A actualidade da Mensagem de Fernando Pessoa, na verdade, faz pensar e renovar espiritualmente a raça portuguesa. Saibamos, no entanto, que essa Mensagem não é a apologia do povo português, mas o apelo à utopia, para melhorar Portugal e talvez o mundo.
O nosso país,é hoje um país onde as reformas estruturais parecem nunca passar da sua primeira fase! Ou seja, do seu anúncio. No contexto europeu, somos hoje um mau aluno, ao jeito de qualquer possuidor de um diploma das “Novas Oportunidades”. Cresce o descontentamento, a criminalidade, o desemprego e decresce o nível de vida, a economia, e a esperança dos portugueses. Estes, aturdidos, votam cada vez mais à esquerda, em contra-ciclo, com a Europa! A nossa democracia está frágil e desacreditada aos olhos dos votantes. Muitos perigos espreitam, hoje, Portugal e os portugueses. Muitas vozes se têm levantado convidando à reflexão e à mudança, todavia, existe na pele dos lusitanos uma indiferença que os torna cegos e surdos! Olham para tais arautos (da desgraça) como se fossem loucos.
Porém, a nossa salvação, a ser conseguida, aparecerá somente ao fim de várias dezenas de anos. É tempo demais para ter esperança numa nova vida.
De resto, ninguém conhece qual o rumo a seguir para o país que temos. Não há projecto e sem ele não há futuro. Numa Europa e num mundo globalizados, a circunstância de estarmos no fim do pelotão europeu, é desanimadora para toda a gente.
Todavia, parece ser sina nossa, sermos diferentes. Ou somos pioneiros arrasando o mar em busca de conquistas impressionantes ou ficamos perdidos na estrada que suporta a nossa mágoa e tristeza juntamente com o nosso cansaço.
Do mar nunca retivemos a imagem do “surfista” que espreita a formação da onda, para nela se montar e galgar com prazer, a distância à terra firme. É pena. No fundo é de uma onda que nos leve, que os portugueses precisam! De mar sabemos nós. Temos dormido e sonhado vidas inteiras com ele. Das ondas também. Vamos, pois, parar e pensar.
Para é fácil. Há muito que o fazemos. O pensar tem-se tornado cada vez mais difícil para nós. Quanto maior é o caos, incerteza e pessimismo, maior é a necessidade de “fuga para a frente” e menor é a coragem de se pensar nos porquês, uma vez que isso demora tempo. Parece que o tempo urge e que estamos parados há décadas, mas talvez seja vantajoso parar com inteligência.
É essa inteligência que nos pode mostrar e lembrar que a crise é global. No mundo as interrogações são muitas. O aquecimento global, escassez de recursos (água, petróleo, matéria prima, etc.) Soluções não abundam. Só abundam convicções. Dentro delas sabe-se que o enorme aumento da natalidade é preocupante. O desemprego avassalador por todo o lado, também!
A dignidade do Homem e mais, ainda, das famílias, tem de ter uma resposta. Metade do mundo não pode nadar em supérfluos e a outra em fome e miséria. A mudança é imperiosa! Às cegas nunca. Devemos partir montados na onda, sendo ela, agora, os valores humanos mundiais. Desde logo, uma enorme plêiade de novos conceitos. No fundo é o capital humano, e as vias para o seu relacionamento.
”Os políticos e os líderes empresariais necessitam de mudar os fundamentos da civilização moderna". Ou seja: 1) a sociedade deve abandonar o conceito da dominação e orientar -se para o conceito da colaboração: 2) a economia necessita de ir para lá do objectivo do crescimento e estabelecer uma nova ordem económica baseada na transformação: 3) necessitamos abandonar também a disponibilidade infinita da energia e dos recursos e definir o conceito da interferência mínima no ambiente: 4) necessitamos de um novo quadro social e económico de criação de valor, baseado nos valores humanos universais.
" O ponto de mudança da Grande Transformação está perto. Há tremendas oportunidades ou um enorme desastre. As nossas acções - ou os nossos fracassos em agir - decidirão o futuro da vida na Terra".
Por último, uma aposta em Portugal, membro da UE, feita pela Europa dos 27, impõe-se: seríamos nós, Portugal, pela sua dimensão reduzida, pelo baixo valor dos seus indicadores económicos, pelas qualidades e experiência do seu povo, a lavrar esta grande mudança a caminho de um novo mundo mais solidário e sustentável. Não seríamos cobaia mas sim pioneiros. Orgulhosos.
Caminharíamos na frente e isso nos motivaria. Aos outros países ficaria a certeza do caminho não minado. De um caminho seguro. De resto, a tarefa de explorar o mar já nos foi dada. Está bem entregue. Era lindo ver liderado pelo povo português, o V Império de Fernando Pessoa. O Durão Barroso pode abrir este caminho para um novo mundo, ao lado dos seus compatriotas. Fazia-se história e abria-se uma grande janela no mundo. A janela do respeito e da solidariedade entre os Homens. Aberta pela utopia!
A busca derá ser constante!
Que nunca se perca a vontade de buscar novos conhecimentos e reforçar os assuntos já estudados, a busca terá de ser uma constante em todos nós.
Tal como as bruxas, nas quais poucas pessoas acreditam, também o “ sistema “ existe, embora, como elas, nada visível. Penso que ele assenta, sempre, num “ vanguardismo iluminado “, apoiado em exércitos numerosos de “tropas de choque “ para quem o escrúpulo tem uma enorme elasticidade e que estão permanentemente de mão estendida à espera de benesses. Naturalmente que neste momento, estamos de novo a entrar em “levitação”.
