(janeiro de 2011) -A administradora do Banco de Portugal Teodora Cardoso e o professor de economia na Universidade do Porto João Loureiro vão integrar o grupo de trabalho sobre as contas públicas, que é presidido por António Pinto Barbosa.
Quarta-feira, 02.11.11
Teodora Cardoso diz: Tenho para mim que a diminuição das desigualdades sociais é uma condição sine quo non para garantir um crescimento sustentável.
É a justiça social que permite a existência de uma classe média com poder de compra (i.e. capaz de consumir sem recurso ao crédito). O aumento do poder de compra da classe média é a alavanca essencial para o crescimento sustentável dos diversos sectores de atividade.
A administradora do Banco de Portugal Teodora Cardoso e a professora de economia na Universidade do Porto João Loureiro vão integrar o grupo de trabalho sobre as contas públicas, que é presidido por António Pinto Barbosa. Numa primeira fase, a escolha de João Loureiro não foi bem vista pelos sociais-democratas, dada a proximidade do docente universitário com o atual ministro das Finanças, Teixeira dos Santos.
CM – 18/3/2015 - O Conselho de Finanças Públicas (Teodora Cardoso) admite um crescimento económico acima de 2% anualmente a partir de 2016, se os cortes dos funcionários públicos forem retirados. A fim de aumentar o consumo público.
CM- 08/10/2013 - A presidente do Conselho de Finanças Públicas diz que cortes têm ...Pedro Lomba acusa PS de nunca ter inscrito apoio aos emigrantes nos fundos europeus... criticou, nesta terça-feira, o facto de os cortes na função pública estarem a ...quer arrecadar 20 milhões com extinção da “fundação Magalhães” ...
NOTA: De uma atenta leitura, das afirmações proferidas pela Administradora/Presidente Conselho Fiscal do BP, Dr.ª Teodora Cardoso, militante do partido socialista, verificamos que ela só admite um crescimento de 2% em 2016, se forem retirados os cortes atuais aos funcionários públicos. Se for defendida e protegida a classe média.
Teorias à parte, não se compreende tanta preocupação com os funcionários públicos! Será uma questão de votos? Segundo parece têm a média salarial mais elevada do país! Têm regalias que mais ninguém tem no país!
Muito menos se compreende, o esquecimento “DOS REFORMADOS”, espoliados pela segunda vez neste país, do ABRIL de 1974!
Foram espoliados nos festejos do Abril de 74, com as nacionalizações das Caixas de Previdências e foram-no agora! Será que os reformados, nada tem que ver com o aumento do consumo? Será que as grandes limitações de saúde deles, não implicam para eles, grandes gastos? Já agora só mais outra notícia: “
CM-15-05-2014 – “ Menos 60 mil famílias numerosas numa década! Mais filhos ficam em casa dos pais! Entre 2001 e 2011, o número de jovens, dos 18 aos 34 anos, a viver com os progenitores aumentou em Portugal, Lisboa e Algarve são as exceções”
Não posso imaginar a idade da Dr.ª Teodora Cardoso, mas já não será assim tão jovem, para tanta preocupação, bem paga!
Saiba a senhora, que neste país e com a revolução de Abril de 74, foram centenas e centenas de grandes trabalhadores, postos em casa e no banco do jardim, com 50 ou pouco mais, de idade!
Tal como disse Jorge Sampaio:
“ Os interesses em Portugal são mais fortes que o fraco poder político”
Em comemoração do Centésimo Aniversário da sua morte, foi inaugurada em Queijas uma estátua a Madre Maria Clara (8-12-1999)
A Mãe Clara, vendo na praça pública um grupo de pobres, macilentos e tiritando de frio, exclamou: “OLHAI, AQUELA É QUE É A MINHA GENTE”.
