Depois das invasões francesas e com a Carta (1820)...
1832 – o Estado assume a sustentação do clero: “ a religião é necessária ao homem e os ministros do Altar devem ser independentes e bem pagos”. O clero entra na lista de pagamento do funcionalismo público.
1834 – Decreto de extinção das Ordens Religiosas. As suas terras passaram a ficar na posse do governo.
1836 - “Depois das nossa instâncias e admoestações reiteradas...não se tem desistido de vergonhosos atentados contra a Igreja” (Papa Gregório XVI)
1862 – Bispos portugueses acusados pelo Papa Pio IX de desinteresse pela situação religiosa em Portugal e de não enviarem notícias para a Santa Sé.
“Os padres irlandeses cederam o Convento de São Patrício a Frei Raimundo dos Anjos Beirão, religioso do convento de Jesus de Lisboa, que ali reuniu uma pequena comunidade de senhoras saídas do convento de Aldeia Galega
(Terciárias Capuchinhas de Nossa Senhora da
. Conceição da Aldeia Galega no Ribatejo) que aspiravam a fazer os seus votos numa congregação aprovada. Como em 1862 tinham sido expulsas as Irmãs da Caridade francesas, mais ardentes se tornaram os desejos do Padre Beirão, que aspirava a substituir aquelas religiosas no serviço dos hospitais. Entendendose com as religiosas de Calais, entre as quais se contava a Irmã Maria Clara do Menino Jesus, o
Dizer que PS e PSD têm (mais novela, menos novela) desenhado a configuração de um bloco central privilegiador de interesses económicos e financeiros, não é novidade para ninguém. Dizer que o espaço político que separa o PS do PSD é cada vez mais pequeno não é mais do que a constatação do dia-a-dia. Percebemos cada vez mais palpavelmente que naquilo que é a arrumação partidária no espectro político português, o PS se qualifica cada vez mais como a ala esquerda da Direita portuguesa e não como uma esquerda moderada ou reformista.
Recolher dados para qualificar esta conclusão não é um exercício exaustivo: podemos lembrar as medidas dos PEC's onde o PSD esteve sempre conivente com o PS. Cada um destes pacotes de austeridade era declaradamente uma posição dentro da luta de classes. PS e PSD juntos optando pelos interesses da burguesia e do plano liberal, contra o Estado Social, o salário e o trabalho. Numa análise mais transversal no tempo, percebemos que o PS foi sempre o grande privatizador quando no Governo. Recentemente, o Orçamento Geral de Estado para 2011, aprovado com a cumplicidade decisiva do PSD, representa um conjunto de ferramentas para que o capital possa acumular cada vez mais: as privatizações previstas abrem campo a novos mercados de acumulação e exploração; o desinvestimento no Estado Social, idem; o ataque aos salários inaugura mais uma fase de forte ataque aos direitos laborais e aos custos do trabalho. PS e PSD caminharam juntos nesta rota e a sua convergência na defesa dos mesmos interesses é total.
O PS é um partido do centrismo, desprendido de ideologia, ocupado naquilo que chama a revalorização do mercado e debatendo o suposto pós-materialismo... É um partido que, excluindo-se a nomenclatura, desistiu da esquerda e está interessado em fazer cumprir os interesses da burguesia, aliando-se em bloco central quando isso é necessário.
São estas mesmas conclusões que perpassam no livro de Augusto Santos Silva. Este manual político para a definição do PS é decisivo para perceber onde se posiciona hoje este partido e quais as suas linhas de pensamento. E aquilo que resulta da leitura é a inflexão do PS à direita. Mais uma vez, nomenclaturas à parte.
Para este propósito, parte-se do pressuposto de que observar o discurso é ir além da língua, é analisar as regras do seu uso, pois acredita-se que um sujeito, ao falar ou escrever, leva em consideração aqueles para quem o seu discurso é dirigido e os objetivos do debate.
Um outro ponto a salientar refere-se ao papel da média como formadora de opinião. Noutras palavras, a maneira como ela informa, interrompe e conduz os discursos dos candidatos a respeito de determinados fatos, matérias, acontecimentos, ou mesmo na distribuição dos tempos de antena! Tudo isto, pode influenciar e conduzir milhões de telespectadores.Não podemos esquecer que a TV forma, ou reforça a opinião pública e este é o seu poder. A grande maioria dos portugueses, não lê; informa-se pela televisão e isso constitui uma grande responsabilidade para tais organismos controladores do poder.
Ontem, quer do ponto de vista do conteúdo, quer do ponto de vista da mecânica dos debates, quem saiu vencedor? Passos ou Costa?
