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O ENTARDECER

O ENTARDECER

PRIMEIRO DÉFICE EXCESSIVO

Ao sistema de retribuições da Função Pública, que vinha já a agravar a despesa desde o início dos anos 90, o Governo de António Guterres juntou a admissão em massa de funcionários públicos. Entre 1995 e 2001, ou seja, durante o mandato e meio que esteve em S. Bento, entraram no Estado mais de cem mil funcionários. Este "efeito-quantidade", como lhe chamou um ex-governante, reagiu de forma explosiva quando combinado com o "efeito-preço". Este facto foi ainda agravado pela integração nos quadros do Estado de cerca de 15 mil pessoas que estavam a recibos verdes.

Dois dados que contribuiram decisivamente para o crescimento percentual anual de dois digítos que a despesa pública apresentou na segunda metade da década. Desta forma, acabou por conduzir Portugal ao primeiro procedimento por défice excessivo na União Europeia, por violação do Pacto de Estabilidade e Crescimento em 2002. Isto, depois de o Governo de António Guterres, com Pina Moura no Ministério das Finanças, ter fechado o ano 2001 com um défice de 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB). 

 

 

  

Influenciamos e somos influenciados

 

Julgar os humanos é atitude que nunca deveremos ter, isso, só Deus o poderá fazer! Mas também nunca deixaremos de, através dos nossos «pensamentos projectados», influenciar os nossos possíveis irmãos receptores, a defenderem a verdade e a justiça, desempenhando todas as lutas contra organizações que, em concreto, façam mal às pessoas directa ou indirectamente. Teremos de nos lembrar, de que quando projectamos energia para alguém, estamos a criar com isso, um vazio em nós mesmos, vazio esse que, se estivermos ligados ao universo, será imediatamente preenchido. Uma vez que comecemos a dar energia constantemente aos outros, receberemos sempre mais energia do que aquela que alguma vez poderíamos dar. Veja-se como os passarinhos se alimentam do chão, o dia todo. Os humanos, mesmo de óculos, não conseguiriam enxergar tanta comida perdida pelo chão.

Os santos populares

 

Os santos populares eram também motivo para festejar em conjunto com os vizinhos e amigos. Lenha não faltava e alegria também não. As alcachofras estavam mesmo à mão. Com mais ou menos jeito todos saltavam à fogueira.

O verão já se fazia sentir e nos dias que se seguiam a fogueira era outra e chamava-se eira. Homens de chapéu preto na cabeça e lenço vermelho no pescoço alimentavam sem cessar aquelas grandes máquinas que separavam as sementes para um lado e a palha para outro. Dava prazer ver os fardos tão bem atados e moldados. Levar os sacos de cereais e os fardos era trabalho novamente destinado aos bois e às enormes mulas. O celeiro e os palheiros irão ficar cheios para mais de um ano.

 

Os carros de bois

 

O andar pachorrento dos carros de bois carregados de cereais indiciava o começo desse verão. Os boieiros, também eles pachorrentos, talvez por contágio, com o aguilhão e a espaços, picavam os animais com algum comprometimento. O trabalho da ceifa era feito por homens afogueados pelo calor intenso.

Era este o tempo das violentas trovoadas. Por vezes mais que uma por dia ou em simultâneo e provenientes de lados opostos. Os raios iluminavam o céu que antes se tinha tornado escuro. Por antecipação um homem, sempre atento, molhava o chão onde os pára-raios ligavam à terra.

 

A NATUREZA É O VIZINHO

O que se quer mesmo realçar tem a ver com a vivência das pessoas que nasceram e cresceram numa quinta muito especial e com uma história riquíssima. A rua aqui, não é passagem é um espaço de liberdade. A História que se lê nas centenárias pedras do castelo é o orgulho que nos vai perseguir a vida toda. A natureza é o amigo, mas também o desafio e a aventura. O espaço mais amplo é a transparência, porque nele tudo é claro, mesmo quando chega o escuro da noite.  

 

O Tejo moldava a Natureza, a grande paixão nesta quinta era, em primeiro lugar o rio Tejo. Havia nele fascínio e mistério, que a todos desafiava.

