Com estas previsões, ou outras, da taxa de Inflação para 2017, (valores entre 1,3 e 1,4), quem levou uma vida a juntar poupanças depositadas num banco, está em risco de ficar sem dinheiro!
Numa recessão, a resposta clássica dos bancos centrais é descer os juros. Vem nos manuais: dinheiro barato incentiva o consumo de particulares e o investimento de empresas: a procura agregada aumenta e a economia recupera.
Pois é: esta receita pode ajustar-se perfeitamente ao País e à sua economia, mas acaba por destruir poupanças que levaram várias dezenas de anos a consolidar!
Juros baixos (o, %), agregados a uma inflação de mais de 1, %, liquidam o esforço de milhões de seres honrados.
Parece, assim, compreender-se a rapidez com que milhares de pessoas mandam poupanças para as “offshore”. Claro que este não é o caso daquelas pessoas para quem o dinheiro, terá uma origem duvidosa.
Agora, quando os juros chegam tão baixos, são estas pessoas que estarão a salvar o seu país e não o ministro das finanças seja ele qual for! Quando acontece aquilo que está a acontecer (dinheiro à borla), tudo indica estar para surgir uma depressão histórica e serão estas pessoas mais simples, as vitimas, da tomada de decisões que se espera salvarem a economia do seu país. É triste, muito triste …. Os políticos ficam sempre resguardados!
UMA CORUJA BENDITA Uma estradinha de terra vermelha cruzava a imensidão de oliveiras sob uma fina e compacta poeira. Pela estradinha, uma carroça em alta velocidade parecia querer vencer o tempo e a velocidade. E não era para menos, na carroça viajava a velha parteira da nossa terra. Iria, que fazia de sua vida o esforço para trazer ao mundo mais uma criança. Dona Iria como era conhecida, tornou-se a líder espiritual daquela região, viajava por entre os benzimentos e os conselhos. Cuidava para que as crianças viessem ao mundo através das suas mãos. Uma mulher forte, intrigante, misteriosa. A sua fé conduzia os pensamentos das mais diferentes opiniões. Para alguns, uma bruxa ligada aos feitos sombrios dos rituais e de magias. Para outros, uma mulher abençoada por Deus.
Iria, não media esforços para ver o seu povo bem. Passava noites em claro, não comia, as mais das vezes apenas, para acalentar um pobre moribundo.
Lembro-me que em meados do mês de Agosto, as tardes eram longas, os olivais do norte do País, reluziam o seu verde forte, imponente. Nas suas casas o pessoal preparava-se para um ano farto e feliz. Naquele mês a cegonha tinha sido generosa, pois quatro mulheres estavam grávidas e deveriam dar a luz. Dona Iria já havia preparado todo seu aparato para a sua grande missão, mas para Iria tudo se resolveria numa questão de fé, organização e um pouquinho de sorte. A vida caminhava lentamente como tudo naquela região. O rio Tejo abastecia as pequenas casas, ainda de madeira. Tudo parecia na maior normalidade. Mas ouve-se alguém gritar Dona Iria, parece que alguém vai dar à luz e estão dizendo que dona Catarina, dona Júlia e dona Elvira, também estão passando mal. Parece, Dona Iria que as quatro mulheres vão dar a luz ao mesmo tempo. Não se apoquente meu filho, há jeito para tudo. Disse dona Iria com uma calma invejável. Acenou ao seu Zé que já vinha com a carroça preparada. Dona Iria juntou os seus apetrechos de parteira, jogou tudo dentro de um saco grande, subiu para carroça e dirigiu-se rumo ao casal. Há tempo que não chovia na região e naquele dia as pesadas nuvens pareciam programar uma tempestade. O vento já havia chegado fazendo da região um caldeirão de poeira vermelha cobrindo todo o céu. Era tanta poeira que o céu ficou vermelho, um cenário arrepiante! Mas a velha parteira não se intimidava e cruzando aquela ventania empoeirada chegou ao casal. E foi assim, com a sua calma e sabedoria popular que dona Iria trouxe ao mundo o forte João. Sem perder tempo montou na carroça do seu Zé e rumou a outra casa. Enfim, a chuva chegou, mas diante da alegria de ver a terra molhada novamente chegou também a preocupação, pois o vento soprava forte, e como se não bastasse, com a chuva veio o granizo. E agora, aquela que era uma empoeirada e seca estrada, tornou-se num lamaçal escorregadio e intransponível. Mas para a velha guerreira, só Deus a impediria de ver mais um rebento chegar ao mundo.
A chuva era muito forte, o vento balouçava a carroça de um lado para o outro, mas não demorou muito e outra casa recebia a visita da velha parteira. E foi assim que Mauro veio ao mundo. Para se somar mais um habitante,
Os sinais de cansaço já incomodavam a mulher, mas ainda havia uma criança para vir ao mundo, e ela não poderia falhar. Aconselhada a esperar que a chuva passa-se, ela não se intimidou dizendo: A natureza não espera, e eu também não. Dizendo isto já estava sobre a carroça a chamar pelo velho Zé, seu marido. A chuva não dava tréguas, o vento aumentava, o granizo caia lançando pedras. Mas a missão precisava ser cumprida. O velho burro que puxava a carroça já não resistia mais. E ao passar pela ponte branca do rio, o animal escorregou na lama da estrada vindo a lançar a carroça contra um barranco. Dona Iria e seu Zé foram jogados fortemente contra um valado, perto da ponte. Seu Zé nada sofreu, mas a velha parteira por ter batido com a cabeça, ficou por alguns minutos desmaiada e quando voltou a si, notou um corte profundo na cara. Dona Iria arrancou de dentro do saco um lenço, enrolou-o na cabeça, agarrou o velho Zé pelo braço e caminhou até à casa de dona Júlia. Cambaleou, coxeou, quase rastejou, mas em pouco tempo batia à porta da casa da mãe, em trabalho de parto. E não demorou muito refazer-se, e no meio de um carinho e de outro, fez o corte do cordão umbilical e a velha parteira trouxe ao mundo o Ruizinho. Dona Júlia abraçava pela primeira vez a sua cria, enquanto no fundo da sala do piso assoalhado, dona Iria fechava os olhos e ali mesmo nos braços de seu companheiro, morria.