Depressa se lhe juntaram mais e mais jovens. As irmãs tornaram-se cada vez mais solicitadas. Remando contra os ventos, e sob a orientação do Padre Raimundo, a Congregação cresce e avança. Lá iam, todos os dias, de porta em porta, acudir às situações mais gritantes. Levavam consigo uma refeição quentinha para uns. Limpavam a casa a outros. Agasalhavam muitos com as roupas que lhe eram oferecidas e ajeitavam a enxerga daqueles que jaziam paralíticos. As chagas eram cuidadosamente tratadas. A história de cada um era escutada sem pressa. As palavras de conforto eram respostas aos gemidos e lamentos. As irmãs Hospitaleiras elegem como seu o lema:
“ONDE HOUVER O BEM A FAZER, QUE SE FAÇA”
Quando se ama, não tem cabimento fugir! É então que partem como missionárias (Angola, Guiné, Índia, Cabo Verde, foram as primeiras viagens em missão. A todos os necessitados ofereciam a sua ajuda desinteressada. Não conheciam ninguém e não tinham a certeza do regresso. A fome, a sede, o calor asfixiante, e as muitas doenças, para as quais ainda não havia remédios, tornavam muito difícil as missões. Mas nada as fez recuar!
Passados mais de cem anos, a chama continua acesa e continuará a iluminar e a aquecer A Congregação das Irmãs Hospitaleiras da Imaculada Conceição está espalhada pelo mundo, mas a sua sede geral existe em Linda a Pastor. Na sua cripta estão sepultados a Mãe Clara e o Padre Raimundo
Fátima, Vila Nova de Gaia, Açores, Pontevedra, Roma, Índia, Filipinas, Brasil, Califórnia, Maputo, Bissau, São Tomé, Swazilândia, são lugares do mundo onde chegam o apoio e a solidariedade que emana de Linda-a-Pastora e da antiga Casa de Cesário Verde.
A grande figura humana da Mãe Clara não é de ninguém. É do mundo, onde a sua obra se estender.
Um dia, o diabo acordou com um enorme terçolho - pela primeira vez, desde há muitos anos, uma bela jovem ia casar virgem.
Inquieto, despachou para a Terra o maior sedutor que pelo inferno ardia. D.Juan, com o seu fiel criado, com a missão urgente de seduzir a donzela, sem o que não conseguiria curar a mazela.
Começa assim a brilhante comédia que Ingmar Bergman filmou, sobre a Suécia um tanto libertina dos anos setenta, e a que deu o título em epígrafe.
E a história prossegue com D. Juan utilizando mil ardis, a que a casta jovem vai resistindo, cada vez menos.
Sentindo o perigo, os Céus enviam um sábio que convence D. Juan de que a noiva terá um belo dote, na condição de se manter casta até à noite de núpcias.
A história termina com o sedutor seduzido, a vencer o noivo no coração da jovem, a qual acaba por casar donzela, e o terçolho transforma-se em incómodo, permanente, no olho do Diabo.
O Estado não pode atribuir-se o direito de programar a educação e a cultura segundo quaisquer diretrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas.
O ensino público não será confessional
Ficará então a obrigação de perguntar: Porquê a total proteção dada ao ensino oficial? Para que haja cumprimento do ponto (1), será necessário fixar um custo por aluno, e sem outras proteções, dar liberdade ao público e privado, mesmo nas instalações utilizadas e na sua manutenção!
Do mesmo jeito se interrogam os termos da Lei 46!86 artigo 37º nº1 ou o artigo 75º da Constituição que a FENPROF invoca para defender a construção de mais escolas! para serem entregues àquilo a que chamam “ensino público”. Em boa verdade o artigo 43 da Constituição no seu número 2 determina:
“O Estado não pode atribuir-se o direito de programar a educação e a cultura segundo quaisquer diretrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas.”
Quando a FENPROF invoca a construção de mais escolas a serem entregues ao ensino público (?) (ensino dado a toda a gente mediante programa do Estado), não podem excluir essas escolas construídas, de serem também entregues às Escolas com Contrato de Associação (sem fins lucrativos). Podia e devia ser mais incrementado este tipo de ensino em edifícios do Estado.
Porquê, serem somente entregues às escolas no domínio do Ministério? Para haver igualdade terão de ser entregues, também, ao ensino privado que também é público!
O país está altamente endividado com a construção de muitas Mega Escolas (com luxos chocantes), os portugueses não têm uma economia que lhes dê emprego e têm de emigrar, depois de formados pelo Estado e ainda há o descaramento de pedirem mais construção? O abandono de escolas nas aldeias, ainda muito funcionais, é um crime por infringir o ponto n.2 do artigo 43º da Constituição? E quem produz riqueza para pagar tudo isto? Estamos na presença de programação da educação por diretrizes ideológicas, políticas e filosóficas! O Estado é que é bom! Isso é uma mentira que está a custar muito cara aos portugueses!
Artigo 43 da Constituição, número 2 (motivações ideológicas).