O estado da nossa sociedade civil, é realmente o problema crucial que hoje nos aflige, e que não tem nada a ver com as elites, essas sim, indispensáveis ao nosso desenvolvimento, desde que sempre abraçadas à lisura humana.
Nesta ficção, a preocupação reside nos meios de que elas (elites) deitam mão, acabando por se criar uma situação na sociedade civil extremamente pantanosa e, por isso mesmo, muito injusta para o normal cidadão.
Com o trabalho apresentado, aparece a pretensão de clamar, a quem detém o poder sobre estas coisas, para que comecem a corrigir a rota lentamente mas com firmeza, enquanto é tempo.
Neste Portugal que orgulhosamente deu novos mundos ao mundo, hoje, só por receio, é que as pessoas mais esclarecidas não gritam alto e bom som, que na actual sociedade civil portuguesa HÁ MEDO. É ele que tolhe todo o grande sentido criativo do povo que fomos e, que necessariamente ainda somos. Aprisiona, igualmente toda a militância, tão decisiva e importante no desenvolvimento do nosso País!
O enorme, perigoso e complexo “ Sistema “que tem vindo a ser montado na nossa “ Sociedade Civil “, para além de iludir a democracia, é essencialmente inibidor da criação de valores, em cada uma e em todas as pessoas. É de supor que o número dos incluídos no dito “ Sistema “ cresça, continuamente, pois cada vez são mais as pessoas que se vão apercebendo dele. Em tal situação ou fingem não perceber, para evitar problemas, ou de forma oportunista procuram deixar-se seduzir.
Impõe-se urgentemente uma moralização! Como processá-la é difícil antecipar.
Podemos imaginar um rio, daqueles com água muito transparente e fria, naturalmente pouco profunda. A sua torrente vai esbarrando, nas imensas pedras espalhadas no seu leito, sem que a água nunca as cubra. A leveza que vos proponho, física e mental, vai permitir, que saltemos de pedra em pedra, quase sem nelas fazer peso. Sempre que o nosso pé toca numa pedra, pisamos a realidade. Enquanto saltamos e vamos no ar,, percorremos o imaginário.
Aquilo que temos no nosso pensamento, são as notícias dos jornais que transcrevemos. Não houve qualquer preocupação em escolher entre os vários tipos de periódicos disponíveis nas bancas de venda. O trabalho foi imenso e consistiu na recolha de artigos que servissem o nosso fim em vista. Não foi fácil, pois em regra, os jornais ou revistas não abordam os temas que considerei necessários.
Foi preciso gastar muito tempo e ter imensa paciência na sua escolha e leitura.
Com esta abordagem, o autor pretende somente levar as suas dúvidas, sobre a sociedade em que vivemos, até às pessoas que, como ele, não têm acesso a todo um mundo que se presume existir, pelas contradições visíveis, inexplicáveis e frequentes, que qualquer observador atento pode detectar, diríamos, no seu dia-a-dia, com um pouco de espírito de observação.
Quem ouvir os noticiários, ler os jornais e alguns livros e for ouvindo os telejornais, procurar estabelecer uma relação entre essas notícias, depara certamente com acontecimentos aparentemente sem lógica, mas que se percebe não acontecerem por acaso, tal o grau de eficiência que existe na sua execução.
É como se um conjunto de pessoas, não expostas, mas muito influentes, através de um complicado sistema de cordelinhos conseguissem encaminhar todos os acontecimentos a seu belo prazer, supõe-se também que com vantagens próprias asseguradas.
Provavelmente tudo não passará de simples coincidência, ou mesmo pura alucinação, com certeza provocada pelo “stress” com todos os seus efeitos colaterais geradores de desconfianças, fraquezas, mal entendidos e especulações, mas, mesmo assim, vale a pena pensar, evitando a castração do melhor que Deus nos deu, que foi o recurso ao pensamento.
Naturalmente, que se forem coincidências também não vem grande mal ao mundo, estaremos então a entrar no campo da pura ficção, que de certo modo nos fará esquecer outras preocupações mais reais e nefastas para a nossa saúde e bem-estar.
É aqui que entramos na levitação, atrás mencionada.
Contudo, para que toda a análise se processe com a máxima lisura, o autor vai manter a constante preocupação de analisar os factos com notícias que se foi habituando a coleccionar e guardar em seu poder.
O cuidado foi ao ponto de, para o mesmo tipo de notícia, o autor dispor de várias fontes de informação, no mesmo sentido, e até no sentido contrário. Existiu igualmente a preocupação de fazer análises diferidas no tempo e verificar com esse método a erosão ou sedimentação, os efeitos provocados.
O autor acredita que com este trabalho pode despoletar algum efeito dominó, que seja benéfico para a sociedade em que nos inserimos, sem excepção de pessoas ou grupos, pequenos ou grandes, de esquerda ou direita, pois a intenção não é, nunca poderia ser, modificar o tipo de sociedade ou economia em que já vivemos, e desse ponto de vista existe a convicção de que estamos no bom caminho. De uma pedrada no charco, espera-se sempre, que o agitar das águas produza resultados positivos e não que algum peixe possa ser atingido.
Uma última preocupação do autor vai acima de tudo na procura do exacto significado de várias palavras, ou expressões, que, por muito utilizadas, deveriam ter um significado mais transparente, logo menos dúbio, de maneira a produzirem junto dos milhões de consumidores da informação, um estado de alma mais impregnado de tranquilidade e, sobretudo, isento de qualquer desconfiança. Recordemos uma expressão muito utilizada pelo antigo primeiro-ministro Prof. Aníbal Cavaco Silva, quando se referia às dificuldades que lhe eram sub-repticiamente criadas, “AS FORÇAS DE BLOQUEIO “.