Assistiu-se a um PM que estando preso aos factos da governação, em conjuntura muito adversa, pouco mais pode fazer do que justificar-se, perante alguém com argumentação livre, com guião fantasista, difícil de contrariar por falta de contraprova. As previsões que suportam os argumentos de Costa, são meras conjeturas, difíceis de contrariar antes de acontecerem os factos a que se reportam.
Neste, como noutros debates idênticos, as perguntas só poderiam incidir sobre três questões! Ou seja, passado, presente e futuro. A vida de um país altamente endividado, está carente de uma análise fria e competente sobre estas três palavras. Ontem, hoje e amanhã, estarão sempre naquilo que for acontecendo, sem quaisquer possibilidades de mudanças milagrosas. Assim, encontrámos um Passos Coelho muito bem preparado para falar de tudo isto (com retórica mais ou menos professoral). Por outro lado, tivemos pela frente um António Costa que fugiu do passado como o diabo da cruz (pudera!). O momento em que o partido de Costa meteu o nosso país na bancarrota, precisa de um estadista competente em gestão e firme no manejo de números gigantes. De outro modo, em lugar de três bancarrotas, somos atirados para a quarta, sem dó nem piedade!
As várias referências que fez a números, foram de uma incapacidade gritante. -Costa argumentou que o governo se comprometeu com corte nas pensões de 600 milhões, mas não confessa que prevê entre 2016 e 2019, arrecadar 1.360 milhões de euros, com o congelamento das pensões (pagina 12 “Estudo do Impacto Financeiro do Programa Eleitoral do PS”) o que constitui cortes implícitos, por erosão do poder real de compra das pensões. Quando fala da despesa do Estado, diz que o seu partido deixou a dívida em 96% do PIB, e que hoje ela está em 120 e tal %! Esquece este senhor que o dono da Tróica, nas imensas obras faraónicas que fez, utilizou as famosas PPP, ou seja, fez sempre desorçamentação! Melhor dizendo, transformou Portugal no país europeu com mais autoestradas por Km2 e remeteu as dívidas envolvidas para pagamentos até 2030/40! Tais despesas, se tivessem sido orçamentadas e pagas no ano em que foram inauguradas, atirariam com a despesa para muito mais que os autuais 120%! Enfim, foram tantas as despesas com este tratamento e erros de gestão decididos, que nenhum governo do mundo os conseguiria pagar antes de meados DESTE SÉCULO. Por último, iremos esquecer como o senhor presidente da Câmara de Lisboa conseguiu diminuir as dívidas da sua autarquia, mesmo andando há muito em plena campanha eleitoral!
Como de costume, os políticos, jornalistas e supostas entidades públicas etc. dão hoje a vitória ao António Costa! Esta envolvente de bem com a vida, arrasa tudo e todos, principalmente o próprio país!
Aquele que foi o número dois da última governação socialista, no debate político televisivo, insistiu em insultar os portugueses de boa memória, eis a prova:
“António Costa acusa Passos Coelho de ter ido além da Tróica”
Este senhor, quis ignorar os prejuízos sofridos pelo povo nos últimos quatro anos, da responsabilidade absoluta da última governação PS, e dispara contra tudo e contra todos, sem medir aquilo que afirma!
Nesse sentido, o Governo incluiu no seu programa não apenas as orientações que estavam incorporadas no memorando de entendimento "como várias outras que, não estando lá, são essenciais para o sucesso desta transformação" do país.
Esquecendo, que os dinheiros foram encaminhados para autoestradas, estádios de futebol, constituição de centenas de instituições público-privadas, fundações e institutos, de duvidosa utilidade, auxílios financeiros a empresas que os reverteram em seu exclusivo benefício, elevados vencimentos nas classes superiores da administração pública. A política lusa é um campo escorregadio onde os mais hábeis e corajosos penetram.
Para responder às acusações levianas de António Costa, nada melhor que recordarmos um artigo do semanário “Expresso” sobre o assunto:
Uma das 3 pessoas que faz o sacrifício de ouvir o comentário de Sócrates aos Domingos na RTP, tratou de informar as redes sociais que o antigo primeiro-ministro se queixou ontem do aumento da dívida pública nos anos do governo PSD-CDS.
A tendência desde o último ano completo de governação Sócrates é de facto assustadora: subiu 53 mil milhões de euros, qualquer coisa como 35% do PIB em apenas 3 anos. Excecionalmente, Sócrates diz a verdade. Se quisesse levar a retórica mais longe, até poderia dizer que se acumulou tanta dívida pública desde que ele deixou o governo como no total dos seus mandatos.
Claro que é de esperar que a dívida suba enquanto existirem défices públicos. Comentadores como José Sócrates que defendem metas mais flexíveis para o défice dificilmente se poderão queixar que a dívida pública aumenta. Não podem defender ao mesmo tempo que haja défices mais altos e depois criticar que a dívida pública resultante desses défices aumente. A dívida pública é isso mesmo: o resultado da acumulação de défices.