Chega de socialismo barato para não dizer comunismo, em falência. Portugal tem de ser um país moderno e democrático e esta ideologia socialista não tem lugar em qualquer democracia séria! Na Holanda o ensino está 70% nas mãos de escolas privadas. Noutros países europeus o panorama é idêntico! Aqui, continuamos no tempo do Conselho da Revolução! Que interesse tem o Sindicato dos professores nesta situação?
A nossa sociedade está a atravessar uma perigosa crise de valores. Uma crise que todos sentimos nas mais pequenas coisas quando, no dia-a-dia, constatamos que temos de conviver com uma permanente inversão de prioridades.
Hoje, já começa a ser difícil encontrar quem perceba que o interesse coletivo se tem sempre de sobrepor ao interesse individual. De forma perigosíssima, a sociedade aceita demasiadas vezes e de forma complacente que os interesses individuais ou de grupo ditem políticas que agridem o coletivo. Infelizmente, são muitos os exemplos! Tudo isso revela uma profunda crise de valores. Tudo isto revela que o país e o seu denominado regime democrático estão profundamente doentes. Julga-se já não ser possível aspirar a resolver todos estes estrangulamentos sem uma completa rutura com tudo o que de podre existe entre nós. O que aqui se sugere é que para romper com a podridão de que a nossa sociedade começa a dar preocupantes mostras, uma podridão em que o lucro e o interesse individual comandam tudo e todos -, é decisivo que os cidadãos estejam mais ativos. Que se interessem pela política. Que lutem pelos seus interesses de forma mais ou menos organizada. Que critiquem e combatam, no seu dia-a-dia, aqueles que agridem o interesse coletivo em nome do seu exclusivo interesse individual. E onde se faz isso? Faz-se no emprego. Faz-se em casa. Faz-se no café. Faz-se nos partidos. Faz-se no clube que frequentamos. Faz-se assistindo e intervindo nos colóquios. Faz-se escrevendo nos jornais e blogosfera etc. Faz-se sensibilizando todos os que conhecemos. Faz-se votando e não abstendo-nos. Faz-se, portanto, sempre que participamos, nunca se faz quando nos alheamos e nos desinteressamos. Mas é indispensável que todos interiorizemos que não há nenhum de nós que alguma vez possa dizer que não tem responsabilidade alguma e que a ele nada lhe compete fazer pelo futuro do seu próprio país. Porque no limite, esse país somos nós mesmos.
Está longe, muito longe de ser forte, alto e espadaúdo! Como disse Pessoa, é ser como a LUA:
“Assim, em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive”.
Ainda com a ajuda de Pessoa, bem poderíamos dizer: Sê grande sê inteiro”. Assim, melhor poderemos definir aquele que tem merecido o aplauso do mundo todo! É de MANDIBA que falamos, pois ele foi um homem inteiro toda a sua vida, detendo ou não o poder. Na história de Portugal ensinava-se que Angola bem como todas as outras províncias ultramarinas constituíam parte integrante do grande império português que nos fora legado pelos nossos corajosos e gloriosos antepassados que deram novos mundos ao mundo através dos descobrimentos e eram senhores de aquém e além-mar.
No momento em que se começou a entoar a “Grândola Vila Morena”, já este além-mar, que falava português, estava repleto de russos, cubanos e demais gente do ex-bloco soviético!
Recusou vinganças menores, a coberto da cor da pele. Nisto e em tudo o resto foi um “Homem Inteiro”.
Ninguém nos poderá impedir ou censurar, que nos venha à mente a tragédia da nossa descolonização.
Faltou a Portugal nesta data histórica, um homem, “inteiro” como Mandela que obrigasse “brancos e negros” a permanecerem na mesma ESCOLA E NA MESMA CARTEIRA. Era importante para o mundo que essa continuidade tivesse sido defendida!
A bem do cristianismo que por ele espalhámos e da extinção de todo e qualquer racismo.
Reavivar assim a memória é serviço prestado a Portugal. E também à História.
Toos os Homens deveriam ser como a lua e serem inteiros tal como Mandela.
Já não sei, em que dia está. Lá em casa não há calendários, e na minha memória as datas estão todas misturadas. Recordo-me daquelas folhas grandes, uns primores, ilustradas com imagens dos Santos que colocávamos ao lado do toucador.
