DIÁLOGO INACREDITÁVEL!
A CLASSE MÉDIA
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A CLASSE MÉDIA
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Iluminura é um tipo de pintura decorativa aplicada às letras capitulares dos códices de pergaminho medievais. O termo também se aplica, igualmente, ao conjunto de elementos decorativos e representações imagéticas executadas nos manuscritos produzidos principalmente nos conventos e abadias da Idade Média. A sua elaboração era um ofício difícil e bastante importante no contexto da Medieval. Portanto, um manuscrito iluminado seria, no sentido estrito, aquele que estava decorado com ouro (ou prata ).
A palavra 'iluminura' é frequentemente associada a miniatura, termo italiano derivado do latino miniare, que significa pintar com mínio, um pigmento de cor vermelha (podendo corresponder ao cinábrio, isto é, ao sulfato natural de mercúrio ou, segundo outras fontes, ao óxido de chumbo).
Os estudos sobre a iluminura em Portugal, até meados dos anos 80 do século XX, estava reduzido a uns quantos trabalhos que procuravam sinalizarem obras de excecional importância artística, mas sem qualquer carácter sistemático. Desde então tudo mudou, graças a uma conjugação de trabalhos sistemáticos em várias áreas. O avanço dos estudos sistemáticos da iluminura em Portugal, possibilitaram que no final dos anos 90 do século XX, fosse possível iniciar uma reflexão e sistematização das temáticas iconográficas.
Entretanto do petróleo como causa principal da próxima Guerra do Iraque, muitos vão falando. Na verdade os dados disponíveis são arrepiantes!
“ O Departamento de Energia dos EUA anunciou no início deste mês que em 2025 as importações de petróleo dos EUA serão responsáveis por 70% do total de abastecimento do país. Há dois anos, esta percentagem era de 55%.Toda a política energética de Bush baseia-se no aumento do consumo de petróleo. E onde estão 70% das reservas verificadas de petróleo do mundo? Claro, no Médio Oriente.
Índices de reservas em relação à produção anual de petróleo em diversos países, indicam que os EUA esgotam as suas reservas em 10 anos, tal como a Noruega. No Canadá o índice é menor 8:1; mas no Irão é de 53:1; Arábia Saudita 55:1; Emirados Árabes Unidos 75:1; Kuwait 116:1 ; Iraque 526:1.”
A crise energética mundial está a evidenciar a vulnerabilidade de todas as economias a este respeito: cerca de 50% dos nossos derivados de petróleo, nos quais se apoiam praticamente todos os transportes terrestres, marítimos, fluviais, aéreos e todo o aquecimento para fins industriais, dependem exclusivamente do petróleo que existe no Médio Oriente, a mais explosiva área do mundo.
Tudo aponta para uma necessidade imediata de se diversificar as fontes e a natureza dos combustíveis, de modo a garantir a nossa sobrevivência, o nosso desenvolvimento e a nossa tranquilidade.
Perante esta evidência não parece muito crível que as grandes forças que comandam a economia mundial, apostadas que estão até na globalização, não tenham este problema mais ou menos equacionado.
Naturalmente que com o fim à vista do petróleo, duas ou três dezenas de anos, o mundo ficaria totalmente paralisado, por via da paralisação da sua economia (global ou não).
Será de admitir que sendo muito importante o problema do esgotamento das reservas petrolíferas, ele deverá estar a ser equacionado, pelos gigantescos interesses mundiais.
A catástrofe pode repetir-se
Altos funcionários da administração Bush disseram à agência de notícias internacional Reuters ter recebido informações preocupantes sobre uma possível catástrofe ecológica no Iraque. Segundo estas fontes, os serviços dos EUA tiveram conhecimento de que foram colocados explosivos nos campos de petróleo de KirkuK. O porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, não quis confirmar a informação: “Não estou na posição de avaliar esse dado”, disse numa conferência de imprensa. Por seu lado, o subsecretário para o petróleo do Governo iraquiano, Suleiman Al Hadithi, negou que tivessem sido colocados quaisquer explosivos nos poços. Apesar destas posições, o Departamento de Defesa dos EUA está a levar os serviços a sério bem como dados de “”várias fontes” e emitiu um comunicado recente em que dizia: “O Iraque e o regime de Saddam Hussein têm ambos a capacidade e a intenção de danificar ou destruir os poços de petróleo do Iraque. Relatórios de confiança indicam que estas actividades estão a ser planeadas e, alguns casos, podem já ter começado”.
