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O ENTARDECER

O ENTARDECER

AS BARRACAS E O REALOJAMENTO

 

Toda esta região que foi conhecida como área pastoril e mais tarde como área agrícola, cheia de pomares e quintas, aparece de repente transformada num grande dormitório da capital.

Como já se disse, em situações onde a oferta de habitação não se adequa à procura a preços ajustados, assiste-se também à implantação de núcleos de construção clandestina, ou bairros de barracas.

Assim e infelizmente, à volta de todo este crescimento habitacional, enxameiam, em todo o concelho, especialmente na área desta freguesia de Queijas, os chamados bairros degradados da Senhora da Rocha e Gandarela, detrás dos Verdes, Pombais, RIGUEIRA de Queijas, Forte de Caxias, alto dos AGUDINHOS, Suave Milagre, Eira Velha, Rádio da Marinha, etc.

Trata-se pois, de muita gente que veio da província à procura de trabalho na capital e seus arredores. Muitos do Alentejo.

São milhares de modestos trabalhadores, que na maioria pagam rendas mensais pelos terrenos que ocupam com as suas barracas.

São milhares e milhares de braços ocupados na produção industrial, que habitam numa terra que ainda há pouco vivia do amanho agrícola, que hoje ninguém quer fazer, ou fazem para subsistência própria em terrenos baldios.

Trabalham nas imensas obras, mas também nas muitas industrias que na freguesia ou nos seus limites se foram fixando. Etc.

Existem ainda muitas centenas de unidades de produção de média ou pequena dimensão que dão emprego a muita gente que veio à procura de emprego até esta freguesia, mesmo com salários muito baixos e se fixaram em habitação degradada neste local.

No mandato daquele que foi criança, jovem, adulto e CHEFE DE FAMÍLIA, também morador e presidente da junta. Num trabalho conjunto com a câmara, no final do mandato todos os moradores das barracas foram alojados em casas condignas.

"Mãe dos Pobres"

Madre Maria Clara do Menino Jesus - SERVA DE DEUS (1843-1899)

 

A 1 de Dezembro de 1899 falecia em Lisboa a "Mãe dos Pobres", Madre Maria Clara do Menino Jesus, Fundadora da Congregação hoje chamada das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição.

Tinha nascido 56 anos antes, a 15 de Junho de 1843, descendente de uma família de antiga nobreza e aparentada com as casas mais ilustres de Portugal.

Tendo ficado órfã nas epidemias de 1856-1857, foi educada no Asilo Real da Ajuda, em Lisboa, de onde passou, mal completados os 19 anos, para o palácio dos Marqueses de Valada.

Após cinco anos de uma vida faustosa, decidiu renunciar a tudo e ingressar no pobre Convento de S. Patrício, onde iniciou uma caminhada de entrega definitiva a Deus, consagrando-se, primeiro na Ordem Terceira Secular de S. Francisco, sob a orientação espiritual de Frei Raimundo dos Anjos Beirão.

 

Como vigorasse em Portugal a proibição de Congregações religiosas e se tornasse urgente a fundação de um Instituto genuinamente português, a Irmã Maria Clara foi a Calais, - França, para fazer o seu Noviciado, entre as Irmãs Hospitaleiras e Mestras e aí emitir votos públicos.

 

Regressada ao seu país, deu início à Congregação das Irmãs Hospitaleiras dos Pobres pelo Amor de Deus, aprovada pelo Governo português como Associação de Beneficência, a 22 de Maio de 1874 e pela Santa Sé como Congregação Religiosa, a 27 de Março de 1876. Dotada de um coração repleto de bondade e de ternura pelos mais pobres e abandonados, a Serva de Deus dedicou a vida inteira a minorar os sofrimentos e dores, enchendo Portugal de centros de assistência, atendimento e educação, onde todos os desvalidos pudessem encontrar carinho, agasalho e amparo, fosse qual fosse a sua condição ou estado social.

 

                     

                             Sede da CONFIC em Linda- a - Pastora

 

Sempre impelida pela mesma ânsia de a todos socorrer, enviou as suas Irmãs a Angola, em 1883, à Índia, em 1886, à Guiné e a Cabo Verde, em 1893.         

