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O ENTARDECER

O ENTARDECER

DEZ ANOS FATÍDICOS

PARA PORTUGAL

A entrada de Portugal na União Europeia foi a sua verdadeira revolução, mesmo assim, passámos do bom aluno da Europa para o mau aluno da Europa nos últimos dez anos.

Entrada em circulação das notas e moedas em euros - 31/12/2001

Economistas dizem que Portugal foi o mais prejudicado com a adesão à moeda única, mas culpam as autoridades pelas políticas erradas que foram seguidas desde 1999, ano em que nasceu o euro. Portugal foi a economia dos doze que mais perdeu com a adesão ao euro porque não soube acompanhar o processo de integração monetária com políticas adequadas, designadamente económica e orçamental. Nos anos que antecederam a entrada na zona euro, Portugal conseguiu afinar os indicadores para ser aceite no pelotão da frente. Os juros e a inflação caíram em flecha, mas a política orçamental não só não deu os sinais necessários ao travão da despesa privada como ainda agravou a situação. Com isto a procura cresceu mais rapidamente que a oferta e agravou seriamente a competitividade, A Comissão Europeia (CE) apontou os erros cometidos por Portugal depois de ter entrado para a Zona Euro, num artigo publicado a fim de alertar os novos Estados-membros que irão aderir à moeda única.

O relatório, elaborado pela Comissão Europeia, adverte os novos países que vão entrar na Zona Euro sobre os erros de condução de política verificados em Portugal que fizeram com que à fase da bonança se seguisse a recessão de 2002 e um período de baixas taxas de crescimento, perda de competitividade, défices excessivos, elevadas taxas de endividamento das famílias e da economia em geral.

António Reis Luz

 

 

OS QUE CHEGAM AO PODER

Há razões de sobra para se crer que os aspectos que consideramos mais detestáveis nos sistemas políticos são aqueles que permitem que sejam os menos capacitados, quem mais chega ao poder.

Totalitários resisistentes não são subprodutos acidentais, mas fenómenos que, cedo ou tarde, o totalitarismo produzirá. Assim, como o estadista democrata que se opõe a planear a vida económica não tardará a defrontar-se com o dilema de assumir poderes ditatoriais ou abandonar. No seu plano, também o ditador totalitário logo teria de escolher entre o fracasso e o desprezo à moral comum. É por essa razão que os homens sem escrupulos têm mais probabilidades de êxito numa sociedade que tende ao totalitarismo.

A questão que analisaremos é que atitudes morais serão geradas por uma organização coletivista da

Sociedade, e por quais ideias morais tal sociedade tenderá a ser dirigida? As ideias dependerão em parte das qualidades dos que conduzem os indivíduos ao sucesso num sistema totalitário e, em parte, das exigências do mecanismo totalitário.

Para a liderança do movimento as pessoas procuram um homem que goze de sólido apoio, de modo a

Inspirar confiança quanto à sua capacidade de realizar o que pretende. E aqui entra em cena o novo tipo de Partido, organizado em moldes militares.

Embora os partidos socialistas tivessem poder político suficiente para obter  os seus fins, desde que

resolvessem empregar a força, recusaram fazê-lo. Sem o saber, tinham assumido uma tarefa que só poderia ser executada por homens implacáveis, prontos a desprezar as barreiras da moral reinante.

Muitos reformadores sociais aprenderam, no passado, que o socialismo só pode ser posto em prática

por métodos que seriam condenados pela maioria dos socialistas.

Há três razões para que um grupo numeroso, forte e de idéias bastante homogêneas não tenda a ser

constituído pelos melhores, mas sim pelos piores elementos:

1 - Quanto mais elevada a educação e a inteligência dos indivíduos, tanto mais se diferenciam os seus gostos e opiniões, e menor é a possibilidade de concordarem sobre determinada hierarquia de valores. Portanto, se queremos lograr alto grau de uniformidade e semelhança de pontos de vista, teremos de descer às camadas em que os padrões morais e intelectuais são inferiores e prevalecem os instintos mais primitivos.

2 - As autoridades ou o ditador conseguirão o apoio dos dóceis e dos simplórios, que não têm fortes convicções próprias, mas estão prontos a aceitar um sistema de valores previamente elaborado, contanto que este lhes seja apregoado com estrépito e insistência (FALAR ALTO E GROSSO).