Desastre de proporções gigantescas
Se esta “ameaça” se concretizar, a catástrofe ecológica poderá ser ainda mais grave do que foi no Kuwait, porque o Iraque é 25 vezes maior e tem cerca de dois mil poços, contra os 750 incendiados por Saddam Hussein na Guerra do Golfo. Nessa altura, foram queimados entre seis e oito milhões de barris diários e o último fogo só se extinguiu depois de oito meses a arder. Além disso, o Iraque tem muito mais população e os efeitos de semelhante acto seriam gravíssimos para a sobrevivência no país.
“ Não deve ser a questão ambiental a definir se haverá, ou não guerra, mas sim aquele que será o impacto na população e na paz mundial. Mas precisamos ter muito cuidado. A vitória na guerra contra o Iraque pode muito bem ter um custo demasiado alto para a população e para o ambiente”, adverte Jonathan Lash, presidente do Instituto Mundial de Recursos, em declarações à BBC Online. O incêndio de poços polui o ar, destrói o solo, contamina as reservas de água, mata a flora e a fauna. As chuvas ácidas, que afectam o ambiente e a saúde das pessoas, são uma consequência inevitável do lançamento de milhões de toneladas de dióxido de carbono na atmosfera.
Uma funcionária das nações unidas refere-se a uma investigação feita pela America´s Watch, à qual teve acesso, sobre o tema das violações e raptos de mulheres cometidos em Bagdad desde que se instalou a anarquia, a 9 de Abril. Este é um tema tabu porque, para a moral tradicional, uma mulher violada é na sociedade iraquiana uma afronta que desonra toda a sua família e, em vez de compaixão e solidariedade, merece repúdio e ódio. A mulher já sabe que a sua vida terminou, que nunca contrairá matrimónio, e que na sua própria casa será objecto de exclusão e de escárnio. Para lavar a afronta, não é raro que o pai ou algum dos irmãos, a mate. A justiça foi sempre branda com estes «assassínios cometidos para lavar a honra» medievais, e os seus autores recebiam sentenças simbólicas, de testemunhos de meninas, jovens e mulheres sequestradas e violadas em Bagdad pelos foragidos e que, por razões óbvias, resistem a denunciar o crime de que foram vítimas. Não apenas porque agora não há policias e tribunais que funcionem, como também, porque, mesmo quando os houver, os trâmites e humilhações infinitas que tiveram de sofrer as heróicas mulheres que se atreveram a fazê-lo no passado, não tiveram qualquer resultado prático. Apenas as expuseram ao desdém e aos vexames da opinião pública e à hostilidade ainda maior da própria família. Por isso, segundo o relatório da America´s Watch, as meninas e mulheres violsadas tentam desesperadamente ocultar o que lhes aconteceu, envergonhadas e com remorsos, como se, com efeito, fossem elas as únicas culpadas da sua desgraça. Agora compreendo melhor porque, às portas da Universidade de Bagdad que visitei ontem, havia tsantas mães de família esperando as suas filhas para as levar para casa, como se fossem criancinhas de infantário. O Iraque que hoje podemos ver é um país reduzido a escombros e nada tem de semelhante com o outro Iraque dos anos setenta, quando era um dos países mais desenvolvidos da região e um dos maiores produtores de petróleo do mundo. Este é pois o legado que a governação de Saddam Hussein deixa ao seu país e ao seu povo, mas o pior ainda está para vir.