Durante o tempo de seu governo como Superiora Geral e Fundadora abriu mais de cem obras e recebeu mais de 1.000 Irmãs, tendo constantemente em vista a urgência de a todos socorrer.

Através dos seus membros, a Congregação devia estar presente e actuante em todo o lugar, onde houvesse o bem a fazer, onde fosse necessário dar uma resposta aos clamores dos desamparados.

No meio de sofrimentos de toda a espécie, na solidão, na doença, na perseguição, na incompreensão e na calúnia, a Irmã Maria Clara soube manter-se sempre fiel ao seu Deus e à missão que Ele lhe confiara, num serviço permanente, alegre e generoso a todas as pessoas, sem qualquer excepção, a todos perdoando e desculpando com fé e caridade heróicas.

Convicta de que " nada acontece no mundo sem permissão divina, acolhia tudo como vindo das mãos de Deus, pessoas e acontecimentos, dores e alegrias, saúde e doença.

A sua doação deveria ser levada até ao limite das forças, pois a única razão de ser da Congregação, por ela fundada sob " o olhar providencial de Deus" era servir, animar, acolher e aconchegar a todos " com sacrifício próprio", até a efusão do sangue, se tanto fosse necessário.

Por isso, vemos a sua vida toda permeada de um optimismo invencível e de uma esperança e confiança inabaláveis, mesmo que à sua volta tudo pareça escuro e adverso.

Nada possuindo, além do amor de Deus em Cristo sofredor e em todos aqueles que ela escolhera como " sua gente", podia encerrar em paz os seus dias terrenos, segura de lhe ter sido reservada uma numerosa descendência que levaria ao longe e ao largo o lema de " fazer o bem, onde houver o bem a fazer", protegida sempre pelo olhar providencial de Deus e pela Virgem Imaculada, modelo e mestra de vida em Hospitalidade. 

 

A casa de Cesário Verde

 

Localizada na Rua Visconde MOREIRA de REY, em Linda – a - Pastora, é hoje o que resta do simples casal rústico e da vivência bucólica do poeta Cesário Verde.
Denominada Quinta de São Domingos, ou dos Verdes, como é mais conhecida em Linda – a - Pastora, foi adquirida por GIOVANI Maria Verde (bisavô do poeta, de origem italiana) em 1798, e correspondeu a uma extensa quinta sobre o JAMOR chegando a alcançar uma área de 3 hectares. A família Verde repartia a sua atenção entre os negócios da loja de ferragens, na Rua dos fanqueiros, e a actividade agrícola da quinta.

As epidemias que abalavam Lisboa, como "febre-amarela e a cólera", levam a família para o refúgio no campo. Reportando-se a esta época, Cesário Verde vem a escrever mais tarde:

 

"E o campo, desde então, segundo o que me lembro,
É todo o meu amor de todos estes anos
Nós vamos para lá; somos provincianos
Desde o calor de Maio aos frios de Novembro"

 

A José Anastácio Verde, ir com os seus para Linda – a - Pastora, teve resultado prático: aperceber-se do real valor da quinta, da qual futuramente fará o centro da actividade e da exportação dos produtos agrícolas. Cesário Verde, que desde rapazinho trabalhou no negócio de família ao balcão, iria dirigir a exploração da quinta e empenhar-se na compra de produtos de outros agricultores, e na direcção da embalagem das frutas. A intensidade e as diferentes áreas exploradas, evidenciava um árduo trabalho
O espaço não se confinava à quinta: alargava-se a outras propriedades, inclusive na área onde veio a construir-se o forte prisão de Caxias. Na casa de Linda – a - Pastora passou sucessivos verões e, nos últimos anos, até invernos quase inteiros. Ainda há quem o considere o poeta de Lisboa. De Lisboa e de Linda – a - Pastora. A propriedade manteve-se na família até 1955. Hoje, o que resta da antiga casa pertence à Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras. Um pequeno campanário, as argolas para prender os animais, e colunas de estátuas de pedra são alguns dos vestígios que remontam ao casal rústico da família Verde.

Em memória ficou:
- Uma lápide de homenagem de um grupo de amigos da Escola Ferreira Borges, onde se escreveu - "Nesta Casa viveu o grande poeta Cesário Verde (1855-1886) ", e -"O Prémio de Poesia Cesário Verde instituído pela Câmara Municipal de Oeiras, para premiar trabalhos de reconhecido valor poético".