É simplesmente desmoralizante. Ver e ouvir os serviços de notícias das três ou quatro estações de televisão é pena capital. A banalidade reina. O lugar-comum impera. A linguagem é automática. A preguiça é virtude. O tosco é arte. A brutalidade passa por emoção. A vulgaridade é sinal de verdade. A boçalidade é prova do que é genuíno. A submissão ao poder e aos partidos é democracia. A falta de cultura e de inteligência é isenção profissional.
Os serviços de notícias de uma hora ou hora e meia, às vezes duas, quase únicos no mundo, são assim porque não se pode gastar dinheiro, não se quer ou não sabe trabalhar na redacção, porque não há quem estude nem quem pense. Os alinhamentos são idênticos de canal para canal. Quem marca a agenda dos noticiários são os partidos, os ministros e os treinadores de futebol. Quem estabelece os horários são as conferências de imprensa, as inaugurações, as visitas de ministros e os jogadores de futebol.
Os directos excitantes, sem matéria de excitação, são a jóia de qualquer serviço. Por tudo e nada, sai um directo. Figurão no aeroporto, comboio atrasado, treinador de futebol maldisposto, incêndio numa floresta, assassinato de criança e acidente com camião: sai um directo, com jornalista aprendiz a falar como se estivesse no meio da guerra civil, a fim de dar emoção e fazer humano.
Jornalistas em directo gaguejam palavreado sobre qualquer assunto: importante e humano é o directo, não editado, não pensado, não trabalhado, inculto, mal dito, mal soletrado, mal organizado, inútil, vago e vazio, mas sempre dito de um só fôlego para dar emoção! Repetem-se quilómetros de filme e horas de conversa tosca sobre incêndios de florestas e futebol. É o reino da preguiça e da estupidez.
É absoluto o desprezo por tudo quanto é estrangeiro, a não ser que haja muitos mortos e algum terrorismo pelo caminho. As questões políticas internacionais quase não existem ou são despejadas no fim. Outras, incluindo científicas e artísticas, são esquecidas. Quase não hácomentadores isentos, ou especialistas competentes, mas há partidários fixos e políticos no activo, autarcas, deputados, o que for, incluindo políticos na reserva, políticos na espera e candidatos a qualquer coisa! Cultura? Será o ministro da dita. Ciência? Vai ser o secretário de Estado respectivo. Arte? Um director-geral chega.
Repetem-se as cenas pungentes, com lágrima de mãe, choro de criança, esgares de pai e tremores de voz de toda a gente. Não há respeito pela privacidade. Não há decoro nem pudor. Tudo em nome da informação em directo. Tudo supostamente por uma informação humanizada, quando o que se faz é puramente selvagem e predador. Assassinatos de familiares, raptos de crianças e mulheres, infanticídios, uxoricídios e outros homicídios ocupam horas de serviços.
A falta de critério profissional, inteligente e culto é proverbial. Qualquer tema importante, assunto de relevo ou notícia interessante pode ser interrompido por um treinador que fala, um jogador que chega, um futebolista que rosna ou um adepto que divaga.
Procuram-se presidentes e ministros nos corredores dos palácios, à entrada de tascas, à saída de reuniões e à porta de inaugurações. Dá-se a palavra passivamente a tudo quanto parece ter poder, ministro de preferência, responsável partidário a seguir. Os partidos fazem as notícias, quase as lêem e comentam-nas. Um pequeno partido de menos de 10% comanda canais e serviços de notícias.
A concepção do pluralismo é de uma total indigência: se uma notícia for comentada por cinco ou seis representantes dos partidos, há pluralismo! O mesmo pode repetir-se três ou quatro vezes no mesmo serviço de notícias! É o pluralismo dos papagaios no seu melhor!
Uma consolação: nisto, governos e partidos parecem-se uns com os outros. Como os canais de televisão.
Dijsselbloem, falou em mulheres e copos mas refere-se ao descalabro das reformas antecipadas e múltiplas que muitos portugueses gozam sem ter descontado para tal. Vieira da Silva sabe-o e já está a tentar tapar o buraco...os nossos políticos deveriam ser engavetados pelo mal que tem feito Às gerações futuras de Portugal e a penúria que estão a infligir aos novos. Os salários baixos dos jovens são a compensação para os pensionistas milionários que temos. Mulheres? Não. Whisky? Sim muito, e viagens às Caraíbas à conta de quem trabalha com salário mínimo...LOL
Em todo e qualquer país e em todas as sociedades civis, há um fio condutor que assegura o seu progresso e a sua existência. Também o seu futuro. Este fio condutor é composto fisicamente (?) de duas realidades diferentes: uma de natureza humana e outra de natureza sobrenatural. Esta última, representa o seu passado e os milhões de pessoas que o serviram, mas que já morreram. A natureza humana representa aqueles que estão vivos e a representam.