A evolução social do homem confunde-se com as tecnologias desenvolvidas e utilizadas em cada época. Diferentes épocas da história da humanidade são historicamente reconhecidas, pelo avanço tecnológico correspondente. As idades da pedra, do ferro e do ouro, por exemplo, correspondem ao momento histórico-social em que foram criadas “novas tecnologias” para o aproveitamento desses recursos da natureza de forma a garantir melhor qualidade de vida. O avanço científico da humanidade amplia o conhecimento sobre esses recursos e cria permanentemente “novas tecnologias”, cada vez mais sofisticadas. (Kenski, 2003, p. 20)
Até chegar ao computador, o homem sempre, desde os primórdios, procurou meios de substituir a rotina dos seus trabalhos por um instrumento que pudesse fazer isso por ele. Das armadilhas para a captura dos animais até aos mais sofisticados computadores da actualidade o homem sempre se apoiou no automatismo. Os artistas plásticos, apaixonando-se pelas suas estátuas, procuravam dar-lhes movimento, e mesmo vida. A história da Antiguidade está recheada de aspirações, imaginações, fantasias, muitas vezes transformadas em mitologia.
Os “relógios de água” (os clepsidras), depois os relógios mecânicos, foram os primeiros dispositivos inventados pelo homem para dominar o “tempo” e o “movimento”, base fundamental para o automatismo das épocas remotas. Daí muitas concepções surgiram como, por exemplo, a da “realimentação” (feedback) e, mais tarde, a da programação dos movimentos. Ao passar dos séculos, os homens, por muitas formas, tentaram criar e imaginar até seres artificiais. Não só o passado recente, mas também a antiguidade, estão povoados de seres artificiais, mostra do historiador francês Breton (1998), inspiração para a criação dos seres artificiais que hoje, poderão ser, os computadores.
O reconhecido avanço da Revolução Industrial durante o século XIX, assim como a grande complexidade da organização social, apresentou um novo problema: o tratamento de grandes massas de informação.
Muitas vezes, passavam-se séculos sem que nada fosse inovado, ao contrario de hoje, em que se leva em média 18 meses para que se invente uma máquina mais rápida e evoluída que a anterior. Assim teremos que continuar, sem esquecer que toda a riqueza nos vem da terra e do mar. Sem esquecer também, as características de cada povo. O nosso tem uma propensão muito especial para a criatividade que, em nossa opinião deve ser orientada para as actividades levadas a cabo exactamente na terra e na água. A informática é apenas um meio, não um fim.
Gonçalo Annes Bandarra, sapateiro e poeta popular do século XVI, ficou célebre pelas suas trovas proféticas, ainda hoje relembradas sempre que uma calamidade nacional se associa à imagem de um salvador messiânico. As suas "profecias" inspiraram várias personalidades ao longo dos últimos séculos, como o Padre António Vieira e Fernando Pessoa, e influenciaram inúmeras obras literárias e ensaísticas.
Ali encontrámos saudosos homens de venerável idade, de aspecto rude, se se quiser “impelidos”, como os caracterizou D. João de Castro. Impelidos, mas Homens: rectos, nobres, sofridos e duros como convêm a um clima agreste, homens de uma só palavra e de parco riso, espécie extinta ou em extinção. E se alguém tiver dúvidas quanto à nobreza de tais sábios “analfabetos”, lembrem os versos de Sá de Miranda na Carta a El-Rei D. João III: Homem de um só parecer, De um só rosto e de uma fé, De antes quebrar que volver, Outra coisa pode ser, Mas da corte homem não é. Foi deles, que, na nossa curiosidade juvenil, bem notada por quem olhos tinham para as pequenas manifestações da Vida, ouvimos pela primeira vez a história do Bandarra, e algumas das suas quadras, ajaezadas em função das circunstâncias e das memórias dos cantadores, nas tendas feitas tabernas, em frente de um copo de vinho puro, duma febra assada em fogo reconfortante e de um quarto de alvo trigo.
Como pode alguém comandar o País, se tiver sido nomeado para candidato no interior do partido por processos antidemocráticos, se não diretamente, pelo menos de forma indireta, mas com o seu conhecimento?
Quem aceita estas situações não tem moral para impor seja o que for aos portugueses!
Altos responsáveis afirmam a existência de “sindicatos de votos”, quotas pagas por outros que não os próprios, atropelos à democracia interna, etc. Sabe-se do afastamento de milhares de portugueses dos partidos por não poderem pactuar com tais situações e o Estado, através dos tribunais não tem o direito e o dever de intervenção? Pode ser perigoso, mas a situação descrita também o é!
