O nosso mundo sindicalista, está demasiado agarrado à política e a ideologias, que não conduzem a lugar algum. O caso da Grécia é um dos exemplos mais flagrantes! O igualitarismo e o apoio à “esquerdas”, trazem prejuízos à nossa economia, em confrontos sérios com o problema da competitividade mundial. E, sem criação de riqueza, níveis de produtividade realistas, tudo o resto são quimeras!
O Pleno Emprego português, só existirá num plano do fictício. Porque está envolto numa legislação laboral rígida. Na opinião de gente entendida e experimentada, seria possível alcançar uma produtividade 15 ou 20% superior com uma menor ocupação do trabalho e maior desemprego. “ Todos nós percebemos que em determinados locais de trabalho a mesma função podia ser desempenhada mas com muito menos gente. Mas como se privilegia o emprego acima de tudo, no sentido cristão do termo, os salários são baixos e a produtividade também! A nossa comunicação social fala frequentemente de percentagens de desemprego e só desemprego. Mas nunca aborda, o emprego ou desemprego face à produtividade quando este fator é determinante para uma economia saudável, mais criação de riqueza e (por estranho que pareça) mais emprego por via indireta, embora isso não dê votos imediatos!
Estudiosos vão ainda mais além, afirmando que a luta pelo “pleno emprego” impede a modernização da economia, porque um país que está autossatisfeito e que não cria condições para “obrigar os trabalhadores a lutar pela vida” está a investir no seu atraso! “As pessoas que tem de lutar pela vida não estão à espera que o Estado paternalista lhes venha resolver tudo. Existem muitos casos de empresas que não se importariam de contratar certas pessoas, mas muitas delas recusam os empregos porque tem o Rendimento Mínimo Garantido”.Para se inverter esta situação cada trabalhador deve estar minimamente informado com os valores que a empresa deve produzir, para motivar e valorizar a sua força de trabalho.
Quanto à comunicação social, deve esta força informativa tentar não apresentar somente a percentagem de desemprego como dado bom ou mau, porque este problema é muito mais complicado, evitando assim, a criação de emprego fictício que só poderá trazer prejuízo à economia de qualquer país.Há forças políticas especializadas na criação de emprego, que de facto não o é!
Eliminar progressivamente as diferenças sociais e económicas entre a cidade e o campo.
ALDEIAS ABANDONADAS, PORQUÊ?
A VERDADEIRA SUSTENTABILIDADE (MORAL E ECONÓMICA) DA NOSSA NAÇÃO, PASSA PELA REABILITAÇÃO DAS NOSSAS ALDEIAS.
Podem chegar momentos de grandes catástrofes em Portugal ou qualquer outro País e é precisamente nestes momentos, de total desespero, que vem o apelo mais profundo: REGRESSAR À NOSSA ALDEIA
É justamente esse sentimento que assalta milhares de haitianos, perdidos e profundamente amargurados na tragédia que se abateu sobre este pobre povo. Alguns relatos arrepiam e mostram à saciedade que ninguém está a salvo duma tremenda desgraça. As origens e causas podem ser as mais variadas como, o bloqueio de uma cidade por desordens naturais ou de ordem cívica e económica. A água não chega à grande cidade, nem o abastecimento regular e só por isto a vida nela, pode torna-se angustiante e medonha. Uma grave convulsão social trás as pilhagens, a total insegurança, que pode atingir irremediavelmente a ordem e a segurança tidas como garantidas. A cidade vira, de um momento para outro, uma verdadeira selva. Acontecem estas e outras situações arrepiantes, constantemente, em qualquer lugar do mundo. Todavia lá, na aldeia, o ritmo das desgraças e privações, acontece em menor grau, ou mesmo não acontece. A vizinhança funciona, a fonte deita água pura, a segurança é garantida pela distância e isolamento e, até, algumas galinhas não deixarão de pôr os seus ovinhos. Alguma hortaliça, fruta e legumes, que com boa vontade e economia, a todos podem socorrer e valer. A vida é local e os transportes não se apresentam como indispensáveis.
Depois, é destas aldeias, podem acreditar, que continua a irradiar para todos os eixos da vida do País, uma imensa força vital e espiritual. Mesmo quando destruídas e abandonadas. Delas, mesmo em ruínas, continua a erguer-se uma força estranha e forte, das gentes antepassadas, como bênção às gentes presentes e futuras. E, deveria ser principalmente por isso, além do muito mais, que elas deveriam estar arranjadinhas, do jeito que sempre foram. Inalteradas, mas bonitas.
Sem mudanças, tal e qual muitas gerações as viram e nelas viveram felizes. Poderiam ser os nossos hospitais de campanha, o lazer da juventude já perdida e o refúgio, doce, para os momentos mais amargos. Também, para todo o tipo de turismo, ou repouso de gente alquebrada pelas canseiras de uma vida de trabalho e saudosa da sua aldeia.
Vamos pois, dignificar aquilo que nunca nos sairá do pensamento, a aldeia onde aprendemos a ler e a escrever, onde espreitámos o primeiro ninho e vimos os passarinhos nascidos, de bico aberto, esperando alimento dos pais.
