Fala de seres espirituais criados por Deus, Entre os quais se enumeram os Anjos e os Arcanjos. Todos os seres espirituais tem a missão de serem mensageiros de Deus junto dos homens para os conduzir pelos caminhos do Bem, levando-os a aceitarem e a viverem o projeto de felicidade que Deus tem para cada um.
Miguel, o Arcanjo, é considerado o chefe dos exércitos celestiais e o padroeiro da Igreja Católica. É o anjo do arrependimento e da justiça. É comemorado pela Igreja Católica, sob o nome de São Miguel Arcanjo em 29 de Setembro.
A Sagrada Escritura enumera apenas o nome de três Arcanjos: São Miguel, São Rafael e São Gabriel (Dom 10, 13.22.12 1-7)
Fonte Escultórica e Cibernética em Queijas (2001)
São Miguel significa etimologicamente “ a força de Deus – Quem como Deus” Esta é a verdade que nos traz São Miguel Arcanjo. Ele é um daqueles que nos falam de Deus, aquele que nos combates interiores que cada um de nós tem, nos ajuda a discernir o caminho de Deus: aquele que nas nossas decisões, nos nossos compromissos, nas nossas tomadas de posição nos ajuda a escolher as forças que controlam a paz e a justiça.
O Arcanjo São Miguel é o padroeiro da vila de Queijas em que as festas em sua honra são no último fim-de-semana de Setembro. ( 2001 )
Passa de boca em boca, de geração em geração e vai-se reformulando e assumindo novos significados ao longo do tempo. Mas a verdade é que persiste e continua a ser utilizada, acrescentando pitadas de humor a situações banais do dia-a-dia ou, por vezes, mostrando-se como argumento para suportar uma ideia.
Com certeza já se questionou, alguma vez, acerca da validade dos provérbios populares. Serão eles, de facto, sabedoria comprovada que nos pode ajudar a encarar o nosso dia-a-dia de forma mais saudável e confiável?
Os provérbios populares são parte integrante da nossa vida e povoam o imaginário colectivo, seja porque nos fazemos valer deles quando a situação o exige, seja porque os ouvimos de alguém na situação mais inusitada. Muitos deles são relativos à saúde, nomeadamente à sua promoção. Alguém do ramo da saúde, estudou 290 provérbios portugueses, todos eles relacionados com a saúde, no âmbito da sua tese de doutoramento, “A sua análise demonstrou que, embora muitos (126) não tenham qualquer base científica, a maioria (164) possui corroboração, quer por estudos efectuados, quer pela opinião expressa por personalidades e organizações com credibilidade na área”, conclui-se.
É infindável, o número de ditados populares que se passeiam por todo o mundo: "Há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida." -- Provérbio Chinês
"Não há melhor negócio que a vida. A gente a obtém a troco de nada." -- Provérbio Judaico
"A palavra é prata, o silêncio é ouro." -- Provérbio Chinês
As relações humanas vividas na “Quinta da Cardiga” eram seguramente diferentes de qualquer outra realidade. O relacionamento entre a já larga família proprietária da Quinta e os trabalhadores e suas famílias, eram não só de respeito mútuo, mas também, de estima e saudável entreajuda. A palavra solidariedade tem aqui perfeita aplicação. Em situações difíceis ou mais complicadas os donos da Quinta davam o seu apoio a qualquer pessoa. No sentida inverso os moradores sentiam, como seu, todo e qualquer infortúnio que atingisse a família que lhes assegurava emprego e apoio social e humano.
A figura do “ Feitor ” no desempenho das suas funções emanava calma, serenidade e respeito. Normalmente eram homens de poucas falas, menos risos, mas credores da simpatia de todos os meios sociais envolventes e de todos que na Quinta ganhavam o seu sustento. Contando com as famílias a comunidade residente rondaria o meio milhar de pessoas. Alguns empregados, os que assumiam maiores responsabilidades, vivam junto ao palácio. Umas doze famílias. Os outros, com emprego fixo, viviam num lugar muito próximo chamado de São Caetano.
A grande força de trabalho era, de algum modo, flutuante e residia nas aldeias e lugarejos das redondezas. Ninguém recorda conflitos ou grande azedume entre os habituais moradores na Quinta ou mesmo no lugar de São Caetano.
Problemas graves de saúde, ou mesmo falecimentos, eram casos que só de muito em muito longe aconteciam, mas que todos sentiam como seus. Neste lugar não podia haver indiferença, a solidariedade estava sempre presente. O contacto com a natureza incutia em toda a gente franqueza , lealdade e um forte sentimento de respeito para com o próximo .