 

Outro fontanário, outros tempos.....

 

 

Neste lugar que serviu de inspiração a vários poetas, como uma espécie de retiro espiritual, surge associada uma outra figura, tão ou mais poética, tão ou mais romântica.
A jovem pastora é retractada com seu rebanho nos azulejos de outro fontanário, situado ao lado da avenida Tomás Ribeiro, em Linda - a - Pastora.

Hoje alindado, feito jardinzinho e em simultâneo miradouro, e que também vai servindo de local para descanso de gente mais cansada ou pensativa.

Sobre esta pastorinha consta um bonito poema da autoria de Jorge Verde, irmão do conceituado Cesário Verde, dedicado a esta figura que merece o carinho desta população;

 

Há na Terra uma Pastora

Que está sempre olhando o mar,

Não é morena nem loira

E é branca como o luar.

 

Chamamos linda a pastora

Que os dias passa a cismar

Numa encosta encantadora

Que de longe olha p' ra o mar.                                       

 

Determinados autores apontam, contudo, designações como NINHA PASTORA e Linda Pastora, que poderão estar na base do termo Linda - a - Pastora, podendo aqueles referirem-se à proximidade do RYO NINHA (século XIV), sendo que o termo "NINHA", de origem céltica, se encontra associado aos "lugares altos ou na sua vizinhança".

FEZ-SE "AVANÇADO"

Oração a Nossa Senhora da Rocha por alma de M. Da M.

Ele era o sacristão da freguesia

no tempo em que meu PAE....                                

                                  (Doce passado!)                                         

Apadrinhava quanto baptizado

De gente pobre lá da terra havia.

Tantas vezes o altar iluminado

                                   Vi pelas luzes que ele lhe acendia!

Mas quando se perdeu a Monarquia

de tudo renegou ! Fez-se "avançado"!....

 

Morreu HONTEM.

  • Senhora Aparecida!

Em nome da saudade enternecida

que é toda a minha infância para mim,

Dai-lhe ingresso nas CÉLICAS bonanças,

                                   - Pela porta das bem-aventuranças,

- Atendendo ao seu péssimo latim.....

Aqui ao Santuário trouxe eufóricas as duas filhinhas, encantadoras meninas angelicamente de branco por dentro e por fora, à solene primeira comunhão em 1915.

NOTA PRÉVIA

                                     

 Toda e qualquer pessoa, precisa de sentir, de uma forma bem definida, uma identidade pessoal relativamente à sua nacionalidade, família, local de habitação, emprego, clube de eleição, religião etc.

Tudo isto e muito mais coabitam em nós próprios, formando um todo, a nossa identidade, dando a toda a gente, sem sombra de dúvida, uma grande consistência moral e comportamental. São as nossas referências que por regra, em grande parte, já nos vêm, em muito, dos nossos antepassados.

Muitas delas são-nos transmitidos de forma genética ou pelo convívio e educação escolar e familiar, mas todas podem, e devem, ser alimentadas e estimuladas, até combatidas.

No que concerne ao nosso local de habitação, venha ele do nascimento ou tenha sido eleito outro por nós mais tarde, tudo se passa da mesma forma.

No caso concreto que escolhi, a Freguesia de Queijas, ela ganhou identidade própria há meia dúzia de anos, logo, necessário se tornou ir mais longe em busca da verdadeira identidade das suas raízes.

Porque, de longa data, sempre pertencemos à antiga Freguesia de Carnaxide, velhinha de muitos séculos, se quisermos cavar bem fundo vamos encontrar as raízes que procuramos no nascimento da nossa própria nacionalidade. Pois é, não há exagero algum. Depois, relativamente ao nosso concelho, as referências são mais tardias, mas andam quase sempre pelo concelho de Oeiras.

Por todas estas fases passou este antiquíssimo Lugar de Queijas, e teve que ser assim, até chegarmos a Queijas Paróquia, Freguesia e Vila!

