidade era sem dúvida a nossa Constituição.

A Constituição de 1976 foi elaborada com base nos resultados das eleições de 1975 pelo Partido Comunista e o Partido Socialista. As legislativas de 1976 permitiram resultados totalmente diferentes que possibilitaram que o governo saído dessas eleições pedisse a adesão a C.E. Em 1975 o clima era revolucionário puro, com a influência do Partido Comunista, e “de costas” para a Europa; as eleições de 1976 dão a vitória ao Partido Socialista justamente com base no slogan “A Europa está connosco”: a adesão à C.E. foi uma prioridade.

É importante recordar que a Constituição foi elaborada mais propriamente entre 11 de Março e 25 de Novembro de 1975, período de apogeu da Revolução onde se vivia um clima de anarco populismo e uma filosofia marxista associada a um vanguardimo militar. Perante este modelo constitucional surgia a duvida se esta Constituição seria ou não compatível com a nossa adesão à C.E. Os ideólogos e Europeístas da época interrogavam-se se de facto as regras do Tratado de Roma aceitariam o nosso texto constitucional. No entanto, de certa forma grande parte da classe politica da época estava certa de que a nossa estabilidade económica, social e política estava dependente do nosso percurso no seio da Europa. Se outrora éramos um país virado para o atlântico nos anos revolucionários tornámo-nos um país mais continental; um país que procurava a sua salvação na Europa depois de tantos anos ter adoptado um posicionamento mais periférico. O Portugal da Revolução de Abril queria sobretudo fazer parte do “núcleo duro” da União Europeia .

No entanto a Constituição aprovada em 1976 continuava a ser um obstáculo para a nossa aproximação à Comunidade Europeia. Á priori duas questões surgiram desde logo no texto constitucional, a possibilidade de dar continuidade ao monopólio do sector público à margem de uma economia de concorrência e o facto da constituição não conter qualquer mecanismo que permita a aplicação dos actos normativos dos órgãos comunitários no sistema de organização interno português. No entanto considerava-se que os pontos essenciais discordantes nesta Constituição estavam relacionados com a Agricultura (com a reforma Agrária) e com a política externa.

Estas e muitas outras questões faziam nos ver que de facto este texto constitucional estava de “costas para a Europa”. Como poderia se poderia negociar com a C.E, numa sociedade cuja sua salvação estava na aproximação com a Europa e a sua politica constitucional estava muito distante dessa aproximação? Tal como já foi referido, os partidos envolvidos na elaboração deste texto foram o Partido Comunista e o Partido Socialista, cujos secretários gerais eram Álvaro Cunhal e Mário Soares respectivamente. Mário Soares no entanto como Primeiro-ministro vem em Março de 1977 formalizar o pedido de adesão de Portugal à C.E. Digamos que esta é uma questão que se caracteriza por alguma contrariedade, como se pode construir uma Constituição com fundamentos tão distantes dos fundamentos do Tratado de Roma, quando se pretende solucionar o problema do país com a entrada na Comunidade Europeia? Consideramos que de facto nessa época de instabilidade qualquer alteração politica não seria surpreendente. De facto com as eleições de 1976 (quando a constituição já estava em vigor) verificou-se essa alteração. O Partido Socialista subiu ao poder com uma campanha eleitoral marcada pelo dito slogan “A Europa está connosco”. Mário Soares o então Primeiro-ministro tinha a árdua tarefa de mostrar aos Europeus que de facto nós também estávamos com a Europa. Após um intenso trabalho diplomático o nosso pedido de adesão foi aceite, e restava-nos assim ir moldando a nossa sociedade, a nossa politica e sobretudo a nossa organização constitucional de acordo com os moldes da política da Comunidade Europeia. Muitos foram os políticos e ideólogos que se debateram sobre esta questão. Seria mais benéfico para Portugal moldar o nosso sistema constitucional com a criação de uma nova Constituição? Ou poderíamos resolver com eficiência a aproximação ao Tratado de Roma e aos tratados que se sucederam com sucessivas revisões à nossa Constituição? Por outro lado, podemos questionar-nos também se na realidade seriam necessárias alterações constitucionais tão profundas como muitos dos políticos alegavam?

