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O ENTARDECER

O ENTARDECER

O ÍDOLO DA TERRA

 

Se quisermos associar o nome de uma pessoa ao da povoação de Linda-a-Pastora, a escolha só pode recair, obrigatoriamente, em Cesário Verde.

Este poeta constitui uma figura de grande referência para as gentes desta bonita povoação, mesmo tendo nascido em Lisboa. Tinha Cesário Verde apenas dois anos, quando a sua família optou pelo refúgio numa quinta desta terra, na sequência de uma perigosa epidemia que grassava em Lisboa.

Por aqui ficou o pequeno Cesário Verde na companhia de uma sua irmã, um ano mais nova. E de outros dois irmãos entretanto nascidos. Para frequentar a escola, este poeta deslocava-se diariamente a pé dali até à Cruz Quebrada onde tomava o “americano” até Lisboa. Os anos passados nesta terra deixaram em Cesário Verde marcas profundas e indeléveis, de tal forma, que manteve durante toda a sua vida uma íntima e marcada lembrança dos tempos em que viveu na companhia constante da natureza e do campo. Enquanto acompanhava a exploração agrícola que o seu pai fazia na quinta, foi desenvolvendo um espírito observador e atento a todos os pormenores do meio ambiente que o rodeava. Passados poucos anos, era ele próprio que orientava os negócios da quinta.

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Cesário Verde foi e é, indiscutivelmente, a figura daquela povoação. Edificada nos socalcos da encosta de um monte elevado e pedregoso. Noutros recantos bucólicos deste lugar, descobrem-se muitos canteiros de flores e, aqui e ali, há muitos outros locais que convidam ao descanso e reflexão.   

  

UM PALÁCIO ENCANTADO

 

O tal palácio é considerado património nacional e a sua construção remonta a tempos desconhecidos. O mesmo acontece com o seu castelo. Lendas antigas relacionam-nos ao Almourol, Templários e Convento de Cristo. Incorporada no palácio existe uma linda capela com ricos vitrais. Entre um dos lados do palácio e o rio Tejo ficava um lindo jardim e ao lado deste, uma estufa com plantas exóticas e um labirinto.

A Páscoa era o ponto alto da primavera. Todas as famílias vestiam a sua roupa melhor e iam à missa na linda capela, que se enchia. Os donos conviviam com todos os trabalhadores e participavam com as crianças na festa da procura dos ovos de Páscoa escondidos nos arbustos da horta.  Havia ovos de todas as cores.

Aproveitando o labirinto existente, faziam-se jogos e distribuíam-se prendas pelas crianças presentes.  Nos campos já tudo era verdura e floria. Papoilas e malmequeres brancos e amarelos eram a perder de vista!  As roseiras enroladas às muitas árvores da avenida de entrada, eram muito bonitas e transmitiam-lhe um colorido vistoso e alegre!     

As cheias desapareciam lentamente

Aos poucos, as águas do rio deixavam de ser barrentas e tornavam-se límpidas. A sua torrente arrastava as ramagens dos salgueiros que assentavam na água. Adeptos da pesca à linha, vinham das terras vizinhas. Existiam também os outros, quase profissionais, que com os seus barcos pretos em forma de meia-lua percorriam o Tejo estendendo as suas redes.

Outros aprestos como os “covos”, etc. Ajudavam os pescadores a ganhar a vida. O peixe assim recolhido era vendido nas terras ribeirinhas que não eram abrangidas pela venda de peixe do alto-mar.  Algum tempo depois, outro evento anual fazia acorrer à quinta muita gente das redondezas. Falo da 5ª Feira da Ascensão ou “dia da espiga”. Vendedores ambulantes apareciam manhã cedo e montavam as suas bancas. Vendiam refrescos, pevides, tremoços, sanduíches, bolos etc. Outras pessoas vendiam os típicos ramos deste dia, chamados de “espiga”. No rio fragatas enfeitadas passeavam as pessoas, a troco de quase nada. Todos entoavam cantigas populares.

 

DESAPARECIMENTO DA PIRÂMIDE INVERTIDA

Pessoalmente, acredito que este novo século, forçosamente, trará de volta uma nova ordem social e política. Porque serão finalmente repostos o respeito e os tradicionais valores humanos. Nos dias de hoje, a “pirâmide” está completamente invertida.

Representará tal, uma conquista e vitória contra o crime organizado, a criminalidade económico-financeira, o oportunismo e o materialismo selvagem que têm vindo a revelar-se uma ameaça grave contra a moral, democracia, sociedade em geral e a própria economia.