Este fio condutor obedece a regras inscritas, talvez, na natureza. Aquela parte do fio de condição humana pode aguentar esforços de distensão rápida ou mesmo de estagnação ou compressão, mas nunca de rupturas. De qualquer modo, deve estar sempre atenta à componente a que chamei de natureza sobrenatural, muito extensa, que representa aqueles já desaparecidos, ou seja, o passado do país ou da sua sociedade civil. A sua cultura.
Quem tiver a incumbência de tomar decisões, se não respeitar esta realidade, ou até se a quiser ignorar, pode provocar roturas de grande dimensão e, muitas vezes, a rutura completa do tal fio condutor e das realidades culturais e projectos de toda a ordem, que ele assegurava.
De certo modo, foi isso que aconteceu em Portugal depois da Revolução dos Cravos. Os capitães de Abril tiveram muitos seguidores, embora de natureza mais moderada, mas que cometeram e continuam a cometer erros de estratégia nas suas tomadas de decisão. Isto acontece, rigorosamente, pela total desresponsabilização com que se passa uma esponja aos sistemáticos maus decisores.
Para se poder gerir com eficácia o nosso país, seria impossível fazê-lo sem o auxílio de um Banco de Dados à escala nacional. Muitas coisas, os portugueses desconhecem de Portugal mas, o PORDATA já é, mais ou menos, do conhecimento público. De lamentar que, com um Estado Monstro, não tivéssemos este precioso auxiliar, tão essencial, que foi levado a cabo por uma entidade privada!
Onde pára o nosso serviço público?
Todo o negócio, seja ele pequeno, médio ou grande, tem como maior objectiva o lucro (no Estado isto é discutível).
Chegar aos melhores resultados, principalmente quando à frente desse caminho surgem os complicados desafios que, hoje, enfrentam as empresas de transporte rodoviário e urbano de pessoas, não é tarefa fácil. O aumento da concorrência direta, indireta e, inclusive, as condições das estradas; a falta de segurança; o o preço dos combustíveis, as várias questões relativas à legislação existente e o próprio momento político e económico, são factores que não podem ser deixados de lado. A crise do actual modelo de urbanismo, (as Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto, fizeram enriquecer milhares de pessoas!), em vez de um todo, ligado com harmonia, temos um total desordenamento, altamente dispendioso!
As mudanças políticas, sociais e económicas à escala mundial, requerem um novo esforço de organização desse espaço urbano, do transporte público, privado e de um trânsito sem loucuras. Congestionamentos crónicos, que originam a redução e desordenamento da oferta do transporte público, a queda da sua mobilidade e acessibilidade, a degradação das condições ambientais e os altos índices de acidentes de trânsito, são o cenário presente em muitas cidades e vilas. O inadequado modelo atual de transporte urbano é um fator agravante, gerando elevados dispêndios e atraso no desenvolvimento económico da sociedade. As cidades e vilas portuguesas, como de resto muitas outras de países desenvolvidos ou em desenvolvimento, foram transformadas, nas últimas décadas, em espaços virados para o automóvel. O transporte próprio dominou o panorama urbano. O número de carros foi sempre crescendo, definindo-se como a única alternativa eficiente de transporte para as pessoas. Mesmo para as pessoas sem grandes recursos financeiros. O sistema viário foi adaptado e ampliado, com elevados gastos de erário público, para garantir melhores condições e fluidez. Todavia, a situação do trânsito não teve melhoras, antes pelo contrário! Isso, teria resolvido muitos problemas. Os Sistemas Urbanos de Transportes, vivem crises cíclicas, em virtude, principalmente, da incompatibilidade entre custos, e receitas e das deficiências na sua gestão e operacionalidade. Em breve surgirão os impactos da escassez do crude.
A implementação dos Sistemas Interligados de Transporte Urbano, nunca foi uma realidade em Portugal. De resto, a falta de comunicação e diálogo entre operadores e utentes tem sido tão grande que nem os próprios funcionários das empresas concessionárias sabiam, muitas vezes, precisar a veracidade das informações que circulavam e, ainda, precisar o prazo para as mudanças urgentes.
De bem imprescindível, o transporte público transformou-se num mal necessário para as pessoas que não podem dispor de um automóvel. Mesmo para as que podem, os dias estão chegando ao fim.
A noção de serviço público é relevante para analisar o papel do Estado na Economia:
A intervenção do Estado na Economia, em maior ou menor grau, reflecte-se nos modos de se organizar os serviços públicos. Assim, num modelo de Estado de Bem-estar o Estado tende a intervir mais na Economia, na medida em que assume maior número de prestações, como prestador directo ou indirecto. Um modelo neoliberal tende a reservar ao Estado um papel de controlador ou regulador dos serviços públicos, que são oferecidos em regime de concorrência pela iniciativa privada e apenas podem ser assumidos pelo Estado quando verificadas as chamadas “falhas de mercado”. O Estado não pode subtrair-se, no entanto, à obrigação de controlar, assegurar ou gerir as actividades que reconhece formalmente como serviços públicos, seja qual for o modelo económico vigente.
1 FIGUEIREDO, Lúcia Valle.
A noção de serviço público é relevante para analisar o papel do Estado na Economia:
A intervenção do Estado na Economia, em maior ou menor grau, reflecte-se nos modos de se organizar os serviços públicos. Assim, num modelo de Estado de Bem-estar o Estado tende a intervir mais na Economia, na medida em que assume maior número de prestações, como prestador directo ou indirecto. Um modelo neoliberal tende a reservar ao Estado um papel de controlador ou regulador dos serviços públicos, que são oferecidos em regime de concorrência pela iniciativa privada e apenas podem ser assumidos pelo Estado quando verificadas as chamadas “falhas de mercado”. O Estado não pode subtrair-se, no entanto, à obrigação de controlar, assegurar ou gerir as actividades que reconhece formalmente como serviços públicos, seja qual for o modelo económico vigente.