3 - Parece ser mais fácil aos homens concordarem sobre um programa negativo, ódio a um inimigo ou inveja aos que estão em melhor situação – do que sobre qualquer plano positivo.

Uma das contradições inerentes à filosofia coletivista é que, embora baseada na moral humanista aperfeiçoada pelo individualismo, só se mostra praticável no interior de um grupo relativamente pequeno.

Enquanto permanece teórico, o socialismo é internacionalista; mas ao ser posto em prática, na Alemanha ou na Rússia, torna-se violentamente nacionalista. No coletivismo não há lugar para o amplo humanitarismo do liberal, mas apenas para o estreito particularismo do totalitário.

Se a “comunidade” ou o Estado têm prioridade sobre os indivíduos, se possuem objetivos próprios

superiores aos destes e deles independentes, só os indivíduos que trabalham para tais objetivos podem ser considerados membros da comunidade. Como conseqüência, uma pessoa só é respeitada na qualidade de membro do grupo, se coopera para os objetivos comuns reconhecidos, e toda a sua dignidade deriva dessa cooperação, e não da sua condição de ser humano.

Enquanto para os grandes filósofos sociais individualistas do século XIX e mesmo para socialistas

contemporâneos como Bertrand Russel, que herdaram a tradição liberal , o poder sempre se figurou o supremo mal, para o coletivista puro ele é um fim em si mesmo.

É erróneo afirmar que o grande poder exercido por uma comissão de planeamento central não seria maior do que o poder exercido conjuntamente pelas diretorias das empresas privadas.

Numa sociedade baseada na concorrência, ninguém exerce uma fração sequer do poder que uma comissão planeadora socialista concentraria nas suas mãos.

Já vimos que a separação dos objetivos políticos e dos objetivos económicos representa uma garantia essencial da liberdade individual e como, em conseqüência, tal separação é atacada pelos coletivistas.

Devemos acrescentar agora que a “substituição do poder econômico pelo político” significa necessariamente a substituição de um poder sempre limitado por um outro ao qual ninguém pode escapar.

O sistema coletivista não deixa à consciência individual a liberdade de aplicar suas regras próprias,

nem mesmo conhece quaisquer regras gerais cuja prática seja exigida ou permitida ao indivíduo em todas as circunstâncias.

Como o direito formal, as regras da ética individualista são gerais e absolutas, por mais imprecisos que

possam parecer certos aspectos. Prescrevem ou proíbem um tipo geral de ação, sem levar em conta se num caso específico o objetivo último é bom ou mau. Na ética individualista, o princípio de que o fim justifica os meios é considerado a negação de toda a moral. Na ética coletivista, torna-se a regra suprema; não há, literalmente, nada que o coletivista coerente não deva estar pronto a fazer, desde que contribua para o “bem da comunidade”, porque o “bem da comunidade” é para ele o único critério que justifica a ação.

Seria, no entanto, injusto considerar as massas que sustentam um regime totalitário destituídas de

qualquer fervor moral, só porque prestam apoio irrestrito a um sistema que a nós se afigura a negação dos melhores valores morais. Para a sua grande maioria, é justamente o contrário que se verifica: a intensidade das emoções morais em que repousa um movimento como o nazista ou o comunista talvez só possa ser comparado à dos grandes movimentos religiosos da história. Uma vez admitido que o indivíduo é simples instrumento para servir aos fins da entidade superior – sociedade ou nação – manifesta-se necessariamente a maior parte dessas características dos regimes totalitários que nos enchem de horror. Onde existe uma finalidade comum e soberana, não há lugar para uma moral ou para normas gerais. Quando toda a sociedade é dominada por alguns fins específicos, é inevitável que, vez por outra, a crueldade se torne um dever. Para ser um auxiliar útil na administração de um estado totalitário, não basta que um indivíduo esteja pronto a aceitar justificações capciosas de atos abomináveis; deve estar preparado para violar efetivamente qualquer regra moral de que tenha conhecimento, se isso parecer necessário à realização do fim que lhe foi imposto.