Não há muita informação disponível sobre um universo de muitos séculos, no qual foi vivendo o território da nossa Freguesia, mas é de absoluta justiça falar daquele que nesta matéria nos deu uma enorme ajuda. Deixar de tecer um grande elogio àquela figura que, na minha opinião, mais pugnou por conhecer as nossas referências e em simultâneo mais se bateu pela solução dos enormes problemas que sempre foram afligindo as gentes da antiga Freguesia de Carnaxide, seria de todo injusto.

Foi essa grande figura humana e eclesiástica, o Pie Francisco dos Santos Costa, que nos legou uma publicação de grande dimensão, O Santuário da Rocha - Coração de Carnaxide. Legou-a a todos aqueles que amam a velha freguesia de Carnaxide, que hoje se espalha pelas freguesias de Carnaxide, Queijas, Linda - a - Velha, Algés e Cruz - Quebrada - Dafundo.

Como habitante de Queijas, vai para 40 anos, é desta maneira agradecida que sinto todo o trabalho que ele nos deixou, não esquecendo também todos aqueles que a ele acrescentaram qualquer contributo, para nós tão importante.

Todavia a realidade surgida com o aparecimento da Freguesia de Queijas, da sua Paróquia e Vila, veio trazer uma nova identidade e um novo sentimento aos habitantes desta circunscrição, para tal, não devemos esquecer que muitos até já nela nasceram.

Tentei pois actualizar factos com uma história riquíssima, desta vez circunscritos à Freguesia de Queijas, que como um filho nasceu da velhinha Freguesia de Carnaxide.

Servi-me do trabalho que outros primorosamente fizeram, mas também vos digo, que esteja onde estiver, muito feliz ficaria se este trabalho por mim assinado, puder ajudar alguém a dar-lhe continuidade na história desta terra que já tantos amam como sua.  

A vida ensina-nos que factos escritos como actuais, com o tempo decorrido, logo perdem actualidade, e por isso, carecem ser enriquecidos com outros mais marcantes, por comportarem uma vivência mais vasta e próxima de nós, seres ainda vivos.

Foi pois esse trabalho que quis escrever e deixar como legado a toda a população da Freguesia de Queijas. Na vida tudo muda, e o amanhã pode voltar a colocar tudo, ou quase tudo, como estava anteriormente! Existem factos de uma tal relevância a condicionar o futuro, que teremos de os aceitar para não travarmos esse futuro, desde que ele seja no interesse geral dos cidadãos.

                                                   António Reis da Luz

A NOVEL VILA DE QUEIJAS

TERÇA-FEIRA, 4 DE NOVEMBRO DE 2014
 

ETERNAMENTE ESQUECIDA?

QUANDO UMA  VILA VOTA EM GENTE SEM PASSADO, AS COISAS SÓ DOEM A QUEM AS FEZ E LUTOU POR ELAS! MAS CUSTA A ROER, VER QUE A NOSSA VILA FEZ DEZ ANOS SEM AS FESTIVIDADES MERECIDAS! HÁ PESSOAS A QUEM É ÚTIL FAZER ESQUECER O PASSADO? PARA OS MAUS AUTARCAS, a vontade da sua terra ser freguesia, vila, ou uma simples aldeia É O MESMO? O que conta é servir o grupo que o favorece!

 

QUEIJAS, Vila.

Porquê Vila ?

A freguesia de Queijas evoluiu, em poucos anos, de pequeno aglomerado e dormitório para uma área urbana em expansão, na qual a edificação de novos equipamentos estava a trazer a qualidade esperada. Nesta perspectiva começou, quase colectivamente a sonhar em ser Vila, o que só foi possível graças ao dinamismo e desenvolvimento de que foi alvo nos últimos anos.

Com efeito, os novos equipamentos e entre eles a construção sequencial da Escola Básica n.3, Escola C+S Professor Noronha Feio e, agora o novo Mercado, com o Posto da GNR, vieram trazer a esta localidade uma nova coerência e uma nova forma de vida.

Empresas a instalarem-se na freguesia, um Hotel, a nova Igreja de S. Miguel Arcanjo e o Centro Social aumentado e renovado.

O urbanismo em expansão crescente, com qualidade, e longe dos índices de ocupação dos bairros de betão.

O pioneirismo na recolha selectiva de lixo, os novos arruamentos e reforço da iluminação pública são outros benefícios bem visíveis, coroados pela notável obra da Fonte escultórica e cibernética de S.Miguel Arcanjo, que transformou a rotunda de Queijas num portal de grande simbolismo e impacto visual e também pela estátua cheia de beleza da Madre Maria Clara.

