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O ENTARDECER

O ENTARDECER

O POVO NO PODER

 

Fernando Madrinha (www.expresso.pt)

0:00 Sexta-feira, 9 de Abril de 2010

A vitória esmagadora de Pedro Passos Coelho é a última e definitiva prova do fracasso de Manuela Ferreira Leite, que andou dois anos a governar o PSD contra dois terços do mesmo PSD. A tal ponto que, por vendita pessoal e política, impediu deliberadamente o partido de ter hoje no Parlamento o seu líder eleito. Mas a vitória de Passos Coelho é a derrota de muito mais gente - baronato e inteligentsia, notáveis e influentes que agora se aproximarão certamente e alguns dos quais o próprio líder terá interesse em conquistar, mas que se armaram de candidatos contra Passos e perderam em toda a linha. Paulo Rangel antes de todos, com os seus mais destacados apoiantes, de Jardim a Pacheco Pereira - pelas expectativas geradas e porque a sua candidatura foi uma espécie de trunfo escondido da anterior direcção e das elites para abater Passos Coelho. Aguiar Branco em seguida, o candidato que melhor representava o segmento genuinamente social-democrata dos tempos da fundação e que, de uma maneira ou de outra, manteve poder e influência com todas as lideranças, talvez com excepção das de Santana Lopes e Luís Filipe Menezes. A ala cavaquista, por último, que apostou nos dois candidatos perdedores.

Não se sabe o que terá o novo líder para oferecer ao país, embora um livro de campanha apresente algumas ideias que têm, pelo menos, a vantagem de estabelecer diferenças programáticas e de concepção do Estado relativamente ao PS. Mas as promessas eleitorais, nos partidos e no país, há muito que se tornaram promessas vãs, e por isso é melhor esperar para ver. Tanto quanto é possível avaliar, o PSD limitou-se a escolher o anti-Sócrates mais parecido com Sócrates na imagem, na arte da comunicação e na obediência ao pragmatismo, por lhe parecer que esse é o caminho mais rápido para o poder. Em cada lei para a aplicação do PEC se perceberá o que, de facto, distingue a nova oposição.

Mas a eleição de Passos Coelho com tão peremptória votação representa uma mudança de perfil do próprio PSD. Na sequência de um processo iniciado por Santana e continuado por Menezes, assistimos à definitiva vitória do 'aparelho' sobre a velha 'classe dominante'. No plano dos equilíbrios sociais, tornou-se mais PPD, isto é, mais popular, ao mesmo tempo que deu uma guinada à direita, com as propostas liberais que aí estão, tornando-se menos social-democrata. Dir-se-ia que a 'luta de classes' em que o partido viveu desde a fundação se resolveu em desfavor daquela que quase sempre o orientou. Santana e Menezes tentaram, mas foi Passos Coelho quem levou ao poder o povo do PPD/PSD.

 

DÉFICE EXCESSIVO

 

É fácil perceber quem fala verdade, mesmo sem enrredos no discurso.

Copiado de um diário, transcreve-se um artigo, assinado por Assunção Cristas em 25 Maio 2017.

“Em 2009 Portugal entrou no procedimento por défice excessivo. Em 2010 o défice atingiu o pico de 11,2%. Em 2011 o país foi resgatado, com um memorando assinado por José Sócrates.

O governo PSD-CDS teve pela frente um processo doloroso de redução do défice. Em 4 anos reduzimos mais de 8 pontos: passámos de 11.8% para 2,98% (sem o efeito Banif). O actual governo manteve o objectivo e baixou o défice para 2% ou seja, um ponto num ano e é pena que não se tenha batido para sairmos do procedimento logo no ano passado.

O mérito é de todos os portugueses que, não tendo contribuído para o desgoverno socialista que nos levou a entrarmos neste procedimento, fizeram todos os esforços e sacrifícios para dele sairmos. E agora? Agora ganhámos alguma liberdade. Continuamos a ter regras para atingir o chamado ”objectivo de médio prazo” e garantir que não voltamos aos 3%. Mas podemos fazer reformas que impliquem custos ou determinados investimentos sempre que isso conte para o défice. As regras são, ainda assim, apertadas. Mas é bem melhor do que as limitações que tínhamos até aqui.

O mais importante é aproveitarmos esta oportunidade para: colocar o país a crescer de forma sólida e a criar emprego, o que passa por dar confiança às empresas e investidores; recuperar o investimento público (que neste governo sofreu um corte brutal) e garantir um nível adequado de serviços públicos, da saúde à educação, dos transportes à segurança, com orçamentos realistas que não vivam dos cortes cegos das cativações.

( Tudo isto aqui escrito, não precisa de “piruetas” para se perceber, tendo um mínimo de conhecimentos, ser a verdade nua e crua.)

         

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