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O ENTARDECER

O ENTARDECER

LIÇÃO A COSTA

 

Excepto conhecendo a metodologia, os modelos e os dados utilizados, para após análise poderem ser criticados. Como nem o(s) modelo(s) nem a metodologia adoptada são conhecidos. A crítica quer externa, quer interna, nestas circunstâncias, fica dificultada e condicionada. Assim, torna-se difícil a confrontação séria, sem se cair numa situação em que cada um apresenta a sua versão, valendo o que vale, mais pela credibilidade do interlocutor, do que por qualquer outra questão. Ainda assim, analisemos:
Assistiu-se a um PM que estando preso aos factos da governação, em conjuntura adversa, pouco mais pode fazer do que justificar-se, perante alguém com argumentação livre, com guião fantasista, difícil de contrariar por falta de contraprova. As previsões que suportamos argumentos de Costa, são meras conjecturas, difíceis de contrariar antes de acontecerem os factos a que reportam,
– Costa não consegue dizer como apresenta cenários tão facilitadores e otimistas, tendo em conta o passado recente da governação socialista, e acreditando que o atual governo tudo fez mal, conforme quer fazer crer. Se foi assim tão mau, o seu cenário é falso. Se não foi, falsos e poucos sérios intelectualmente são os seus argumentos contra o governo.
-Costa argumenta que o governo se compromete com corte nas pensões de 600 milhões, mas não confessa que prevê entre 2016 e 2019, arrecadar 1.360 milhões de euros, com o congelamento das pensões (pagina 12 “Estudo do Impacto Financeiro do Programa Eleitoral do PS”) o que constituem cortes implícitos, por erosão do poder real de compra das pensões.
-Costa promete a eliminação da sobretaxa de IRS em 2016 e 2017, não confessa que tal é possibilitado graças aos bons resultados fiscais do atual governo e a um défice acumulado na legislatura de 2016 a 2019, de 2.800 milhões de euros (página 8 do mesmo documento).
-Costa argumenta que o actual governo será o primeiro a baixar o PIB relativamente ao inicio do mandato. Considerando o valor do PIB, previsto para 2015, pelo próprio PS, na página 28 do “estudo do impacto financeiro do programa do PS”, de 179 mil milhões de euros é superior ao de 2011 (176 mil milhões) e mesmo considerando Julho de 2011 (entrada em funcionamento do actual executivo. O que é abusivo pois o OGE de 2011, que condiciona a governação, foi aprovado pelo PS em 2010) andaria pelos 177,5 mil milhões de euros. Mais falsa se torna tal asserção, se tivermos em conta que o valor de 2010 (de 2009 e 2011, até ao resgate), foram possíveis com défices irrepetíveis na casa dos 10% do PIB e dos 15.000 milhões de euros, financiados por uma dívida, agora mais controlada e cujo défice actual é sobretudo para fazer face ao serviço da dívida, elevada precisamente graças ao desgoverno do PS.
-Costa apoia-se em cenários fantasiosos, que além de pretender vender como certezas, numa realidade que devia ter aprendido com a crise, que se tornou mais incerto do que habitual. Além dos factores de incerteza “normais” há de acrescentar neste momento a “crise” chinesa e a crise dos imigrantes. Mesmo assim, parte de realidades fantasiosas, sendo que no afã de obter bons resultados de imediato, até apresenta para os primeiros anos, previsões acima dos valores que as estatísticas já hoje apresentam. Por exemplo, para o desemprego prevê para 2015, 13,6% e para 2016, 12,2% (pagina 28), quando já hoje está abaixo dos 12%.
Para a dívida que será em 2019, de 117,9 % do PIB (ainda na pagina 28), quando já hoje, descontada a almofada financeira, e se aplicada no pagamento da dívida a relegaria para esse valor. Mas aqui há um factor positivo em Costa, para quem há pouco achava que a dívida era impagável ou devia ser renegociada, apresenta-se agora como campeão (ainda que falso) da sua diminuição (pagamento) é uma transformação de 180 graus. Afinal não é o Syriza que dá a lição à Europa e a Portugal, mas a Europa e Portugal (graças a Passos Coelho e à coligação) que dão a lição a Costa, que já a tendo intuído como brilhante aluno, se apresta a ir além da troika, de Bruxelas e da Srª Merkel, a dar explicações, em breve a Tsipras e Varoufakis.
-Face ao percurso irresponsável do PS, pré resgate, quer à irresponsabilidade e sentido errático de Costa, ao longo de 2014, no episódio eleições gregas e o amor confessado ao discurso e à prática do Syriza, não cola a imagem de “papagaio académico” que pretende fazer passar. Soa a falso, não só porque debita números avulso, sem modelo consistente nem metodologia apresentada, pretendendo enganar os distraídos, mas sobretudo porque tal comportamento não tem respaldo nem na prática recente ou passada do PS, e muito menos na de Costa.
-Apesar do negativismo da apreciação de Costa, Portugal saiu da depressão, inverteu o ciclo negativo, em rota de recuperação, afastou o espectro da troika e deixou de ser um protectorado, recuperando igualmente a soberania e o respeito internacional e dos credores. Todo este sacrifício se deve aos portugueses e ao governo, que não contou com o auxílio interno dos partidos da oposição, pelo contrário, tudo fizeram para contrariar o governo e agravar as condições de vida dos portugueses.