Se a tudo isto somarmos o êxito alcançado no realojamento, foram eliminados 5 

Bairros de barracas (Taludes, Beco dos Pombais, Atrás dos Verdes, Rocha e Suave Milagre)  onde quase 2000 pessoas viviam em condições degradantes e passaram a ter a sua casa bem confortável.

Ficámos então, com um conjunto de razões de sobra para que a população da Freguesia esteja agora ao melhor nível do Concelho a que justamente pertence, razão pela qual a elevação de Queijas a vila, não era mais do que o reconhecimento e corolário do nosso desenvolvimento.

Em entrevista a um órgão de comunicação social, o Presidente da Junta, António Reis Luz , afirmou então :

 " É minha convicção que Queijas tem um futuro risonho! "

O sonho a caminho da realidade

Foi então que o Presidente da Junta meteu mãos à obra, começando por se inteirar do caminho a seguir para Queijas chegar a vila..

Leu a legislação adequada, informou-se e começou a elaborar o projecto a ser remetido à Assembleia da República, através do Grupo Parlamentar de um partido, no caso, viria a ser o do Partido Social Democrata.

A fundamentação requereu muito trabalho de investigação, dado que, muito pouca ou nenhuma informação havia disponível sobre este "Lugar de Queijas".

Lida a legislação aplicável, Lei 11/82 de 2 de Junho, fica-se a saber que uma povoação só pode ser elevada à categoria de vila quando conte com um número de eleitores, em aglomerado contínuo, superior a 3.000 e possua, metade dos seguintes equipamentos colectivos:

  1. a) Posto de assistência médica;
  2. b) Farmácia;
  3. c) Casa do Povo, dos Pescadores, de espectáculos, centro cultural, ou outras colectividades;
  4. d) Transportes públicos colectivos;
  5. e) Estação dos CTT;
  6. f) Estabelecimentos comerciais e hotelaria;
  7. g) Estabelecimento que ministre escolaridade obrigatória;
  8. h) Agência bancária.

De todas as condições exigidas, Queijas só não possuía o Posto Médico, mas só necessitava de ter metade das condições acima descritas.

 

Para além de uma Nota Justificativa de abertura do processo, a fundamentação abordou :

  • Dados geográficos e Administrativos.
  • Resumo histórico
  • Condições socioeconómicas.

Sector secundário- Unidades industriais

Sector terciário. Actividades comerciais mais representativas; Serviços; Equipamentos Social; Educação e ensino (público e privado); Comunicações e transportes; Actividades sociais e culturais; Equipamento desportivo e colectividades.

Se alguém pensa que a elevação de uma qualquer terra a vila, cidade etc., está dependente de uma só pessoa, está de facto totalmente errado.

A decisão pode começar pela iniciativa de uma pessoa, a elaboração da fundamentação também, mas uma vez iniciado o processo, todas as decisões são tomadas por órgãos colectivos, como segue:

¨ Aprovação no Executivo da Junta

¨ Aprovação na Assembleia de Freguesia

-  Envio para a Assembleia da Republica através   de um Grupo ParlamentarDesce para parecer

¨ Ao Executivo Camarário

¨ À assembleia Municipal, para voltar à Assembleia da Republica e ser aprovação em reunião plenária

Foi exactamente todo esta caminhada que o pedido e respectiva fundamentação fez, até ao dia da sua aprovação em plenário da Assembleia da Republica.

O pedido de elevação de Queijas a vila, feito pela Junta de Freguesia de Queijas, havia dado entrada na Assembleia da República em 10/10/2000, apresentado pelo Grupo Parlamentar do PSD, ao cuidado do Dr. Marques Mendes, tornando-se então no Projecto de Lei N.º 311/VIII, após o que foi apreciado na Comissão Parlamentar de Administração e Ordenamento do Território.

Chegou à Assembleia Municipal de Oeiras, para ser aprovado em 27 de Novembro de 2000.

Obteve aprovação no Executivo Camarário em 14 de Fevereiro de 2001, com realce para o facto de Queijas já dispor de 8429 habitantes e na relação de equipamentos colectivos e dos estabelecimentos que compõem os sectores secundário e terciário, totalizarem vinte e sete unidades funcionais e cento e sessenta e uma unidades, respectivamente.