O Tejo era contido todo o ano por extensas margens de salgueiros e canaviais, com excepção das grandes cheias, hoje quase inexistentes, pela grande capacidade de acumulação de água das barragens construídas nos últimos cinquenta anos.

De resto, tudo no dia-a-dia na Quinta representava um desafio. Desafio que era preciso vencer sozinho, e que se chama natureza. Ela é amiga, mas lança desafios para nos ajudar a preparar a nossa própria defesa.       

O porto fluvial estava equipado com batelões, barcos a motor e fragatas.

No inverno, com as grandes e medonhas cheias todas as embarcações eram recolhidas no leito manso de uma ribeira.

As águas do Tejo quando estavam baixas, no verão, deixavam aparecer belos areais. O sítio onde a ribeira desaguava no rio, era o mais belo e apetecido. Havia relva no chão e muitas amoreiras com óptimas amoras e sombras para descansar. No meio deste espaço frondoso, aparecia um frondoso chorão. Este lugar era conhecido pela «beira do Tejo» e servia para os banhistas e campistas descansarem e conviverem. Era a praia possível para muitas famílias dos arredores, nesta zona interior.

Naquele tempo a água que corria neste rio era completamente límpida, e com muito peixe.                  

As primeiras incursões até ao leito do Tejo ocorriam com a chegada dos dias quentes e eram de jovens, normalmente estudantes, em grupos à procura da frescura do rio. Vinham ver como estavam as coisas, mas só mais tarde se decidiam pela entrada na água.  

A roupa era trocada no meio dos canaviais e aí guardada sem receio. Começavam depois os mergulhos no Tejo. No sítio junto do palácio o Tejo era mais profundo e tinha uma torrente mais forte.  Era aí, no pego, que os mais audazes mergulhavam. Os outros procuravam as águas mais baixas. Apesar disso todos os anos o Tejo fazia as suas vítimas entre os jovens menos avisados ou afortunados. Estes acontecimentos, onde toda a gente se conhece, eram profundamente sentidos. O luto era para todos sem excepção. Logo que o corpo era encontrado traziam-no para a margem, onde ficava a aguardar os trâmites legais. Por alguns dias o rio era motivo de profundo respeito e não havia banhos para ninguém. Curiosamente, estes acidentes ocorriam quase sempre no entusiasmo dos primeiros mergulhos.

NUM PAÍS À DERIVA

 

 PREFÁCIO

Pessoalmente acredito que este novo século, forçosamente, trará de volta uma nova ordem social e política. Porque serão finalmente repostos o respeito e os tradicionais valores humanos. Nos dias de hoje, a “pirâmide” está completamente invertida.

Representará tal, uma conquista e vitória contra o crime organizado, a criminalidade económico-financeira, o oportunismo e o materialismo selvagem que têm vindo a revelar-se uma ameaça grave contra a moral, democracia, sociedade em geral e a própria economia.

Quem tiver por hábito manter-se informado sobre o mundo, sabe de previsões de organismos internacionais cheios de credibilidade, no sentido de uma certeza absoluta: a escassez, dentro de duas ou três dezenas de anos, de bens essenciais à manutenção do nível de bem-estar dado como adquirido na Terra, pelos países mais desenvolvidos.

Serão os casos, além de muitos outros, do petróleo e, mais ainda, da água potável! A confirmarem-se tais previsões, e se outras soluções não forem encontradas, o «caos» instalado poderá tornar-se muito perigoso! Sabemos, ainda, que todo o pensamento é adivinhação, como referia Miguel Tamen na sua obra Maneiras de Interpretação. Dizia ele que só agora os homens começam a compreender o seu poder divinatório. Também dizia que só aquele que pode compreender esta Idade, ou seja – dos grandes princípios de rejuvenescimento geral – conseguirá apreender os pólos da humanidade, reconhecer e conhecer a actividade dos primeiros homens, bem como a natureza de uma nova Idade de Ouro que há-de vir …. O homem tornar-se-á consciente daquilo que é: compreenderá finalmente a Terra e o Sol, talvez mesmo o próprio universo!