 

IR ALÉM DA TROICA

 

Aquele que foi o número dois da última governação socialista, no debate político televisivo, insistiu em insultar os portugueses de boa memória, eis a prova:

 “António Costa acusa Passos Coelho de ter ido além da Tróica”

Este senhor, quis ignorar os prejuízos sofridos pelo povo nos últimos quatro anos, da responsabilidade absoluta da última governação PS, e dispara contra tudo e contra todos, sem medir aquilo que afirma!

Nesse sentido, o Governo incluiu no seu programa não apenas as orientações que estavam incorporadas no memorando de entendimento "como várias outras que, não estando lá, são essenciais para o sucesso desta transformação" do país.

 

Esquecendo, que os dinheiros foram encaminhados para autoestradas, estádios de futebol, constituição de centenas de instituições público-privadas, fundações e institutos, de duvidosa utilidade, auxílios financeiros a empresas que os reverteram em seu exclusivo benefício, elevados vencimentos nas classes superiores da administração pública. A política lusa é um campo escorregadio onde os mais hábeis e corajosos penetram.

Para responder às acusações levianas de António Costa, nada melhor que recordarmos um artigo do semanário “Expresso” sobre o assunto:

DEBATE POLÍTICO TELEVISIVO

 

Para este propósito, parte-se do pressuposto de que observar o discurso é ir além da língua, é analisar as regras do seu uso, pois acredita-se que um sujeito, ao falar ou escrever, leva em consideração aqueles para quem o seu discurso é dirigido e os objetivos do debate.

Um outro ponto a salientar refere-se ao papel da média como formadora de opinião. Noutras palavras, a maneira como ela informa, interrompe e conduz os discursos dos candidatos a respeito de determinados fatos, matérias, acontecimentos, ou mesmo na distribuição dos tempos de antena! Tudo isto, pode influenciar e conduzir milhões de telespectadores. Não podemos esquecer que a TV forma, ou reforça a opinião pública e este é o seu poder. A grande maioria dos portugueses, não lê; informa-se pela televisão e isso constitui uma grande responsabilidade para tais organismos controladores do poder.

Ontem, quer do ponto de vista do conteúdo, quer do ponto de vista da mecânica dos debates, quem saiu vencedor? Passos ou Costa?

Assistiu-se a um PM que estando preso aos factos da governação, em conjuntura muito adversa, pouco mais pode fazer do que justificar-se, perante alguém com argumentação livre, com guião fantasista, difícil de contrariar por falta de contraprova. As previsões que suportam os argumentos de Costa, são meras conjeturas, difíceis de contrariar antes de acontecerem os factos a que se reportam.

Neste, como noutros debates idênticos, as perguntas só poderiam incidir sobre três questões! Ou seja, passado, presente e futuro. A vida de um país altamente endividado, está carente de uma análise fria e competente sobre estas três palavras. Ontem, hoje e amanhã, estarão sempre naquilo que for acontecendo, sem quaisquer possibilidades de mudanças milagrosas. Assim, encontrámos um Passos Coelho muito bem preparado para falar de tudo isto (com retórica mais ou menos professoral). Por outro lado, tivemos pela frente um António Costa que fugiu do passado como o diabo da cruz (pudera!). O momento em que o partido de Costa meteu o nosso país na bancarrota, precisa de um estadista competente em gestão e firme no manejo de números gigantes. De outro modo, em lugar de três bancarrotas, somos atirados para a quarta, sem dó nem piedade!

As várias referências que fez a números, foram de uma incapacidade gritante. -Costa argumentou que o governo se comprometeu com corte nas pensões de 600 milhões, mas não confessa que prevê entre 2016 e 2019, arrecadar 1.360 milhões de euros, com o congelamento das pensões (pagina 12 “Estudo do Impacto Financeiro do Programa Eleitoral do PS”) o que constitui cortes implícitos, por erosão do poder real de compra das pensões. Quando fala da despesa do Estado, diz que o seu partido deixou a dívida em 96% do PIB, e que hoje ela está em 120 e tal %! Esquece este senhor que o dono da Tróica, nas imensas obras faraónicas que fez, utilizou as famosas PPP, ou seja, fez sempre desorçamentação! Melhor dizendo, transformou Portugal no país europeu com mais autoestradas por Km2 e remeteu as dívidas envolvidas para pagamentos até 2030/40! Tais despesas, se tivessem sido orçamentadas e pagas no ano em que foram inauguradas, atirariam com a despesa para muito mais que os autuais 120%! Enfim, foram tantas as despesas com este tratamento e erros de gestão decididos, que nenhum governo do mundo os conseguiria pagar antes de meados DESTE SÉCULO. Por último, iremos esquecer como o senhor presidente da Câmara de Lisboa conseguiu diminuir as dívidas da sua autarquia, mesmo andando há muito em plena campanha eleitoral!

Como de costume, os políticos, jornalistas e supostas entidades públicas etc. dão hoje a vitória ao António Costa! Esta envolvente de bem com a vida, arrasa tudo e todos, principalmente o próprio país!

 

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