Se perguntarmos à maioria dos portugueses o que pensam sobre a nossa educação, além de saberem que a qualidade não é muito boa, nada mais adiantam. Assim, por notícias publicadas em semanários credíveis, convirá adiantar alguns dados: “ Entre 1995 e 2004, dados do último relatório da OCDE, (disponível “on line”) Portugal gastou mais em serviços de educação em relação ao seu PIB (riqueza criada) do que a Holanda, a Suíça, a R. Checa, o Reino Unido, o Luxemburgo, o Canadá, a Grécia, a Espanha, os EUA, o Japão, a Estónia, a Irlanda ou a Eslováquia, por exemplo. Claramente acima de Portugal, só a Suécia e a Dinamarca. Se alguns destes países têm PIB monstruosos, outros, como a R. Checa, a Grécia ou a Eslováquia são comparáveis. E apesar de gastarem menos têm resultados claramente melhores. Qual é o problema? O problema pode não ser público ou privado. Constituir uma escola privada em Portugal deve ser mais difícil do que constituir um banco ou uma companhia de seguros. Na verdade quase todo o investimento nas escolas é público. Apesar disto tudo, as melhores escolas, veja-se os rankings, são privadas! Em conclusão: Os nossos resultados em educação são péssimos e não é por falta de dinheiro.
Desta conclusão nunca falou a Portugal o sindicalista de serviço. Só se preocupa em defender o público, aquilo que aliás faz as televisões nos seus telejornais! Até parece que os governos em exercício e as escolas privadas, têm na comunicação social mais um opositor, além do exército dos partidos revolucionários! Quanto a defenderem a escola privada com as suas melhores classificações anuais, “boca calada”! Porque será?
Depois de um enorme e insistente fervor ateísta, assistimos agora, impotentes, a uma transformação subtil e perigosa de algumas correntes radicais a favor de uma desconstrução da nossa cultura europeia e ocidental! Com isso, todas as sociedades ocidentais estão a entrar em perda de harmonia estrutural, logo de solidez. E, por isso, eles, na sua actuação, estão a comprometer o presente e o futuro desta nossa milenar civilização.
Tais correntes radicais são certamente o expoente máximo de um bem-estar social a que chegou esta nossa cultura e que é hoje tomado por elas como escasso e também considerado, como um dado adquirido num mundo repleto de incertezas no futuro.
Os sistemas de ensino entraram, em Portugal, numa desencantada e vazia fonte de aprendizagem não dando aos alunos uma perspectivai real da cultura que nos trouxe até aqui, perdendo-se ultimamente em preocupações “revolucionárias”, sobre figuras ou conceitos de um passado recente, preocupações bem pequenas e irrisórias quando comparadas com uma larga visão de um mundo, de um país e de uma civilização de milhares de anos.
Nunca tais racionalistas radicais poderão entender a grandeza de gente muito anterior ou posterior a Cristo que, muito para lá da barriga e do conforto, se preocupou essencialmente em desvendar os segredos da natureza, do Homem e do universo, procurando descobrir o seu lado espiritual e superior.
Nunca eles poderão entender ou querer entender, se o universo funciona como um grande pensamento divino.
Tais seres limitam-se a pensar que eles próprios são o universo!
Não admitem que a matéria possa ser como os neurónios de uma grande mente, um universo consciente e que 'pensa'. Nem sequer aceitam como possível que todo o conhecimento possa fluir e refluir da nossa mente, uma vez que estamos ligados a uma mente divina que contém todo esse conhecimento.
A sua atenção, está tão concentrada no microcosmo que não se apercebem do imenso macrocosmo à nossa volta.
Portanto, também não podem aprender e compreender as grandes verdades do cosmo, ou observar como elas se manifestam nas nossas próprias vidas.
Nem que das galáxias às partículas subsónicas, tudo é movimento.
Tão pouco aceitarão que a própria matéria não é passiva ou inerte, como nos pode parecer a nível material, mas repleta de movimento.
Duvidarão sempre esses assanhados racionalistas, que o claro e o escuro também são manifestações da luz e que a síntese da árvore da vida poderá ser o Homem Arquétipo. Ou duvidam, também, que a Água, Ar, Terra e Fogo, objectos de referência em várias obras de expressão literária, plástica e filosófica, sejam os “ Quatro Elementos” da natureza.
Pessoalmente, acredito que este novo século, forçosamente, trará de volta uma nova ordem social e política. Porque, serão finalmente repostos o respeito e os tradicionais valores humanos. Nos dias de hoje, a “pirâmide” está completamente invertida.
Representará tal, uma conquista e uma vitória contra o crime organizado, a criminalidade económico-financeira, o oportunismo e o materialismo selvagem que têm vindo a revelar-se uma ameaça grave contra a moral, democracia e sociedade em geral, e da própria economia.
Quem tiver por hábito manter-se informado sobre o mundo, sabe de previsões de organismos internacionais cheios de credibilidade, no sentido de uma certeza absoluta: a escassez, dentro de duas ou três dezenas de anos, de bens essenciais à manutenção do nível de bem-estar dado como adquirido na Terra, pelos países mais desenvolvidos.