Jorge Miranda no texto já referido faz uma abordagem ao conteúdo da Constituição de 1976 e por sua vez às alterações necessárias a este texto para facilitar o percurso das negociações com a C.E. Segundo as suas ilações, este é um documento com uma linguagem de cariz ideológico o que é característico em todas as constituições feitas com base numa revolução. Esta Constituição surge sobretudo com múltiplas funções que se centram essencialmente na estabilidade do nosso país assente num regime político democrático. Pretendia-se nesta época por fim ao período conturbado revolucionário, com a criação de um sistema de órgãos de soberania baseado no sufrágio universal e no pluralismo partidário; pretendia-se também reduzir as missões políticas das Forças Armadas e “aliviar” o peso do poder do Conselho da Revolução. Ou seja, pretendia-se criar uma pacificação da sociedade civil num ambiente pluralista onde se respeitasse o direito e a liberdade de todos e de cada um.

É importante realçar que esta constituição é formada por 4 partes: Direitos e Deveres Fundamentais, Organização Económica, Organização do Poder Politico e Garantia e Revisão da Constituição. No que diz respeito à Organização Económica, Jorge Miranda considera que a estrutura constitucional relativa os meios de produção, nomeadamente à Reforma Agrária nutre de grande peso ideológico; o autor considera que há um apelo à transição para uma economia mista e pluralista com traços do socialismo. No que se refere à organização do poder politico Jorge Miranda considera que esta está assente numa democracia representativa, pluralista, descentralizada e participativa. No entanto, para este autor o mais importante deste documento é essencialmente o que está escrito sobre a Organização económico-social que assenta sobretudo num modelo de desenvolvimento de relações de produção socialista, que visa a apropriação colectiva dos principais meios de produção e solos e a consagração dos três sectores de propriedade dos meios de produção: publico, corporativo e privado. A constituição elaborada nos moldes acima referidos tem como consequências, a abertura do caminho para o socialismo pelo próprio povo, o reforço de instituições e mecanismos representativos, assim como também o reforço da representatividade das classes trabalhadoras nas respectivas empresas.

Jorge Miranda considera que de facto esta constituição gerou grande polémica no seio da opinião pública. Se por um lado uns defendiam que o socialismo puro veio caracterizar a ordem constitucional , por outro lado havia quem considerasse que a Constituição era um texto socialista e também marxista, ou mesmo marxista-leninista . Ou seja os que defendiam a primeira posição estavam a favor da Constituição enquanto que os outros estavam contra. Estas duas posições reflectem-se em duas posturas antagónicas no que diz respeito à entrada de Portugal na C.E.E. Enquanto que os que opinam a favor da Constituição, consideram que deveríamos em nome da constituição rejeitar a adesão, outros defendem que devemos rejeitar a Constituição em nome ou em prol da adesão. Perante esta dualidade, Jorge Miranda apresenta-nos uma outra posição que se coaduna com a sua própria opinião. Ao contrário das opiniões anteriores o autor considera que não existe incompatibilidade entre a Constituição Portuguesa e o Tratado de Roma. Segundo o autor a Constituição de 1976 assenta em princípios fundamentados para solucionar o assunto em questão; o pluralismo ideológico ilimitado associado ao pluralismo de expressão, tem como objectivo estabelecer a igualdade partidária na participação dos órgãos de poder, existindo ainda a possibilidade de uma revisão constitucional sempre que os órgãos partidários eleitos pelo povo acharem necessário. Com isto considera-se que o autor pretende clarificar que a entrada do socialismo no texto constitucional foi aberta pelo povo, no entanto o mesmo povo tem o poder de alterar o teor político dessa mesma constituição através da possibilidade das Revisões Constitucionais. Jorge Miranda admite que a Constituição tem de facto o objectivo de transitar a politica governativa para o modelo socialista, no entanto o autor considera que esta Constituição tem como princípio fundamental (independentemente de qualquer revisão que venha a sofrer) a Democracia, que por sua vez se sobrepõe a qualquer princípio ou idealismo político quer seja ou não socialista. O autor adianta ainda que em virtude de esta ser uma Constituição com um texto pluralista e democrático permeável a qualquer situação futura, está então preparado para equacionar a problemática da Integração Europeia do nosso país. Jorge Miranda considerava necessária uma revisão constitucional, não tão aprofundada como alguns defendiam, para este constitucionalista essa revisão deveria ser feita sobretudo no que diz respeito à Constituição Económica, que teria que ir ao encontro dos moldes necessários para adesão de Portugal à C.E.

