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O ENTARDECER

O ENTARDECER

UM E OUTRO CONTAM

 

Um e outro contam os motivos da sua partida para a França, o seu pai que insiste mais nas circunstâncias práticas da viagem e a sua mãe, que confessa as razões desta partida. Cada um, no entanto, comunica a angústia da partida. A ideia de Portugal é sinónima de dor. A mãe de Maria, paradoxalmente, afirma "detestar" Portugal, mas explica que odeia por certas circunstâncias que a obrigaram a deixar o país onde nascera. Ambos acabam por ser prisioneiros das vidas que construíram.

A grande emigração para França é algo relativamente recente, data do final dos anos 50 do século XX, quando cerca de 1,5 milhão de portugueses emigraram. Duas pequenas aldeias despovoadas, estão à venda, situações que ainda não são muito comuns em Portugal, mas que tendem a aumentar devido ao envelhecimento e abandono destas povoações rurais.

Fazendo o balanço de 40 anos de democracia, ficámos com dívidas para outros 40 anos, como o País com mais autoestradas por Km2 na Europa, recebemos milhares de emigrantes, mas temos um interior completamente desértico. Temos, por último, aldeias em ruínas e milhares de portugueses a emigrar!

Alguém terá de dar um grito de revolta e levar à recuperação das nossas aldeias. Escolhido o local mais favorável, com bons acessos e unidades de saúde próximas e se possível um rio bem despoluído, é lançar mãos à obra a caminho do erguer uma aldeia piloto, dos anos trinta. Bonita atrativa e com clima saudável e temperado.

Muita gente de bons recursos por todo o mundo não hesitariam no investimento da sua casinha para um inverno feito verão.

Pedralva era uma aldeia deserta, com quase todas as casas em ruínas. Mesmo assim Pedralva não perdeu o encanto natural que acabou por apaixonar um grupo de lisboetas. Após descobrirem um “outro Algarve”, já não havia volta a dar, e decidiram devolver a vida e a cultura à aldeia e aos seus habitantes. Mais do que um projeto, passou a ser uma missão. Hoje a aldeia de Pedralva, passou a ser o maior projeto de turismo de aldeia a nível nacional, procurado por portugueses e estrangeiros que aqui encontram a autenticidade e a tranquilidade há muito perdidas na cidade. 

LIVRAI-NOS SENHOR

UM MARIALVA

Um marialva é um homem que não tem medo de ninguém, gosta de touradas, fado, vinho e mulheres, muitas mulheres …. Em linguagem mundana e refinada é resumido em “putas e vinho verde”.

É ordinário, mulherengo, machista, corrécio, irresponsável. Um marialva é, normalmente, um putanheiro que faz tudo para tirar informações da vida particular/alheia de outros para ver se tem algo tenebroso na vida dele e espalhar, lisboeta, sem classe, sem ética, sem espinha, chico-esperto, e o mais que se possa achar.

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