Serão os casos, além de muitos outros, do petróleo e, mais ainda, da água potável! A confirmarem-se tais previsões, e se outras soluções não forem encontradas, o «caos» instalado poderá tornar-se muito perigoso! Sabemos, ainda, que todo o pensamento é adivinhação, como referia Miguel Tamen na sua obra Maneiras de Interpretação. Dizia ele que só agora os homens começam a compreender o seu poder divinatório. Também dizia que só aquele que pode compreender esta Idade, ou seja – dos grandes princípios de rejuvenescimento geral – conseguirá apreender os pólos da humanidade, reconhecer e conhecer a actividade dos primeiros homens, bem como a natureza de uma nova Idade de Ouro que há-de vir …. O homem tornar-se-á consciente daquilo que é: compreenderá finalmente a Terra e o Sol, talvez mesmo, o próprio universo!
Mesmo quando nos servimos da ficção, o nosso pensamento pede adivinhação! Gente entendida e sabedora admite como provável que o surgimento do próprio ser humano tenha ocorrido há cerca de 1 7000 000 de anos. Até hoje, sempre a Terra deu ao Homem os seus meios de sobrevivência. Que estará para acontecer?
É na lógica de uma próxima escassez dos bens essenciais, por exaustão, que será de admitir a vinda de um «caos» mais acentuado. Tanta coisa vai mal no consumo, gestão e preservação dos bens da Terra! O primado do individual sobre o bem comum, por exemplo, é outro ponto que contribui para esta ruptura. Embora seja despiciendo subestimar o individual, um ponto essencial de equilíbrio colectivo é indispensável à nossa sobrevivência.
Parece, contudo, que depois deste «caos» em crescendo, surgirá a já anunciada nova Idade de Ouro. Poderíamos também chamar-lhe de «Paraíso», ou seja, alguma coisa bem melhor do que tudo o que tem existido até hoje. Esse “paraíso” virá, na normal convicção, de uma força universal a unir as pessoas, e que brotará por volta de 2040 na montanha Sinjar, no Iraque. Resultará ela, de uma nova cultura que, sem ofuscar a individualidade, conseguirá sobrepor-se a ela, fazendo desabrochar um novo sentido colectivo, quase perfeito, em consequência directa de se ter atingido um grau superior na sua civilização.
Novamente aquela região doa grandes rios, na qual nasceram as maiores religiões monoteístas do mundo e outras civilizações, será o berço de uma nova civilização! A Sociedade Global em pleno. Muitos apontam, hoje, duas vias para a globalização, ignorando, todavia, que em 2040 estará implementada na Terra uma terceira via! A Idade de Ouro.
Essa será a grande mudança a ocorrer e constituirá o desaparecimento da mediocridade e oportunismo que nos conduziram ao «caos», relativo, do início deste século. Assim poderá ser em meados do actual século!
Ontem um blog do Financial Times contava a seguinte anedota que ajuda a explicar o esquema do ‘bailout' ao Chipre: um abastado e afidalgado turista alemão chega a um hotel numa pequena aldeia cipriota. Quando chega à receção pede para inspecionar os quartos para ver se são bons. O dono do hotel dá-lhe as chaves e o turista alemão, antes de subir as escadas para ir ver os quatros, deixa-lhe em cima do balcão uma nota de 100 euros. Enquanto espera, o dono do hotel agarra nos 100 euros e vai ao talho pagar a sua dívida. O dono do talho agarra nos 100 euros e vai a correr para o senhor que cria porcos para lhe pagar o que lhe devia.
Este pega nos 100 euros e vai à bomba de gasolina saldar as suas dívidas. O senhor da bomba vai à tasca pagar os copos que ontem bebeu e não pagou. O dono da tasca agarra nos 100 euros e entrega a uma prostituta que ontem lhe tinha "oferecido" os seus serviços a crédito. A prostituta pega no dinheiro e vai ao hotel para dar ao dono os 100 euros pelo quarto que ela usou no dia anterior e não pagou.
E entretanto, o abastado e afidalgado turista alemão desce as escadas e encontra a sua mesma nota de 100 euros no balcão da receção. Diz que não gostou dos quartos e agarra na sua nota de 100 euros, mete-a no bolso, e vai-se embora. Mas entretanto, toda a aldeia ficou Feliz já que todos ficaram livres das suas dívidas.
O IMI tem sofrido várias mudanças que vão afectar os contribuintes este ano.
Taxa de IMI nos 0,45%
Há anos que a taxa máxima do IMI se fixava entre os 0,3% e os 0,5%. No entanto, o Orçamento de Estado para 2017 decidiu recuar o limite máximo para os 0,45%: esta medida beneficiará por certo os contribuintes portugueses porque trava eventuais subidas, diz a DECO.
Além disso, esta mudança traduz-se na poupança de alguns euros. Imagine-se o seguinte cenário: No caso da aplicação da taxa de 0,5% sobre uma casa com um valor patrimonial avaliado em 100 mil euros pagaria de IMI 500 euros. Com a alteração da taxa máxima para 0,45%, o proprietário passará a pagar menos 50 euros.
Há um adicional de IMI.Sai o imposto de selo, entra o adicional de IMI. No fundo, trata-se de um valor extra que será aplicado sobre a totalidade dos imóveis detidos por um contribuinte em território nacional. Neste sentido, será imposta uma taxa de 0,7% aos contribuintes singulares que possuam um imóvel avaliado entre os 600 mil euros e 1 milhão de euros. Acima do milhão é aplicada uma taxa de 1% ao Valor Patrimonial Tributário (VPT). Os imóveis afectos a actividades económicas – comércio, indústria ou serviços – ficam de fora. Só?
Desconto fixo para dependentes.