No texto de Manuel Lucena podemos verificar que o autor critica vários aspectos das teorias de Jorge Miranda, sobretudo a questão da revisão constitucional. Lucena considera que existem vários lapsos no discurso do Constitucionalista, sobretudo quando este refere que a há uma “vaga” evolução europeia que por sua vez é compatível com o “vago” socialismo da nossa constituição. Lucena considera que o discurso de Jorge Miranda tem grande teor ideológico e demasiado aberto, ou seja é um discurso muito generalista e vago nas suas teorias. Um dos principais lapsos de Jorge Miranda é o de não se pronunciar acerca da crise do capitalismo português. Lucena refere que o capitalismo português perdeu os grandes grupos privados com a revolução de Abril, e que isso marca a diferença do nosso capitalismo face aos restantes países membros da Comunidade; a Revolução enfraqueceu a sociedade civil ao mesmo tempo que destruiu os grandes grupos económicos que se formaram durante o Estado Novo, e que segundo Lucena eram grupos que se estavam a emancipar face à política de Marcelo Caetano. Neste contexto o autor considerava urgente fazer uma revisão constitucional aprofundada, e não apenas em alguns aspectos superficiais como defendia Jorge Miranda.

De facto os primeiros anos da nossa democracia foram anos de grande instabilidade, existiam diversas dificuldades económicas, que se agravavam com a transitoriedade constante dos governos e com o conflito das nacionalizações que se tornaram num facto após a Revolução.

Outro dos teóricos que se preocupa com esta temática é Vital Moreira que neste texto foca essencialmente a questão da democracia relacionada com a integração europeia. Vital Moreira considera que a integração de Portugal na Europa era para muitos um meio de solidificar a nossa democracia, alterando algumas questões que estavam patentes na Constituição de 1976 marcadas pelo socialismo revolucionário. Ou seja existia a ideia de que o processo de adesão à Europa viria alterar a nossa constituição ao mesmo tempo que traçava um novo rumo para Portugal desprovido de ideologias politicas excessivas.

No que diz respeito às revisões constitucionais, a sua previsão tornou-se um facto aquando a aceitação do pedido de adesão de Portugal à C.E., e consequentemente depois da rejeição da elaboração de uma nova Constituição.

Segundo Jorge Miranda, deveríamos usufruir de uma Constituição única que pudesse ser submetida a algumas revisões que de certa forma permitissem estar em concordância com a realidade pretendida. O autor considera que a Revisão deveria ser coerente e global. Nos pontos discordantes entre o nosso texto constitucional e o texto do Tratado de Roma, ao autor considera que a revisão deveria rever apenas alguns aspectos que nos possam facilitar a integração europeia. O autor alegava que nessa revisão não se deveriam efectuar os mesmos erros que se fizeram com a construção do texto constitucional em 1975/76. Para eliminar esses erros o autor era importante aniquilar as ideologias políticas, não só as que estão patentes na Constituição de 1976 mas também as que fazem parte do sistema da oposição. Jorge Miranda considera que a revisão constitucional deveria transparecer a intenção de Portugal aderir à Europa. No entanto alerta para o facto de não se fazer esta revisão com base em características exteriores (Tratado de Roma). Deveríamos utilizar os nossos meios para rever a nossa constituição, uma vez que a C.E.E deve ser composta por varias constituições com as características próprias de cada país membro. Era também importante que mostrássemos a nossa capacidade de decisão face às exigências comunitárias que deviriam por sua vez equilibrar as negociações entre Portugal e a C.E.

Tal como se previa o processo de Integração de Portugal na C.E. foi moroso e só em 1986 é que se reuniram as condições para se assinar o Tratado de Adesão. Ao longo destes anos de Democracia várias foram as revisões efectuadas, não só para que se facilitasse o nosso percurso ainda enquanto país candidato à C.E., mas também para afirmar a nossa presença enquanto membro da Comunidade tornando a nossa politica constitucional ao nível das evoluções que se têm vindo a efectuar sucessivamente nos diversos Tratados europeus. A Constituição da República Portuguesa entrou em vigor em 25 de Abril de 1976 e ao logo destes anos a Assembleia da Republica já aprovou seis Leis Constitucionais de revisão: em 1982, 1989, 1992, 1997, 2001 e 2004.