Na escola da Quinta os alunos eram poucos e a brincadeira dos recreios fazia-se na estrada e nos olivais em redor. O exame ou a prova, como na altura se dizia, tinha que ser feita na Sede de Concelho que ficava a uns cinco quilómetros de distância. Para o efeito a Quinta punha à disposição um carro puxado a cavalos. Nele seguiam a professora e os alunos.
Muito poucas eram as crianças que podiam continuar para além da 4ª. Classe, como de resto acontecia por todo o país.
Menos que nas redondezas, o calor era imenso. Sufocante!
O verão ia acabando e dando origem ao Outono com a azáfama das vindimas. Novamente os carros passavam pachorrentos transportando uvas brancas e pretas. Eram dias e dias com o mesmo ritual.
Na adega o trabalho era igualmente intenso até á fermentação completa do mosto . Depois eram as provas e envasilhamento do precioso liquido. O vinho da Cardiga era consumido e apreciado por todo o país, sempre rotulado com a Cruz de Cristo.
Sem se dar por isso já estávamos no Outono. O sentido decrescente que nos transmite esta estação , dá-nos alguma sensação de menos alegria ou mesmo alguma tristeza, são os motivos aparentes, outros poderão existir.
É certo que esta estação tem muito de verão e muito de inverno. De si própria tem o antipático cair da folha, os dias mais pequenos, a chuva, o frio.
A Quinta era invadida por ranchos de homens e mulheres vindas das Beiras para a apanha da azeitona, uma importante tarefa sazonal que punha de novo os carros a transportar toneladas de azeitonas para o lagar. Laborava por vários meses de dia e de noite.
O azeite produzido era de muito boa qualidade com consumo garantido.
A grande paixão na quinta era em primeiro lugar o rio Tejo. Havia nele fascínio e mistério, que a todos desafiava.
O Tejo era contido todo o ano por extensas margens de salgueiros e canaviais, chamadas de marachas, com excepção das grandes cheias, hoje quase inexistentes pela grande capacidade de acumulação de água das barragens construídas nos últimos cinquenta anos.
De resto tudo no dia-a-dia na Quinta representava um desafio. Desafio que era preciso vencer sozinho. A natureza é amiga mas lança desafios para nos ajudar e preparar para a nossa própria defesa.
O porto fluvial estava equipado com batelões, barcos a motor e fragatas.
No inverno com as grandes e medonhas cheias todas as embarcações eram recolhidas no leito manso de uma ribeira.
As águas do Tejo quando estavam baixas, no verão, deixavam aparecer belos areais. O sítio onde a ribeira desaguava no rio era o mais belo e apetecido. Havia relva no chão e muitas amoreiras com óptimas sombras para descansar. No meio deste espaço estava um frondoso chorão. Este lugar era conhecido pela «beira do Tejo» e servia para os banhistas e campistas descansarem e conviverem. Era a praia possível para muitas famílias dos arredores, nesta zona interior.
Naquele tempo a água que corria neste rio era completamente límpida, com muito peixe .
As primeiras incursões até ao leito do Tejo ocorriam com a chegada dos dias quentes e eram de jovens, normalmente estudantes em grupos à procura da frescura do rio. Vinham ver como estavam as coisas mas só mais tarde se decidiam pela entrada na água.
A roupa era trocada no meio dos canaviais e aí guardada sem receio. Começavam deste modo os mergulhos no Tejo. O sítio mais profundo era exactamente onde a torrente esbarrava na muralha do palácio. Era aí, no pego, que os mais audazes mergulhavam. Os outros procuravam as águas mais baixas. Apesar disso todos os anos o Tejo fazia as suas vítimas entre os jovens menos avisados ou afortunados. Estes acontecimentos, onde toda a gente se conhece, eram profundamente sentidos. O luto era para todos sem excepção. Logo que o corpo era encontrado traziam-no para a margem onde ficava a aguardar os trâmites legais. Por alguns dias o rio era motivo de profundo respeito e não havia banhos para ninguém. Curiosamente estes acidentes ocorriam quase sempre no entusiasmo dos primeiros mergulhos.
Nas noites cálidas de verão e depois do jantar, as famílias desciam até à “ beira Tejo”. Sabia bem apanhar o fresco da noite, que vinha do rio, e os mais faladores ajudavam a passar a noite. Numa dessas noites ocorreu um fenómeno que marcou quem o presenciou!
Por cima das cabeças das pessoas, a alguns metros de distância, passou uma grande bola em fogo! A cauda era muito comprida! Desviou para a direita e desapareceu no meio de um choupal. No dia seguinte procuraram-se vestígios daquele grande objecto luminoso mas sem qualquer êxito.