Se esta for uma real preocupação da União Europeia, assim poderá ser por toda esta terra de civilização cristã. E, por essa razão, nas nossas aldeias poderíamos dar guarida e apoio a gente em desespero como são atualmente as crianças, idosos e adultos haitianos, ou outras mesmo nossas. Amanhã poderá ser a nossa vez, a vida só tem razão de ser, quando todos tivermos de mãos estendidas e sorriso aberto, para aqueles que estiverem em desespero. Também para comungar os momentos bons e felizes da vida em vizinhança, na quietude da nossa aldeia.
É, desde princípios de Setembro de 1999, uma realidade legalmente constituída.
Contudo, ela nasceu efectivamente algum tempo antes, precisamente, na altura em que a Junta de Freguesia fez as comemorações do seu 6.º aniversário, Fevereiro de 1999.
Nas andanças do Presidente da Junta de então, em resposta a convites de outras freguesias, ele tinha sempre o maior prazer em encontrar gente de Queijas participando de exposições de pintura e artes plásticas noutras freguesias.
Foi então que todos perguntámos; porquê aqui e não na nossa terra?
Palavra passa palavra, e aconteceu o maior acontecimento cultural de Queijas, a sua primeira Exposição Colectiva de Pintura e Artes Plásticas, que reuniu mais de 40 participantes.
Foi bonito de se ver durante dez dias, registando a visita de centenas de visitantes!
E agora?
Foi outra pergunta que colocámos uns aos outros. Perder todo este trabalho e capital de experiência, tão arduamente amealhado, nem pensar!
Apertámos mais as mãos, que ainda estavam dadas, e em uníssono decidimos, vamos em frente.
A Junta cedeu instalações, apoiou, e o projecto lindo nasceu, chamando-se Junt'arte - Associação Cultural de Queijas.
Todos éramos gente sem fortuna à mão, por isso haveríamos de ser fortes e criativos. Fomo-lo, e a obra sonhada passou também a ter Estatutos, Regulamentos e Corpos Associativos.
Teve também legalização formalizada com escritura e respectiva publicação em Diário do Governo, tudo pago por três fundadoras.
Nos nossos estatutos e regulamentos, aparecem gravados alguns princípios cheios de idealismo associativo.
Qualquer pessoa pode aparecer e inscrever-se, independentemente dos conhecimentos que tenha ou das suas possibilidades económicas.
A idade não conta, pode ser, de maneira pouco rígida, dos oito aos oitenta.
Os professores são os que sabem, os outros são alunos. Mas como ninguém sabe tudo, um formador numa valência pode ser aluno noutra, e o contrário também é verdadeiro. Com o tempo será com mestres.
Com esta linha de orientação foi sempre a somar sócios e êxitos. Muitos êxitos em muitas exposições colectivas, na nossa terra e pelos arredores.
Exposições em pintura, cerâmica e artes decorativas estiveram à disposição da população em Queijas, no concelho de Oeiras e outros concelhos.
Talvez a que mais nos tenha marcado, tenha sido realizada no Palácio dos Anjos em Algés, com o patrocínio da Câmara Municipal de Oeiras.
Também surgiram dificuldades, mais derivadas de gente que não consegue fazer a separação entre cultura e política. É a vida... Por vezes com altos custos e danos morais e materiais, para as pessoas e respectiva freguesia!
Hoje, os alicerces estão sólidos (estavam), o edifício está indestrutível (estava), e Queijas tem a sua Associação Cultural.
Alguma coisa foi entretanto mudando, os ideais da fundação tiveram que ir dando lugar a uma orientação mais realista.
Assim, temos hoje, monitores muito competentes e algo profissionais, as estruturas financeiras deixaram de crescer, para estabilizarem.
A autarquia (CMO) não deixou de apoiar uma responsabilidade que é sua, propiciar actividade cultural à sua população.
Continuamos a sonhar, mas com os pés no chão, nem que para isso haja, como há, membros da direcção a fazerem a limpeza das exíguas instalações que o Centro Social de Queijas, por intermédio do seu Pároco, nos cedeu.
As pessoas de Queijas têm hoje à sua disposição, um lugar onde podem conviver e praticar cultura, a preços módicos, nalguns casos até, sem necessidade de pagar.
Ao abrigo de um protocolo, as monitoras da Junt’ Arte, dão também acompanhamento cultural adequado aos utentes do Centro Social em Queijas e Linda a Pastora.
Muitas peças valiosas, degradadas, da Igreja local, têm sido recuperadas pela nossa associação e devolvidas à paróquia.
Temos igualmente acarinhado o teatro, através do nosso Grupo de Teatro Ferusa, com exibições em vários palcos, nomeadamente nas “Mostras de Teatro do Concelho”.
Um grupo de gente quase anónima, tem sobre os seus ombros a responsabilidade de fazer a cultura caminhar nesta freguesia de Queijas, sem qualquer apoio da autarquia local (JUNTA), só eles poderão dizer porquê, mas, felizmente com o apoio da nossa Câmara Municipal.
É a ela que continuamos a pedir um espaço cultural digno e, essa é a razão pela qual tanto temos lutado na defesa da Casa de D. Miguel, imóvel degradado, central e historicamente ligado à cultura.