Desculpem, mas assim não vamos longe. De facto a qualidade dos governantes tem de ser baixa, para o País ocupar os últimos lugares a nível Europeu.
Comentários? Sem retorno aos valores, não se vê como poderemos mudar.
O regresso aos valores não se faz de um dia para o outro. Certo.
Foram precisos anos para se atingir o caótico estado atual. Correto?
Serão precisos muitos anos para se atingir o mínimo de vivência salutar, baseada nos indispensáveis valores humanos. Mas teremos de lutar nesse sentido!
Acontecem todos os dias os comportamentos mais execráveis, no domínio da corrupção, do egoísmo, da falta de respeito pelos outros e a generalidade dos cidadãos nem para para pensar, contínua, aparentemente indiferente!
É assim como nas grandes cidades, nas quais uma mãe com um filho ao colo está a ser assaltada e toda a gente, ao seu redor, finge que não vê!
Parece que tal situação interessa a muita gente, se refletirmos convenientemente, não interessa a ninguém.
Quanto à modificação do atual estado de coisas, só se sabe que ele tem que mudar, como, de facto não se sabe! Só sabemos, que todos teremos que mudar muito em termos cívicos!
Afinal o que é isso? Há um abismo total entre o querer perceber, ou não querer mesmo perceber e as pessoas preferem não perceber, preferem, até mesmo esquecerem. Se cada um fizesse um esforço para se situar em relação a esta realidade…, mas não, não há sequer isso, fazem um esforço máximo, para participarem desta coisa. E esta coisa é precisamente uma nação ser um corpo com alma ou sem ela.O esclarecimento é algo perfeitamente indispensável, e julgo que de uma maneira geral é assim. Desde criança deveríamos ser despertos para o “sentimento da nacionalidade, do próximo, da verdade, do ambiente etc.”.Para o sentimento da nossa integração num mundo que pense de forma igual ou parecida, mesmo com língua diferente. E que tal mundo fosse mesmo um mundo de irmãos. Sem esse sentir, a consciência nacional ou universal não funciona em pleno! Só o sentimento de irmandade, legítima a nossa consciência. Mas, antes da incursão nestes conceitos, temos de desejar construir uma civilização, num país em que a população seja civilizada, e nunca degradada moral e etnicamente. Ou seja:
«Se não existir lugar no vosso coração para aqueles que estão ao vosso lado, não haverá lugar para vós na casa que é de todos.»
Se o poder quiser tirar o país da estagnação e conduzi-lo a grandes passos para o desenvolvimento e progresso tem, em primeiro lugar, de criar nesse povo o sentimento de uma nação, casa de todos e para todos. Tal, só se poderá conseguir pela cultura desse povo no caminho para a grandeza da nação e mais ainda face às suas sempre existentes fraquezas comuns.
Mesmo num país, multimilenar como o nosso, não podemos ouvir, nos meios de comunicação o martelar constante de apelos e reivindicações de cariz corporativo. Elas, não passarão de uma afronta imprópria, aos mais desprotegidos. Muito menos a tristes episódios de corrupção!
Simplificando: «ouvir presidentes de sindicatos, bastonário dos enfermeiros ou outros, chefes dos guardas prisionais etc., etc. Anunciarem a necessidade de aumentar os respectivos efectivos ou melhorarem condições salariais/laborais sem assumirem a mínima preocupação com a degradação nas reformas dos idosos, com o elevado desemprego, com uma conjuntura económica fragilizada, com a morte contínua da nossa “sociedade civil”, e por fim, sem a menor preocupação com as enormes fragilidades da nossa economia (potenciadora da criação de riqueza que pagaria todas as necessidades do país e dos portugueses). Tambem, sem a noção de que sem dinheiro, as prioridades sempre serão para os problemas nacionais, em maior aflição. A defesa do mundo próprio de cada um, ou do sector empresarial mais frágil, não deverá sobrepor-se a tudo o mais.
A expressão viva da nação é a consciência dinâmica de todo o povo. É a prática coerente e inteligente de homens e mulheres. A construção coletiva de um destino presupõe uma responsabilidade à altura da história. De outro modo, é a anarquia, a repressão, o aparecimento de partidos tribalizados, do federalismo, etc. O governo nacional, se quiser ser nacional, deve governar pelo povo e para o povo, pelos deserdados e para os deserdados. Nenhum «leader», qualquer que seja o seu valor, pode substituir a vontade popular, e um governo nacional deve, devolver a dignidade a cada cidadão, povoar os cérebros, encher-lhe os olhos de coisas humanas, desenvolver um panorama verdadeiramente humano, habitado por homens conscientes e soberanos. Encutir-lhe a partilha das dificuldades, em conjunto com uma partilha de esperança que um dia chegará mesmo. Tudo isto sem populismo barato