O Republicanismo
Surgiu quando havia mais sinais de agitação política e social no mundo, principalmente em França, onde aparece a Comuna de Paris.
Em 1871, um estado revolucionário tinha-se instalado em Paris, a seguir à derrota francesa na guerra contra a Prússia. Os socialistas parisienses, apoiados nos operários, opuseram-se à Assembleia Nacional. O seu objectivo era reconstruir a França como uma federação de todas as comunas dotadas de um governo.
Em Portugal, o sentimento republicano nasceu da frustração causada pela política dos monárquicos constitucionais, que também não davam resposta às ânsias de reformas sociais.
Assim, por volta de 1880, o regime republicano surgia aos olhos de muitos políticos e intelectuais, como a única solução para modificar o estado do país.
A corrente ganhou novo fôlego em 1870, com a Comuna de Paris, o aparecimento do Socialismo e a cada vez menos interessante política dos monárquicos portugueses.
A instabilidade política
Instala-se de novo por todo o país, a partir do regicídio praticado a 1 de Fevereiro de 1908, tendo todo o interesse a transcrição deste facto circunscrito à Rocha, narrado na reedição da obra do Pie Francisco dos Santos Costa intitulada "O Santuário da Rocha, Coração de Carnaxide", publicada em 1993:
Eis que assim começa uma nova e grande fase da vida do nosso Santuário; e porque assim é, cedo começam as dificuldades a comprová-lo, não nos podendo esquecer de que estamos no doloroso ano em que ocorrem os trágicos acontecimentos de 1 de Fevereiro em que maçónicas mãos assassinas lançam a Nação no mais lamentável luto com a morte de D. Carlos I e seu prendado filho, o príncipe D. Luís Filipe em quem já se depositavam tantas esperanças.
Assim é que, menos de um ano após a sua vinda para a Rocha, o novo zeloso capelão, apesar de já ter conseguido algumas dezenas de irmãos para a Senhora da Rocha, é chamado à sessão de 11 de Abril de 1909, para lhe serem lidas as condições do concurso com que fora admitido e a Mesa lhe manifestar o seu desagrado por algumas invasões de atribuições (SIC)!
Contudo o pior ainda está para vir e não tardará em chegar. No triste ano do regicídio não houve, em boa verdade, propriamente festa, muito embora a Real Irmandade fizesse constar pela imprensa que só se faria a da igreja (religiosa), por coincidir o dia com a entrada do Sagrado AUSPERENE; a razão, porém, aparece-nos outra, porquanto ao lermos atentamente a acta de 20 de Maio de 1908, em que se escreve: a Mesa resolveu acatar e cumprir a resolução da Assembleia Geral, mandando celebrar o TE DEUM pela aclamação de S. M. El-Rei D. Manuel II, o que terá lugar no dia 31 do corrente" (SIC) , não parece difícil ler nas entrelinhas sentimentos de decência, vergonha, se não mesmo receio, em vistas do rescaldo ainda fumegante das revoltantes vergonhas de 1 de Fevereiro."