A CLONAGEM
Todos sabemos que a clonagem é a cópia, ou a duplicação, de células ou de embriões a partir de um ser já adulto.
A figura do LL, nome fictício, reproduziu-se nos últimos anos em milhares de seres completamente iguais, todos dedicados, de “alma e coração” ao “Sistema”. Eles também sabem que, “clones unidos jamais serão vencidos”
O que parece mais estranho é que toda esta reprodução de «clones» não se processou da forma conhecida, mas de outro processo que, ao que se julga saber, não vem nos compêndios.
Têm um processo de formação totalmente exógeno, ou seja, conduzido por fatores exteriores e secretos. São produto de condições criadas de forma muito hábil por algum Tino (nome fictício), mas não se sabe bem por quem, e que funcionam como o isco posto no anzol para apanhar os pobres peixes. Aqui, o segredo passa pela constituição de tal engodo. Bom, o isco e o engodo constituem no começo, não promessas feitas, mas insinuações e pequenas recompensas, que poderão ir aumentando de valor intrínseco, até fazer do clone um ser totalmente dependente.
A oferta desses produtos aos humanos, passa por um fenómeno parecido com o que acontece entre o macho e a fêmea, quando em fase de encantamento.
A promoção poderá representar, quando atrativa, o engodo. Contudo nada funcionará sem que através de um rubor na face e várias trocas de olhares, algo comprometedores, mas bastantes esclarecedores, seja entendida a vontade de namoro ou algo mais. Existe como sempre o perigo de adultério ou mesmo o aparecimento de desconfianças que podem colocar em perigo o segredo jurado pelas trocas de olhares meigos, coniventes e promíscuos.
É assim deste modo, que foram reproduzidos os milhares de clones deste país, ao serviço do famigerado “Sistema”. A partir desse momento os clones já não têm vida própria, nem eles, nem as mulheres, nem os filhotes que ainda muito jovens começam a comer na capoeira do Marquês!
Uma vez apanhado no anzol, o «clone» assim nascido, jamais abandona o meio ambiente que o fez nascer, antes pelo contrário, torna-se cada vez mais servil e as recompensas aparecem como ele sabe, de todas as formas e valores. Por exemplo ser Presidente de Junta mesmo que não se tenha nascido para tal! Quanto mais sobe a conta no banco, mais desce o seu caráter, chegando ao ponto de difamarem da forma mais vergonhosa pessoas acima de qualquer suspeita. Habituados a roubar, passam a julgar os outros humanos com o mesmo defeito.
Há medida que o tempo passa, tais «clones» vão ficando totalmente dependentes do “Sistema” e cada vez mais submissos e mesquinhos! A sua semelhança com os toxicodependentes é total, até na incompetência e no baixo caráter.
Esta gente pouco ou nada tem a ver com o povo, embora andem no meio dele, guardando o segredo num bolso, que nunca abrem, nem está roto.
A partir daí, quanto mais eficientes forem na denúncia, na mentira e na falta de escrúpulos, mais sobem na vida.
Muitos vão longe. Onde nunca esperaram ir. Os seus familiares também.
As pessoas alheias ao “Sistema” interrogam-se;
Como é possível haver tanta sorte? Só eu não tenho nenhuma!
Longe ou perto não há «clone» que não sinta segurança na vida. Não pode é pensar. Se por acaso o fizer então que não o diga.
Remorsos também são proibidos. Dormir bem é muito necessário, pois, grande parte do trabalho é feito em horas extraordinárias!