A 1ª Revisão Constitucional feita em 1982 foi uma revisão muito extensa, eliminou o Conselho da Revolução do sistema político, reduziu muitos dos traços ideológicos; no entanto os aspectos relacionados com a organização económica foram revistos apenas em 1989 na 2ª Revisão Constitucional, ou seja já depois da entrada na U.E. e de certa forma por pressão das novas regras que o tratado de adesão impôs à economia portuguesa. É importante referir que a par desta revisão constitucional de 1989 esteve também neste mesmo ano a Reforma do Tribunal de Contas marcada por uma verdadeira transição democrática, que permitiu a modernização e actualização desta instituição.

Segundo Vital Moreira a constituição económica de 1976 sofreu grandes transformações nomeadamente na 2ª Revisão Constitucional de 1989 onde tiveram inicio um conjunto de alterações que culminaram na revisão constitucional de 1998. Estas revisões trouxeram grandes alterações à Constituição original de 1976 entre as quais, acabaram com a componente colectivista e criaram um plano de privatizações que beneficiou o sistema económico português colocando-o a par dos parceiros comunitários. O autor adianta ainda que a revisão de 1992 afastou os obstáculos da aceitação do Tratado de Maastrich e abriu o caminho apara a adesão ao sistema monetário europeu. Ou seja as sucessivas revisões estão desta forma associadas aos grandes passos que se davam na Comunidade através dos Tratados que se iam efectuando.

Portugal esforçou-se para acompanhar os passos da União Europeia alterando a sua Constituição que de certa forma já pouco ou nada tem de fundamento original.

Ao terminar esta abordagem poder – se – á concluir que de facto este é um estudo que de certa forma descodifica algumas das questões colocadas no inicio do texto nomeadamente no que diz respeito à fase gestativa da Constituição de 1976. No entanto ao analisarmos o percurso de Portugal nas negociações com a C.E. outras duvidas vão surgindo. Terá Portugal acompanhado a Europa nessas negociações conseguindo assim entrar no seu “núcleo duro”? Ou será que Portugal ainda se encontra na periferia europeia não conseguindo acompanhar o ritmo europeu, pela fragilidade na sua organização constitucional ou mesmo por dispor de uma democracia ainda pouco amadurecida?

 

OS SISTEMAS DE BLOQUEIO

 

Quem ouvir os noticiários, ler os jornais e alguns livros e for ouvindo os telejornais, procurando estabelecer uma relação entre as notícias, depara certamente com acontecimentos aparentemente sem lógica, mas que se percebe não acontecerem por acaso, tal o grau de eficiência que existe na sua execução.

 

É como se um conjunto de pessoas, não expostas, mas muito influentes, através de um complicado sistema de cordelinhos conseguissem encaminhar todos os acontecimentos a seu belo prazer, supõe-se também que com vantagens próprias asseguradas.

 

Do real ao imaginário, podemos visualizar um rio, daqueles com água muito transparente e fria, naturalmente pouco profunda. A sua torrente vai esbarrando nas imensas pedras espalhadas no seu leito, sem que a água nunca as cubra. A leveza que proponho, física e mental, vai permitir, que saltemos de pedra em pedra, quase sem nelas fazermos peso. Sempre que o nosso pé toca numa pedra, pisamos a realidade. Enquanto saltamos, percorremos o imaginário.

Provavelmente, tudo não passará de simples coincidência, ou mesmo de pura alucinação, com certeza provocada pelo “stress” com todos os seus efeitos colaterais geradores de desconfianças, fraquezas, mal entendidos e especulações, mas, mesmo assim, vale a pena pensar, evitando a castração do melhor que Deus nos deu, que foi o recurso ao pensamento.

Naturalmente que se forem coincidências, também não vem grande mal ao mundo, estaremos então a entrar no campo da pura ficção, que de certo modo nos fará esquecer outras preocupações mais reais e nefastas para a nossa saúde e bem-estar psíquico.

Ninguém duvidará da honestidade e competência de ninguém, contudo, ficou sempre por esclarecer o que eram e de onde vinham as ditas forças de bloqueio. Acredita-se que elas existiram e continuarão sempre a existir. Tinham e têm, sobretudo, uma ação bloqueadora terrivelmente nefasta! Estarão, também, as mais das vezes, ao serviço do mal!

 

 

 

 

 

 

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