Quem tiver por hábito manter-se informado sobre o mundo, sabe de previsões de organismos internacionais cheios de credibilidade, no sentido de uma certeza absoluta: a escassez, dentro de duas ou três dezenas de anos, de bens essenciais à manutenção do nível de bem-estar dado como adquirido na Terra, pelos países mais desenvolvidos.

Serão os casos, além de muitos outros, do petróleo e, mais ainda, da água potável! A confirmarem-se tais previsões, e se outras soluções não forem encontradas, o «caos» instalado poderá tornar-se muito perigoso! Sabemos, ainda, que todo o pensamento é adivinhação, como referia Miguel Tamen na sua obra Maneiras de Interpretação. Dizia ele que só agora os homens começam a compreender o seu poder divinatório. Também dizia que só aquele que pode compreender esta Idade, ou seja – dos grandes princípios de rejuvenescimento geral – conseguirá apreender os pólos da humanidade, reconhecer e conhecer a actividade dos primeiros homens, bem como a natureza de uma nova Idade de Ouro que há-de vir …. O homem tornar-se-á consciente daquilo que é: compreenderá finalmente a Terra e o Sol, talvez mesmo o próprio universo!

Mesmo quando nos servimos da ficção, o nosso pensamento pede adivinhação! Gente entendida e sabedora admite como provável que o surgimento do próprio ser humano tenha ocorrido há cerca de 1 7000 000 de anos. Até hoje sempre a Terra deu ao Homem os seus meios de sobrevivência. Que estará para acontecer?

É na lógica de uma próxima escassez dos bens essenciais, por exaustão, que será de admitir a vinda de um «caos» mais acentuado. Tanta coisa vai mal no seu consumo, gestão e preservação! O primado do individual sobre o bem comum, por exemplo, é outro ponto que contribui para esta ruptura. Embora seja despiciendo subestimar o individual, um ponto essencial de equilíbrio colectivo é indispensável à nossa sobrevivência.

Parece, contudo, que depois deste «caos» em crescendo surgirá a já anunciada nova Idade de Ouro. Poderíamos também chamar-lhe de «Paraíso», ou seja, alguma coisa bem melhor do que tudo o que tem existido até hoje. Esse “paraíso” virá, numa normal convicção, de uma força universal a unir as pessoas, que brotará por volta de 2040 na montanha Sinjar, no Iraque. Resultará ela, de uma nova cultura que, sem ofuscar a individualidade, conseguirá sobrepor-se a ela, fazendo desabrochar um novo sentido colectivo, quase perfeito, em consequência directa de se ter atingido um grau superior na sua civilização.

Novamente aquela região dos grandes rios, na qual nasceram as maiores religiões monoteístas do mundo e outras civilizações, será o berço de uma nova civilização! A Sociedade Global em pleno. Muitos apontam, hoje, duas vias para a globalização, ignorando, todavia, que em 2040 estará implementada na Terra uma terceira via! A Idade de Ouro.

Essa será a grande mudança a ocorrer e constituirá o desaparecimento da mediocridade e oportunismo que nos conduziram ao «caos», relativo, do início deste século. Assim poderá ser em meados do actual século!

A SINA DA CLASSE MÉDIA

 

 

ACONTECEU ENTRE 1643 E 1715.

Diálogo entre Colbert e Mazarino durante o reinado de Luís XIV, na peça teatral Le Diable Rouge, de Antoine Rault:

 

Colbert:Para arranjar dinheiro, há um momento em que enganar o contribuinte já não é possível. Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é possível continuar a gastar quando já se está endividado até ao pescoço…

Mazarino:Um simples mortal, claro, quando está coberto de dívidas, vai parar à prisão. Mas o Estado é diferente! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se… Todos os Estados o fazem!

Colbert:Ah, sim? Mas como faremos isso, se já criamos todos os impostos imagináveis?

Mazarino:- Criando outros.

Colbert:- Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.

Mazarino: - Sim, é impossível.

Colbert:- E sobre os ricos?

Mazarino: Os ricos também não. Eles parariam de gastar. E um rico que gasta faz viver centenas de pobres.

Colbert:  - Então, como faremos?

Mazarino: - Colbert! Tu pensas como um queijo, um penico de doente! Há uma quantidade enorme de pessoas entre os ricos e os pobres: as que trabalham sonhando enriquecer e temendo empobrecer. É sobre essas que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Quanto mais lhes tirarmos, mais elas trabalharão para compensar o que lhes tiramos. Formam um reservatório inesgotável. É a classe média! 

 

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