Já não há nada disso. Todas as coisas antigas foram desaparecendo. E sem que ninguém desse por isso, eu também me fui apagando…… Primeiro mudaram-me de quarto, pois a família cresceu. Depois passaram-me para outro menor, ainda, com a companhia das minhas bisnetas. Mas tudo bem …. Desde há muito tempo que tinha intenção de escrever, porém, passava semanas à procura de um lápis. E quando o encontrava, voltava a esquecer onde o tinha posto. Na minha idade todas as coisas se perdem facilmente. É claro que não é uma doença delas, das coisas, porque estou certa que as tenho, elas é que desaparecem.
Uma tarde destas, dei-me conta que a minha voz tinha também desaparecido. Quando falo com os meus netos ou com os filhos, eles não me respondem. Todos falam sem me olhar, como se eu não estivesse ali, ouvindo, atenta, o que dizem. Às vezes, intervenho na conversação, certa de o que vou dizer não lhes ocorrera e que poderá ser-lhes útil. Porém não me ouvem, não me olham, não me respondem. Então cheia de tristeza retiro-me para o meu quarto e vou beber uma chávena de chá. Faço assim, de propósito, para que percebam que estou aborrecida, para que compreendam que me entristecem, venham buscar-me e me peçam perdão. Porém, ninguém vem …. Quando o meu genro ficou doente, pensei ter uma oportunidade de ser-lhe útil e levei-lhe um chá especial que eu mesma preparei. Coloquei-o na mesinha e sentei-me à espera que ele o tomasse. Só que ele estava a ver a televisão e nem um só movimento me indicou que ele dera conta da minha presença a seu lado. O chá, pouco a pouco, arrefeceu, e com ele também o meu coração.
Então, um dia destes disse-lhes que quando eu morresse, todos iriam arrepender-se. O meu neto mais pequeno, disse: “Ainda está viva avó?” Acharam todos muita graça, que nem paravam de rir. Chorei três dias no meu quarto, até que uma manhã, entrou um dos rapazes para ir buscar um «skate». Nem os bons dias me deram! Foi então que me convenci que sou INVISÍVEL.
Uma vez parei no meio da sala para ver, se tornando-me um estorvo, reparavam em mim. Porém, a minha filha continuou a varrer à minha volta, sem me tocar enquanto os meninos corriam de um lado para o outro, sem tropeçar em mim. Um dia os meninos, agitados, vieram dizer-me que no dia seguinte iríamos todos passar um dia no campo. Fiquei muito contente. Há tanto tempo que não saía, e mais ainda, não ia ao campo! Nesse Sábado, fui a primeira a levantar-me. Quis arrumar as minhas coisas com calma. Nós, os velhos, demoramos muito a fazer qualquer coisa, e assim, adiantei o meu tempo para não nos atrasarmos. Muito apressados, todos entravam e saíam de casa a correr e levavam as bolsas e os brinquedos para o carro. Eu estava pronta, e muito alegre, permaneci no meu cubículo à espera deles. Quando dei conta, eles já tinham partido e o automóvel arrancou envolto em algazarra. Compreendi então, que não tinha sido convidada. Talvez não coubesse no carro…. Ou se calhar porque os meus passos lentos impediriam que todos caminhassem a seu gosto pelo bosque. Naquela hora, o meu coração encolheu e a minha cara tremeu como quando a gente tem de engolir a vontade de chorar. Eu percebo-os. Eles têm o mundo deles. Riem, gritam, sonham, choram, abraçam-se, beijam-se. E eu, já nem sei qual o gosto de um beijo. Dantes beijava os pequenitos e era um prazer enorme tê-los nos meus braços, como se fossem meus. Sentia a sua pele macia e a sua respiração doce, bem perto de mim. A sua vida nova, dava-me alento e até me dava vontade de cantar canções de que nunca pensara lembrar-me ainda. Mas um dia, a minha neta Joana que acabara de ser mãe disse-me que não era bom que os anciãos beijassem os bebés. Por uma questão de saúde. Desde então que não me aproximo deles. Não quero transmitir-lhes nada de mau, devido à minha imprudência. Tenho tanto medo de os contagiar! Eu perdoo-os a todos. PORQUE …. QUE CULPA TÊM ELES, QUE EU ME TENHA TORNADO INVISÍVEL?