A maioria das autarquias aderiu ao IMI familiar: isto é, um desconto que diz respeito aos residentes nacionais que tenham filhos a seu cargo. No entanto, o IMI familiar mudou de moldes em 2017 porque em vez de ser atribuída uma taxa de desconto a cada filho vai passar a ser aplicado um valor fixo por dependente.
Por outras palavras, isto significa que uma família com um filho terá uma redução de 20 euros no valor final do IMI, 40 euros se forem dois ou 70 euros no caso do agregado familiar ser composto por três ou mais filhos dependentes.
A vista e a exposição solar podem sair caro! Mesmo com chuva e trovoadas frequentes!
De todas as mudanças que o IMI sofreu no último ano, esta foi uma das mais polémicas. Em 2017 o coeficiente de localização e operacionalidade relativa passou a ter uma maior ponderação no cálculo do coeficiente de conforto e qualidade. Trocando por miúdos, se o seu imóvel tiver uma boa vista e uma óptima exposição solar saiba que estes factores agravam o valor do imposto a pagar.
Assim sendo, a majoração quadruplica – passa de 5% para 20%. No cenário inverso, os mesmos factores podem diminuir para metade a valorização do seu imóvel: falamos nada mais, nada menos do que uma redução de 10% no valor do IMI. Mas porque se mexeu nos coeficientes? A ideia é aproximar o valor das casas ao do mercado imobiliário.
Quem tem isenção de IMI? Os idosos não podem continuar a ser mais esquecidos!
Aqui está uma boa pergunta, mas uma coisa é certa quem legisla só tem uma grande preocupação: Arrecadar impostos, principalmente para pagar uma actividade autárquica totalmente desregulada e esbanjadora.
Queiram ou não, e mesmo sem nenhum socialismo no horizonte, temos de concordar que existem duas “franjas” em todas as sociedades: Que merecem todo o respeito!
1 - Os idosos e as crianças. A sociedade tem a responsabilidade de proteger e acarinhar estas duas “franjas”.
2 – É fácil perceber que dentro dos idosos, muitos não precisam de protecção.
3 – Seria de bom-tom que os legisladores definissem um numeroso grupo de idosos com, as mesmas características sociais. Certamente, o grupo que agrupa aqueles que têm uma casa para viver e ao longo da vida a pagaram, e a beneficiaram até à sua reforma. Com sol ou sem sol……
4 – Aqui começa o problema. Ele reside na pobreza em que vivem muitos, muitos idosos. Pobreza essa fabricada pela insensatez e desumanidade dos políticos, na generalidade.
5 – Os mesmos políticos que dão reformas chocantes a muita gente, principalmente, a políticos e gente do aparelho estatal e partidário, cavaram sem escrúpulos a miséria em que morrem muitos idosos. Idosos que pagaram mensalmente, eles e as suas entidades patronais. Mais ou menos 30% do seu vencimento. Tais políticos que, em nome de um suposto direito revolucionário, nacionalizaram as famosas Caixas de Previdência. Os mesmos políticos, que da mesma forma revolucionária, deram reformas a milhares de pessoas que nunca tinham descontado para esse efeito. Entretanto, aqueles que hoje estão a sofrer, pela idade e pela penúria injusta, em que esperam morrerem.
6 No Estado tudo foi diferente! Na política ainda mais, onde apareceram milhares de reformas escandalosas, em gente que não as pagou. É que os contribuintes idosos a que nos referimos, as vítimas, descontaram no pressuposto de que iriam ter uma reforma até ao final da sua vida. Bom, afinal essa reforma para ser vitalícia e igual, necessitava de ser actualizada com a inflação. Nunca o foi!
NOTA FINAL - Assim, deixou de ser a reforma a que tinham direito! Mais, sem o mínimo respeito, levaram cortes de toda a ordem. Perto da morte, não têm um sustento mínimo para viver e, ainda, têm que gastar em telhas, tijolos e telhado, aquilo que não têm sequer, para comer e comprar medicamentos!
7 – É este imenso grupo de idosos, que deixa à sociedade um valor patrimonial, sem que os políticos de hoje, façam aquilo que os “fascistas” do “anterior regime” faziam, ou se seja, BAIIROS SOCIAIS.
Por último, ainda chamam a isto democracia e direitos constitucionais! Direitos para uns, os do sistema, miséria e sofrimento para o resto do povo!
Na verdade, Cassim, irmão mais velho de Ali-Bábá, casou-se com uma moça rica, filha de abastado mercador. Morto este, o casal herdou toda a herança. Cassim-Bábá ficou rico. Ali-Bábá, ao contrário, casou-se com uma jovem pobre. Viviam mal, longe da cidade. Ali, era lenhador e só possuía três burrinhos, com os quais levava lenha para vender na cidade. Um dia, quando Ali-Bábá estava cortando lenha perto de uma montanha, aproximaram-se, numa nuvem de poeira, nada menos de 40 ladrões. Um deles, Cogiá Hussein, o chefe, aproximou-se da montanha e gritou:
- Abre-te Sésamo!
Abriu-se uma porta na rocha da montanha por onde entraram os 40 ladrões, cada um carregando uma grande sacola. Minutos depois, todos saíram, agora com as sacolas vazias. E Cogiá outra vez gritou:
- Fecha-te Sésamo
E a porta fechou-se.
