Neste trabalho de procurar saber para compreender, de modo a sacudir algum mau estar pelo incomodo das contradições em catadupa num mundo intoxicado de informação dúbia, mais não existe que uma grande abertura da minha parte.
Vamos, pois, continuar sempre sem nos afastarmos dos factos concretos e reais, para me convencer e aos leitores, de que este trabalho se limita a puras constatações.
Sei perfeitamente que grande parte do nosso povo, toma posições políticas não por ódio, mas por recalcamentos e animosidade. A vida para muitos não tem sido nada fácil e, os constantes sacrifícios provocam neles revoltas interiores.
Depois a “ Demagogia Política “, nomeadamente dos homens de esquerda, viram-nos contra o poder, os empresários e todo aquele que zela pela ordem e o respeito. No fundo contra quem manda.
Convencem as pessoas mais simples de que são eles (os da direita) os causadores do sofrimento alheio, porque não defendem os pobres. É isto que lhes é incutido.
As ideologias são, em meu entender, o que de mais fascinante podemos abraçar na nossa vida. Contudo são também uma arma que nas mãos de gente oportunista e demagoga, de pouca formação moral, se torna extremamente perigosa.
Na chamada “Ditadura” , também havia eleições , porém os candidatos quase não tinham adversários e os actos eleitorais eram autênticas farsas. Hoje, no chamado regime “Democrático” as eleições são limpas, só que o jogo sujo é feito como anteriormente.
O “Sistema” e os “Aparelhos dos Partidos”, põem os eleitores a votarem em candidatos escolhidos a dedo. Não pelo seu mérito, mas pelo grau de comprometimento com os interesses que de facto os nomeiam.
Vale a pena ainda e mais uma vez citar Rui Rio no seu livro “A Política in situ”:
“ Não será verdade que quanto mais fraco o poder for, menos concorrido é e, por isso, não nos podemos espantar da crescente abundância de mediocridade.
É por tudo isto que à pergunta “ o 25 de Abril ainda existe”, respondo que existe cada vez menos. Porque à pergunta “que controlo democrático tem hoje o cidadão sobre os reais poderes da nossa sociedade? “, respondo também desapontadamente, que tem cada vez menos controlo.
No dia de hoje, seria politicamente correcto dar vivas ao regime. Entendi não o fazer, porque julgo que sirvo melhor o 25 de Abril se fizer o contrário: se, em nome da democracia, apontar o caminho errado que tudo isto está a seguir.”
As palavras do actual presidente da Câmara do Porto, são pela sua comprovada honestidade, um alerta de pessoa experimentada e amiga. Infelizmente fazem-nas passar despercebidas!
“ A nossa sociedade está a atravessar uma perigosa crise de valores. Uma crise que todos sentimos nas mais pequenas coisas, quando, no dia-a-dia, constatamos que temos de conviver com uma permanente inversão de prioridades.
Hoje, já começa a ser difícil encontrar quem perceba que o interesse colectivo se tem sempre que sobrepor ao interesse individual. De forma perigosíssima, a sociedade aceita demasiadas vezes e de forma complacente que os interesses individuais ou de grupo ditem políticas que agridem o colectivo. Infelizmente, são muitos esses exemplos.”
A política in situ
RUI RIO Já se falou de temas como o “ Sistema “ , “ lobbies” , “ Suspeitas “ , vamos , pois , continuar a abordagem de outros chavões como “ Democracia” , “Poder” , “ Aparelho “ etc. Achamos contudo conveniente lançar para reflexão mais notícias proferidas por pessoas bastante credenciadas no panorama político do nosso país e que fazem parte da nossa democracia. Vamos continuar com esta notícia da maior referência socialista.
“Mário Soares arrasa Guterres”
“ As grandes coisas que poderiam ter sido feitas não se vêem onde é que elas estão. Em que é que progrediram os direitos das pessoas em concreto? Como é que melhorou o estado de vida daqueles que são os mais sacrificados? E a repartição da riqueza?
Realmente nisso não se avançou muito. Se não se avançou, em que é que é um governo à esquerda? É uma pergunta que se pode pôr, (.). É uma resposta difícil, não a sei dar. Mas sei que é uma pergunta que deve fazer reflectir as pessoas de esquerda e eu sou uma delas. Sou uma pessoa que reflecte sobre essas matérias. Se a esquerda, no governo, faz o papel da direita, não vale a pena votar na esquerda”
Acabámos de ouvir Mário Soares em discurso directo, na Antena 1. Esta notícia vem pôr-nos em cima da mesa mais dois chavões; a ESQUERDA e a DIREITA. Alguém saberá nos dias de hoje, explicar a alguém, que diferença existe entre estas duas palavras?
Na sequência do que ficou dito sobre o “ Sistema “ e os “ lobbies” , só pode restar para o país um clima de permanente suspeição .
Por exemplo a grande maioria dos portugueses acredita firmemente que a morte de Sá Carneiro, Adelino Amaro da Costa e seus acompanhantes, não foi ocasional, mas sim provocada por um acto de sabotagem. Já lá vão mais de vinte anos e a dúvida permanece, e com ela aumenta a falta de credibilidade nos altos responsáveis e nas próprias instituições.
Alguém, talvez «lobbies», soube reter o andamento, há longos anos, deste caso que emocionou o país inteiro, tendo já provocado o encerramento do mesmo, como inconclusivo e prescrito.
Com o lançamento do livro “ O CRIME DE CAMARATE “ de Ricardo Sá Fernandes, em simultâneo, aparece outra grande notícia:
“ POLÍTICOS QUEREM JULGAR CAMARATE “
“Um abaixo-assinado pede a reabertura do inquérito ao desastre. Entre os subscritores estão vários membros do actual Governo. Os políticos são os principais subscritores do abaixo-assinado sobre Camarate: actuais e antigos membros dos governos central e regional, presidentes de Câmaras Municipais e deputados dos vários partidos políticos, com excepção do PCP. Além de Durão Barroso, Paulo Portas e Celeste Cardona, figuram na lista de assinaturas os actuais ministros das Finanças, Manuela Ferreira Leite, da Segurança Social e do Trabalho, Bagão Felix e da Cultura Pedro Roseta. Também Alberto João Jardim, bem como o presidente da Assembleia da República, Almeida Santos, e o ex-primeiro - ministram Cavaco Silva. Entre os deputados, destacam-se os do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã e Luis Fazenda, e do partido Ecologista Os Verdes, Isabel Castro. Mas figuram também vários parlamentares socialistas, como Helena Roseta e João Cravinho. As restantes assinaturas são de advogados, militares, médicos, empresários, artistas, jornalistas e presidentes de grupos de comunicação social.
Todos querem “ manifestar que, em face de todos os factos e testemunhos que (.....) se tornaram conhecidos, relativamente ao desastre de Camarate, consideram ser imprescindível a reabertura do processo e a realização do julgamento (.... ) com vista ao mais completo apuramento da verdade . “