Um certo e velho líder do nacionalismo, caiu com estrondo quando já estava na reforma. Uma fortuna escondida em offshores, mal justificada com “questões” de família; está na origem de um escândalo que lhe retirou o título de “cidadão honorável” e nos mostra que a verdade pode demorar, mas sempre chega.
Por cá ou por lá as leis inaplicáveis, a falta de meios da justiça, por vezes de competência judicial, mas sobretudo, o pacto de silêncio e a proteção inter pares que reina nos bastidores do poder, e se tem visto em vários casos conhecidos publicamente, criaram este pântano em que vivemos. Temos um poder “picado” por este “síndrome do velho político”, que gere a respeitabilidade pública com a ajuda de um exército de papagaios mediáticos e esconde os pecados no véu protetor da família e da alegada privacidade. Se a justiça reinante não rompe agora com esta cortina de ferro, nunca mais sairá do estatuto de máquina compressora dos mais desfavorecidos. Se as pessoas decentes que ainda há nos partidos, não entenderem de vez, que se torna imperioso criminalizar o enriquecimento ilícito e aumentar as penas dos delitos económicos, então só a “legalidade revolucionária” de um qualquer partido esquerdista prevalecerá. Se é isso que querem aproveitem agora que o terreno está fértil….
No fundo, no fundo, bem lá no fundo, este” Entardecer é um Lobo Solitário.” Os blogues, tal como as pessoas ou as multidões, conhecem e sabem que tudo tem um fim!
Quando um lobo solitário sabe que o seu tempo está a terminar e que já não é útil (ou será pouco) à sua alcateia, muitas vezes, escolhe afastar-se. Morre assim afastado da sua família, do seu grupo, mantendo até ao fim todo o orgulho que lhe é próprio e mantendo-se fiel à sua natureza. Disse-o quem viveu e passou a vida inteira a estudar lobos. Quem chegou, inclusivamente, a viver com lobos durante longos períodos. Em muitos sentidos, esse alguém compreende melhor as dinâmicas da alcateia do que as da sua própria família. A sua própria mulher, desistiu finalmente da solidão em que viviam e deixou-o. O seu filho, de vinte e quatro anos, fugiu há seis, deixando para trás uma relação destroçada com o pai. Certo dia recebeu, então, um telefonema alarmante: Seu pai tinha ficado gravemente ferido num acidente de automóvel com Cara, a sua irmã mais nova. De repente, tudo mudou: Edward teve de regressar a casa e enfrentar o pai que deixou aos dezoito anos. Ele e a sua irmã tinham de decidir junto o destino do pai.
Não há respostas fáceis, e as perguntas são muitas: que segredos esconderam estes irmãos um do outro? Haverá razões ocultas para deixarem o pai morrer… ou viver? Qual seria a vontade do próprio pai? Como podem os filhos tomar uma decisão destas num contexto de culpa, sofrimento, ou ambos? E, sobretudo, terão esquecido aquilo que todo e qualquer lobo sabe e nunca esquece: cada membro da alcateia precisa dos outros, e às vezes a sobrevivência implica sacrifício. Lobo Solitário descreve de forma brilhante a dinâmica familiar: o amor, a protecção, a força que podem dar, mas também o preço a pagar por ela.
Nenhum Homem é uma ilha, dado que os homens não nascem solitários. Mas o destino e as circunstâncias da vida, por vezes, os levam a ser solitários e a morar só.
Os seres humanos têm uma forma bastante peculiar de ver a vida. A maioria de nós imagina a vida como uma linha reta, que vai do nascimento até a morte. O momento actual é apenas um ponto que se vai deslocando, cada vez mais longe do nascimento, cada vez mais próximo da morte.
No livro O Poder do Agora, o autor Eckhart Tolle argumenta que essa é uma maneira extremamente equivocada de ver a vida. E que esse é um dos grandes motivos para o sofrimento.
A ideia defendida por Tolle – que encontra ressonância em muitas filosofias orientais antigas, como o budismo – é que a vida é somente o ponto. Não existe a linha reta.
Você pode ter um ataque cardíaco agora e cair morto antes mesmo de terminar de ler este post. Embora conscientemente saibamos disso, não é assim que agimos. Agimos quase sempre como se estivéssemos caminhando na imaginária linha reta.
Eckhart Tolle defende que absolutamente nada existe fora do momento presente. Nem nós mesmos existimos. O passado é apenas uma série de lembranças e o futuro apenas uma série de expectativas.