Ali desceu de uma árvore, onde se havia escondido e gritou na direção da montanha:
- Abre-te Sésamo
E a porta atualizada pela globalização, abriu-se. Na caverna, Ali encontrou um grande tesouro: joias preciosas, dólares, confissões de dívida, moedas e taças de ouro e prata, tapetes persas etc., uma fortuna incalculável…
Ali encheu uma sacola de moedas de ouro, abriu a porta da caverna com a senha mágica e gritou:
Fecha-te Sésamo
E a porta fechou-se. Em casa, Ali e sua mulher pensaram contar quantas moedas havia na sacola. Para isso, ela pediu uma vasilha emprestada à esposa de Cassim. Esta pensou;
- Eles são tão pobres! O que terão para irem contar? Resolveu colocar um pouco de sebo no interior da vasilha. Assim, alguma coisa nela ficaria grudada e saberiam do que se tratava. Então, uma moeda de ouro ficou grudada ao fundo da vasilha.
No dia seguinte Cassim que era rico mas muito invejoso, apertou Ali-Bábá, que acabou revelando o segredo dos ladrões e as palavras mágicas. Cassim não perdeu tempo. Preparou 10 mulas e 20 cestos e rumou à montanha.
- Abre-te, Sésamo, disse.
A porta abriu-se e Cassim carregou as mulas com grande fortuna, Mas aconteceu que, na hora de sair, esqueceu-se das palavras mágicas.
- Abre-te isto, aquilo, aqueloutro e nada da porta se abrir.
Foi assim que Cassim, surpreendido com a boca na botija pelos 40 ladrões, acabou executado.
Creio que aí está a origem do crime da “lavagem de dinheiro”. Pelo que acontece por aí, não é tão difícil ficar rico ilicitamente. Difícil é esconder o produto do crime. Onde guardar milhões? Onde esconder apartamentos, edifícios e fazendas? Eis por que a criminalidade inventou a maneira de “lavar o dinheiro”., obrigando o legislador a aprovar normas que incriminem o facto.
Parece que existem para tal leis tão mal feitas que se existissem no tempo de Cassim, já mais ele teria sido executado! Entre nós para se entrar na caverna da impunidade da lavagem de dinheiro, nem é preciso conhecer a senha mágica. A porta já está entreaberta. Ao criminoso para se safar da persecução penal, basta caminhar pelas brechas da lei.
Já não sei, em que dia estamos. Lá em casa não há calendários, e na minha memória as datas estão todas misturadas. Recordo-me daquelas folhas grandes, uns primores, ilustradas com imagens dos Santos que colocávamos ao lado do toucador.
Já não há nada disso. Todas as coisas antigas foram desaparecendo. E sem que ninguém desse por isso, eu também me fui apagando…… Primeiro mudaram-me de quarto, pois a família cresceu. Depois passaram-me para outro menor, ainda, com a companhia das minhas bisnetas. Mas tudo bem …. Desde há muito tempo que tinha intenção de escrever, porém, passava semanas à procura de um lápis. E quando o encontrava, voltava a esquecer onde o tinha posto. Na minha idade todas as coisas se perdem facilmente. É claro que não é uma doença delas, das coisas, porque estou certa que as tenho, elas é que desaparecem.
Uma tarde destas, dei-me conta que a minha voz tinha também desaparecido. Quando falo com os meus netos ou com os filhos, eles não me respondem. Todos falam sem me olhar, como se eu não estivesse ali, ouvindo, atenta, o que dizem. Às vezes, intervenho na conversação, certa de o que vou dizer não lhes ocorrera e que poderá ser-lhes útil. Porém não me ouvem, não me olham, não me respondem. Então, cheio de tristeza, retiro-me para o meu quarto e vou beber uma chávena de chá. Faço assim, de propósito, para que percebam que estou aborrecida, para que compreendam que me entristecem, venham buscar-me e me peçam perdão. Porém, ninguém vem …. Quando o meu genro ficou doente, pensei ter uma oportunidade de ser-lhe útil e levei-lhe um chá especial que eu mesma preparei. Coloquei-o na mesinha e sentei-me à espera que ele o tomasse. Só que ele estava a ver a televisão e nem um só movimento me indicou que ele dera conta da minha presença a seu lado. O chá, pouco a pouco, arrefeceu, e com ele também o meu coração.
Então, um dia destes disse-lhes que quando eu morresse, todos iriam arrepender-se. O meu neto mais pequeno, disse: “Ainda está viva avó?” Acharam todos muita graça, que nem paravam de rir. Chorei três dias no meu quarto, até que uma manhã, entrou um dos rapazes para ir buscar um «skate». Nem os bons dias me deram! Foi então que me convenci que sou INVISÍVEL.
Uma vez parei no meio da sala para ver, se tornando-me um estorvo, reparavam em mim. Porém, a minha filha continuou a varrer à minha volta, sem me tocar enquanto os meninos corriam de um lado para o outro, sem tropeçar em mim. Um dia os meninos, agitados, vieram dizer-me que no dia seguinte iríamos todos passar um dia no campo. Fiquei muito contente. Há tanto tempo que não saía, e mais ainda, não ia ao campo! Nesse Sábado, fui a primeira a levantar-me. Quis arrumar as minhas coisas com calma. Nós, os velhos, demoramos muito a fazer qualquer coisa, e assim, adiantei o meu tempo para não nos atrasarmos. Muito apressados, todos entravam e saíam de casa a correr e levavam as bolsas e os brinquedos para o carro. Eu estava pronta, e muito alegre, permaneci no meu cubículo à espera deles. Quando dei conta, eles já tinham partido e o automóvel arrancou envolto em algazarra. Compreendi então, que não tinha sido convidada. Talvez não coubesse no carro…. Ou se calhar porque os meus passos lentos impediriam que todos caminhassem a seu gosto pelo bosque. Naquela hora, o meu coração encolheu e a minha cara tremeu como quando a gente tem de engolir a vontade de chorar. Eu percebo-os. Eles têm o mundo deles. Riem, gritam, sonham, choram, abraçam-se, beijam-se. E eu, já nem sei qual o gosto de um beijo. Dantes beijava os pequenitos e era um prazer enorme tê-los nos meus braços, como se fossem meus. Sentia a sua pele macia e a sua respiração doce, bem perto de mim. A sua vida nova, dava-me alento e até me dava vontade de cantar canções de que nunca pensara lembrar-me ainda. Mas um dia, a minha neta Joana que acabara de ser mãe disse-me que não era bom que os anciãos beijassem os bebés. Por uma questão de saúde. Desde então que não me aproximo deles. Não quero transmitir-lhes nada de mau, devido à minha imprudência. Tenho tanto medo de os contagiar! Eu perdoo-os a todos. PORQUE …. QUE CULPA TÊM ELES, QUE EU ME TENHA TORNADO INVISÍVEL?