Mesmo quando nos servimos da ficção, o nosso pensamento pede adivinhação! Gente entendida e sabedora admite como provável que o surgimento do próprio ser humano tenha ocorrido há cerca de 1 7000 000 de anos. Até hoje sempre a Terra deu ao Homem os seus meios de sobrevivência. Que estará para acontecer?

É na lógica de uma próxima escassez dos bens essenciais, por exaustão, que será de admitir a vinda de um «caos» mais acentuado. Tanta coisa vai mal no seu consumo, gestão e preservação! O primado do individual sobre o bem comum, por exemplo, é outro ponto que contribui para esta ruptura. Embora seja despiciendo subestimar o individual, um ponto essencial de equilíbrio colectivo é indispensável à nossa sobrevivência.

Parece, contudo, que depois deste «caos» em crescendo surgirá a já anunciada nova Idade de Ouro. Poderíamos também chamar-lhe de «Paraíso», ou seja, alguma coisa bem melhor do que tudo o que tem existido até hoje. Esse “paraíso” virá, numa normal convicção, de uma força universal a unir as pessoas, que brotará por volta de 2040 na montanha Sinjar, no Iraque. Resultará ela, de uma nova cultura que, sem ofuscar a individualidade, conseguirá sobrepor-se a ela, fazendo desabrochar um novo sentido colectivo, quase perfeito, em consequência directa de se ter atingido um grau superior na sua civilização.

Novamente aquela região doa grandes rios, na qual nasceram as maiores religiões monoteístas do mundo e outras civilizações, será o berço de uma nova civilização! A Sociedade Global em pleno. Muitos apontam, hoje, duas vias para a globalização, ignorando, todavia, que em 2040 estará implementada na Terra uma terceira via! A Idade de Ouro.

Essa será a grande mudança a ocorrer e constituirá o desaparecimento da mediocridade e oportunismo que nos conduziram ao «caos», relativo, do início deste século. Assim poderá ser em meados do actual século!

PECULATO DE USO

 

 

Decreto-Lei nº 48/95 de 15-03-1995

CÓDIGO PENAL

LIVRO II - Parte especial

TÍTULO V - Dos crimes contra o Estado

CAPÍTULO IV - Dos crimes cometidos no exercício de funções públicas

SECÇÃO II - Do peculato

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Artigo 376.º - Peculato de uso

1 - O funcionário que fizer uso ou permitir que outra pessoa faça uso, para fins alheios àqueles a que se destinem, de veículos ou de outras coisas móveis de valor apreciável, públicos ou particulares, que lhe forem entregues, estiverem na sua posse ou lhe forem acessíveis em razão das suas funções, é punido com pena de prisão até 1 ano ou com pena de multa até 120 dias.
       2 - Se o funcionário, sem que especiais razões de interesse público o justifiquem, der a dinheiro público destino para uso público diferente daquele a que está legalmente afectado, é punido com pena de prisão até 1 ano ou com pena de multa até 120 dias.

Início de Vigência: 01-10-1995

 

A vida de trabalhador …..

 

Todos se apressavam a pôr ao lume o seu pote de barro com três pés. Estavam pretos de tanto irem ao fogo. Depois, iam vagueando entre um banco e a chaminé, espreitando se os poucos feijões já se podiam comer. De vez em quando tiravam dos alforges pendurados na parede, um estreito tubo de vidro com azeite, e deitavam no pote umas poucas gotas. Mexiam o magro sustento com colheres de pau, após o que, o provavam. Voltavam a tirar dos alforges uma colher muito gasta e segurando a cabeça com uma mão lá iam comendo com a outra.

Quase não falavam. Quando acabavam, seguravam a cabeça com as duas mãos e ficavam imóveis até se irem deitar. Talvez estivessem a pensar na vida e na família que estava longe. Mais tarde lá iam nos seus tamancos, feitos de madeira, até ao dormitório.

Com mais ou menos cheias, eram assim os invernos na quinta para os trabalhadores rurais.

 

 

 

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