O Elevação de Queijas a Vila foi votado por unanimidade em todos os órgãos executivos e deliberativos onde foi submetida a aprovação, até ser submetido à decisão final na Assembleia da República em 03 de Abril de 2001.  Em dia de grande festa, 7 de Junho de 2001, havia centenas e centenas de pessoas e autocarros à volta das instalações da AR, vindas de todas as partes do País para assistirem a aprovações similares, foi aprovada a elevação de Queijas a Vila, através da Lei n.º 56/2001, publicada no Diário da República  n.º 160 I - A série de Quinta Feira , 12 de Julho de 2001.

O então Presidente da Junta de Queijas esteve presente no parlamento, assistiu e, já noite, chegou a Queijas com a boa-nova.

No dia 23 de Abril de 2001, na Sessão Ordinária N.2/2001 (1.ª Reunião), foi aprovada na Assembleia Municipal uma Moção sobre a elevação de Queijas a Vila, considerando que este facto se traduz  numa importante valorização da localidade e das respectivas populações.

Entretanto a Junta de Freguesia, no dia 26 de Maio de 2001, no palco da nova Vila de Queijas levou a efeito uma grande festa comemorativa.

Começou com uma Workshop juvenil largamente participada, seguiu-se uma Sessão Solene no Salão Paroquial, completamente cheio, onde usaram da palavra o Presidente da Câmara, Dr. Isaltino de Morais e o Presidente da Junta Sr. António Reis Luz.

Foi o dia mais indicado para fazer as homenagens mais que devidas, àqueles a quem chamámos "Os Homens Bons da Freguesia".

Esta Sessão Solene acabou com o nosso querido e saudoso Poeta Ricardo declamando um seu poema, à novel Vila de Queijas :

Linda Queijas das vivendas

Dos rebanhos a pastar     

E dos moinhos de vento

E as giestas em flor  

 

Perfume de reais lendas

Uma janela pró mar

E caçadas com espavento

Um paraíso de cor

 

Na sinfonia das cores

Assim de gala vestida

As searas ondulantes

Foste minha perdição

Escondem novos amores

Fiquei para toda a vida

Em baile de debutantes

Sem nenhuma condição

 

De imediato foi inaugurado um novo Parque Infantil do Largo dos Correios, que ficou pertença da Junta de Freguesia e uma Exposição Colectiva de Pintura e Artes Plásticas no ginásio da Escola Primária, hoje chamada de Gil Vicente.

À noite a população pôde assistir a um bonito espectáculo, no largo do Mercado Municipal, com exibição de uma conhecida girlsband, perante uma multidão de gente orgulhosa da sua vila.

O que muda de imediato ?

De imediato vai ser preciso e obrigatório, proceder a modificações no Brasão, na Bandeira e no Guião.

Ao nível do Brasão as vilas têm " Coroa mural de prata de quatro Torres" enquanto só tinha de três .

O listel branco, com legenda a negro : deve passar  a ter Vila de Queijas

Tais alterações devem ser pedidas, em parecer, à Comissão Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses, e seguidamente remetidas para publicação no Diário da República.

Brasão - Escudo de prata, duas armações de moinho negro, cordoadas do mesmo e vestidas de azul, livro aberto de prata, encadernado de vermelho e realçado de ouro; em Ponta cômoro de negro carregado de um coração vermelho, coroado do mesmo, e nimbado de ouro. Coroa mural de ouro de quatro torres. Listel branco, com legenda a negro dizendo : VILA DE QUEIJAS.

No resto os habitantes de Queijas continuarão a sentirem-se privilegiados por se saberem numa zona incontestavelmente sossegada, mas com muita qualidade de vida e indiscutivelmente às portas de Lisboa e com bons acessos para todo o país.

A condição de vila em concreto e imediato pode parecer que não lhe trará muito, mas para quem tiver de bater a portas, pedindo ou exigindo aquilo que por mérito é nosso, porque merecemos de facto, o estatuto de vila para Queijas vai ajudar bastante....

Todos os Direitos Reservados - SITE pago por António Reis Luz

 

publicado por luzdequeijas às 14:57

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