De ninitagsantos@gmail.com a 30 de Dezembro de 2009 às 01:00
Só queria dizer que este texto está simplesmente...MARAVILHOSO. Devíamos todos ponderar muito. Já não somos jovens, amanhã seremos invisíveis Obrigada pela lição de humanidade.
Quando se diz que a política bateu no fundo, sobre ela, que mais se poderá dizer? As cumplicidades são numerosíssimas, as teias são espantosamente grandes, os interesses em jogo de uma complexidade impressionante, e fazer com que tudo isto corra sem grandes «broncas», é tarefa quase impossível. Mas vão-no fazendo!
Teremos de concluir deste modo, pois não se vislumbra um só sinal tranquilizador de que as coisas poderão estar a caminho de melhorias. Sem se perceber bem a origem do mal, o país afunda-se a pouco e pouco num atoleiro. Os sinais são inúmeros e vêm de toda a parte: do universo do futebol, do mundo da política, da relação dos portugueses com a televisão. E dela própria. A mediocridade banalizou-se, tornou-se normal. O mau gosto alastra. A honra das pessoas perdeu valor e qualidade. Ninguém pode saber, com toda a sinceridade, a maneira de mudar este estado de coisas. Não se sente que haja energia suficiente para inverter tal situação. Há uma espécie de entropia instituída, de conformismo e facilitismo, que puxa o país para baixo. Sempre para baixo!
Perderam-se as referências. Já não se identifica a mediocridade, o mau e o bom gosto misturam-se, confunde-se a esperteza com a falta de carácter, a ambição com o oportunismo. Portugal afunda-se num enorme lodaçal. A salvação já não é colectiva nem é individual, é fugir. Emigrar para retemperar forças. A mente ocupada esquece facilmente as agruras da vida, mesmo as mais penosas. Assim, o contacto com a realidade do país que temos torna-se mais difícil. A maioria das pessoas quereria ser optimistas, até para criar uma onda de alto astral. Mas não dá. Tudo piora quando se houve ou lê, alguém responsável afirmar: “bons resultados para a nossa economia, o PIB cresceu 0,1 %”!! Meu Deus, parece que vivemos num país de atrasados mentais ou que nos querem fazer passar por isso! Falar claro e honestamente, sem medo de dizer (mesmo a Hugo Chaves), que a economia está estagnada. Ou pior, estagnada no fio da navalha!
Vejamos o que pensam os portugueses dos nossos partidos políticos e da Assembleia da República. Os últimos resultados das sondagens de opinião pública (2001) mostram a sensibilidade que as pessoas têm e que anda perto da realidade, quando muito pecando por defeito; hoje este tipo de sondagem não aparece publicado e se aparecer ninguém acredita nela! A manipulação é prática corrente. Percebe-se pelas contradições. Até a nossa participação nos Jogos Olímpicos foi anunciada como um grande êxito! Como é possível?
“ OS PARTIDOS políticos e a Assembleia da República são as instituições em que os portugueses menos confiam, ainda menos do que nas seguradoras, revela um estudo sobre a imagem dos serviços públicos encomendado pelo governo. Dados que o Ministério (Alberto Martins) do governo socialista (2001) interpreta como preocupante do ponto de vista da qualidade da democracia. Entretanto as coisas só pioraram! E novos motivos de preocupação com a saúde do sistema político são encontrados quando se avalia o nível de identificação com os partidos: Para 53,7 % dos inquiridos não há nenhum partido político do qual cada um se sinta próximo. Nesta sondagem realizada pelo Centro de Sondagens da Católica ainda se conclui que as Forças Armadas, a comunicação social e a banca são, em contra partida, as instituições que mais merecem a confiança dos inquiridos “. Em ordem decrescente os resultados foram: Forças Armadas 2.36%, Comunicação Social 2.34%, Banca 2.17%, Ordens Profissionais 2.13%, Administração Publica 2.11%, Patronato 2.08%, Tribunais 1.98%, Sindicatos 1.95%, Grupos Económicos 1.89%, Seguradoras 1.88%, Assembleia da Republica 1.86%, Partidos Políticos 1.49%!
A credibilidade atingiu um nível tão baixo entre os portugueses, que alguma coisa tem que ser feita. Será que os mais altos responsáveis da nação não se apercebem disto?
A realidade é sobejamente conhecida, mas os responsáveis de todos os quadrantes, mais não têm feito do que, como em gíria se diz, “assobiar para o lado”.
Um regresso muito desejado a uma sociedade mais transparente, mais humana e com predomínio da dignidade pessoal, pode estar em perigo.