CARTAS ANÓNIMAS

MAL ENDEREÇADAS

A associação cultural de muitas e grandes exposições, de um Grupo de Teatro com pergaminhos no concelho, que apoiava e dava lanche a idosos e muitas outras pessoas com deficiência, que se deslocava a dois lares semanalmente colocando gente triste e só, ocupada, essa associação já não existe! Deu lugar a qualquer coisa que os grupos disputam à vez, a qualquer coisa, onde não há lugar para a dedicação, carinho e amor ao próximo. Sobrou um lugar para a maledicência, para a “carta anónima”, para um colectivo despersonalizado, onde não cabe a liberdade individual! É pena, muita pena. O dinheiro, amealhado durante mais de dez anos, foi entregue ao presidente do Conselho Fiscal Fernando Marques, e pouco tempo depois tinha desaparecido todo. Antes, as contas eram apresentadas e aprovadas em Assembleia Geral de sócios, tudo com muita clareza, desaparecida rapidamente.

Vinha-se adivinhando isso, motivo pelo qual eu quis ser substituído. Apoiei com lealdade na qualidade de mandatário quem me traiu (Emília Moura) em razão de uma “estranha” obediência a Fernando Dias e Jeni Martins. É essa obediência cega que me custa a aceitar. Por idealismo, não foi certamente!

Talvez se encontre nisto tudo, isso sim, um fio condutor que começa e acaba em “cartas anónimas”. Hoje, sem recurso aos documentos (fotocópias dadas por associados amigos), não me poderia defender, seria arrastado na lama sem qualquer apoio. Pelo meu passado só quem fosse cego acreditaria nestes assaltantes de meia-tigela.

Este não é o mundo que eu preciso para respirar. Os processos apresentados, falam por si. A própria CMO confessou os dados errados publicados nas revistas camarárias. Que Deus lhes perdoe. Coitados!

 

Viver da Política.”

“Viver para a Política”

Ou “viver da Política.”

O que diferencia o verdadeiro político é a entrega, a dedicação, o trabalho sem dia nem horário, ao serviço da política. Ele vai às reuniões, vai às festas, aos casamentos e funerais. Está sempre viajando e atendendo todos que o procuram. É uma entrega total, feita com prazer e amor.
Na sua verdadeira conceção, quem vive “para” a política, deve transformá-la num mecanismo incondicional na busca de objetivos a favor da sociedade. Por outro lado, aquele que vive “da” política, é beneficiário dos seus próprios interesses económicos, ou seja, está sempre na condição de “político profissional”, até porque vê a política apenas como uma permanente fonte de renda.

Deve o homem político ser economicamente independente das atividades que a atividade política lhe possa proporcionar...”. Nesse sentido, o político exerceria a política de forma altruísta, já que não precisaria dela para obter vantagens.

Mas a política também é renovação, das pessoas e das coisas. A verdadeira política, tem de ser mudança na busca não da visão de um só homem, mas da visão do conjunto do dos cidadãos, melhor dizendo, da sociedade civil no seu todo. É por esta razão que o político não pode cristalizar na política, mas, desprender-se dela e reocupar o seu lugar na sociedade para, ocupando a sua profissão de sempre, promover, assim, o arejamento salutar à transparência da ética política. Isto funcionará como a sua indispensável reciclagem junto da população e das suas privações e anseios. Dando de caminho o lugar de político a outra pessoa, de momento, mais atualizado com o pulsar da sociedade.

Voltar para a profissão, em lugar de esperar outra nomeação política, também preserva as organizações partidárias, evitando, por exemplo, aquilo a que a democracia tende a criar, a figura de políticos profissionais fora do parlamento, ou sem mandato, que tomam as mãos da organização e tendem a administrar os partidos como empresários, buscando vantagens para seu agrupamento e para si.

Há uma expressão popular que diz: “não quer largar o osso”. Como a ambição do ser humano não tem limites, eles prosseguem na política porque assim podem ter sempre mais. Ter dinheiro, quintas, barcos, carros e apartamentos, ter poder, ter um Estado inteiro, ter, ter, ter... A política como profissão, no mau sentido da palavra, é uma constante no nosso País. Principalmente no Partido Socialista.

Na verdade, a concorrência é tamanha que o político que não tiver uma experiência profissional na hora de conquistar o voto do eleitor, fatalmente será mal sucedido. Mesmo conquistando outro mandato.

Seria de todo em todo desejável, que constasse de algum site oficial o currículo de todos aqueles que se passeiam pelos lugares de eleição ou nomeação política. Escrutináveis por tudo e por todos, envoltos em total transparência ou removidos para sempre da nobre função de ser político.

António Reis Luz

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