A nossa gestação é um evento complexo, onde ocorrem diversas mudanças na vida da mulher. Trata-se de uma experiência repleta de sentimentos intensos, variados e ambivalentes que podem dar vazão a conteúdos inconscientes da mãe. A relação da mãe com o seu filho já começa na gestação e será a base da relação mãe-bebe, a qual se estabelecerá depois do nascimento e ao longo do desenvolvimento da criança.
Assim, não existe relação anatómica ou funcional entre o cordão umbilical do bebe e o umbigo da mãe. Quanto à relação do ritmo cardíaco fetal com o materno, também aí deve levar-se em conta que, apesar de intimamente ligados, o feto e sua mãe têm corações próprios, com sistemas eléctricos e circulações independentes, não havendo aceleração ou redução da frequência cardíaca de um, devido a aceleração ou redução da frequência do outro.
Recentemente, pesquisadores da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, descobriram - por imagens ultrassonograficas - que um grupo de fetos acima de 28 semanas apresentou o que eles interpretaram como "comportamentos de choro": inspirações e expirações profundas, abertura de boca e tremor no queixo.
O que se refere, são pesquisas recentes e ainda não há nada comprovado, mas sim sugerido. Sugerindo-se, também, que talvez os bebés possam chorar, sim, no ventre materno pois afinal de contas, pequenos bebés que nascem prematuros possuem a capacidade de chorar logo após o nascimento e se assim o fazem, porque não o fariam já dentro da barriga de sua mãe, não é mesmo?
Quanto ao nosso ego e espírito, eles surgirão, antes ou depois do nascimento? Pouco importa, pois logo daremos por eles. O nosso ego, quando não tomado com cuidados, causa cegueira.
Uma vez cegas, as pessoas vão para onde forem levadas, sem reais questionamentos e análises.
Quando se diz que a política bateu no fundo, sobre ela, que mais se poderá dizer? As cumplicidades são numerosíssimas, as teias são espantosamente grandes, os interesses em jogo de uma complexidade impressionante, e fazer com que tudo isto corra sem grandes «broncas», é tarefa quase impossível. Mas vão-no fazendo!
Teremos de concluir deste modo, pois não se vislumbra um só sinal tranquilizador de que as coisas poderão estar a caminho de melhorias. Sem se perceber bem a origem do mal, o país afunda-se a pouco e pouco num atoleiro. Os sinais são inúmeros e vêm de toda a parte: do universo do futebol, do mundo da política, da relação dos portugueses com a televisão. E dela própria. A mediocridade banalizou-se, tornou-se normal. O mau gosto alastra. A honra das pessoas perdeu valor e qualidade. Ninguém pode saber, com toda a sinceridade, a maneira de mudar este estado de coisas. Não se sente que haja energia suficiente para inverter tal situação. Há uma espécie de entropia instituída, de conformismo e facilitismo, que puxa o país para baixo. Sempre para baixo!
Perderam-se as referências. Já não se identifica a mediocridade, o mau e o bom gosto misturam-se, confunde-se a esperteza com a falta de carácter, a ambição com o oportunismo. Portugal afunda-se num enorme lodaçal. A salvação já não é colectiva nem é individual, é fugir. Emigrar para retemperar forças. A mente ocupada esquece facilmente as agruras da vida, mesmo as mais penosas. Assim, o contacto com a realidade do país que temos torna-se mais difícil. A maioria das pessoas quereria ser optimistas, até para criar uma onda de alto astral. Mas não dá. Tudo piora quando se houve ou lê, alguém responsável afirmar: “bons resultados para a nossa economia, o PIB cresceu 0,1 %”!! Meu Deus, parece que vivemos num país de atrasados mentais ou que nos querem fazer passar por isso! Falar claro e honestamente, sem medo de dizer (mesmo a Hugo Chaves), que a economia está estagnada. Ou pior, estagnada no fio da navalha!
Vejamos o que pensam os portugueses dos nossos partidos políticos e da Assembleia da República. Os últimos resultados das sondagens de opinião pública (2001) mostram a sensibilidade que as pessoas têm e que anda perto da realidade, quando muito pecando por defeito; hoje este tipo de sondagem não aparece publicado e se aparecer ninguém acredita nela! A manipulação é prática corrente. Percebe-se pelas contradições. Até a nossa participação nos Jogos Olímpicos foi anunciada como um grande êxito! Como é possível?
“ OS PARTIDOS políticos e a Assembleia da República são as instituições em que os portugueses menos confiam, ainda menos do que nas seguradoras, revela um estudo sobre a imagem dos serviços públicos encomendado pelo governo. Dados que o Ministério (Alberto Martins) do governo socialista (2001) interpreta como preocupante do ponto de vista da qualidade da democracia. Entretanto as coisas só pioraram! E novos motivos de preocupação com a saúde do sistema político são encontrados quando se avalia o nível de identificação com os partidos: Para 53,7 % dos inquiridos não há nenhum partido político do qual cada um se sinta próximo. Nesta sondagem realizada pelo Centro de Sondagens da Católica ainda se conclui que as Forças Armadas, a comunicação social e a banca são, em contra partida, as instituições que mais merecem a confiança dos inquiridos “. Em ordem decrescente os resultados foram: Forças Armadas 2.36%, Comunicação Social 2.34%, Banca 2.17%, Ordens Profissionais 2.13%, Administração Publica 2.11%, Patronato 2.08%, Tribunais 1.98%, Sindicatos 1.95%, Grupos Económicos 1.89%, Seguradoras 1.88%, Assembleia da Republica 1.86%, Partidos Políticos 1.49%!
A credibilidade atingiu um nível tão baixo entre os portugueses, que alguma coisa tem que ser feita. Será que os mais altos responsáveis da nação não se apercebem disto?
A realidade é sobejamente conhecida, mas os responsáveis de todos os quadrantes, mais não têm feito do que, como em gíria se diz, “assobiar para o lado”.
Um regresso muito desejado a uma sociedade mais transparente, mais humana e com predomínio da dignidade pessoal, pode estar em perigo.