Afinal o que é isso? Há um abismo total entre o querer perceber ou não querer mesmo perceber, ou preferir não perceber, e as pessoas preferem não perceber, preferem não entender. Se cada um fizesse um esforço para se situar em relação a esta realidade…, mas não, não há sequer isso, fazem um esforço máximo para não participarem desta coisa. E esta coisa é precisamente uma nação ser um corpo alma ou sem ela. O esclarecimento é algo perfeitamente indispensável e julgo que de uma maneira geral é assim. Desde criança deveríamos ser despertos para o “sentimento da nacionalidade”. Para o sentimento da nossa integração num mundo que fala a mesma língua e que tal mundo é mesmo um mundo de irmãos. Sem esse sentir, a consciência nacional não funciona em pleno! Só o sentimento de irmandade, legítimo o sentimento de consciência nacional. Mas, antes da incursão nestes conceitos, temos de desejar construir uma civilização, num país em que a população seja civilizada, e nunca degradada moral e etnicamente. Ou seja:
«Se não existir lugar no vosso coração para aqueles que estão abaixo de vós, não haverá lugar para vós na casa que é de todos.»
Se o poder quiser tirar o país da estagnação e conduzi-lo a grandes passos para o desenvolvimento e progresso tem, em primeiro lugar, de criar nesse povo o sentimento de nação casa de todos e para todos. Tal, só o poderá conseguir pela cultura do povo frente à grandeza da nação e mais ainda face às suas sempre existentes fraquezas.
Mesmo num país, multimilenar como o nosso, não podemos ouvir, nos meios de comunicação o martelar constante de apelos e reivindicações de cariz corporativo. Elas, não passarão de uma afronta imprópria, aos mais desprotegidos.
Simplificando: «ouvir presidentes de sindicatos, bastonário dos enfermeiros, chefes dos guardas prisionais etc., etc. anunciarem a necessidade de aumentar os respetivos efetivos ou condições salariais/laborais sem assumirem a preocupação com na degradação nas reformas dos idosos, no elevado desemprego, na conjuntura económica fragilizada, com a morte contínua da nossa “sociedade civil”, por fim, sem a menor preocupação com as enormes fragilidades da nossa economia (potenciadora da criação de riqueza que pagará todas as necessidades do país e dos portugueses. Ainda, sem a noção de que sem dinheiro, as prioridades sempre serão para os portugueses, ou problemas nacionais em maior aflição. A defesa do mundo próprio de cada um ou do setor empresarial mais frágil, deverá sobrepor-se a tudo o mais.
A expressão viva da nação é a consciência dinâmica de todo o povo. É a prática coerente e inteligente de homens e mulheres. A construção coletiva de um destino supõe uma responsabilidade à altura da história. De outro modo, é a anarquia, a repressão, o aparecimento de partidos tribalizados, do federalismo, etc. O governo nacional, se quer ser nacional, deve governar pelo povo e para o povo, pelos deserdados e para os deserdados. Nenhum «leader», qualquer que seja o seu valor, pode substituir a vontade popular, e o governo nacional deve, devolver a dignidade a cada cidadão, povoar os cérebros, encher-lhe os olhos de coisas humanas, desenvolver um panorama verdadeiramente humano, habitado por homens conscientes e soberanos. Embutir-lhe a partilha das dificuldades, em conjunto com uma partilha de esperança que um dia chegará.
Unhas sujas e acredita no Pai Natal
Sou funcionário público: agora ganho menos 25% do que ganhava em 2011, dantes era um profissional considerado enquanto agora sinto vergonha de dizer que sou funcionário público, o governo transformou-me num dos profissionais mais mal remunerados do país e ainda por cima atirou toda a comunicação social contra mim, de alguém útil à sociedade passei a ser um inútil e um chulo do país. Sou pensionista: durante toda a vida descontei, nunca aceitei empregos com ordenados por fora e só pedi a reforma já tinha passado a data em que me podia reformar. Agora sou tratado como um inútil, um parasita do país, um fardo pesado para a geração mais nova a quem paguei as escolas, a modernização do país, as estradas e os hospitais. Agora consideram que não tenho qualquer direito à pensão e por isso cortam nela sempre que precisam de dinheiro para o BPN ou para financiar os colégios privados. Não é a política que faz o candidato virar ladrão, é o seu voto que faz o ladrão virar político!... |
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Foram precisos 35 anos para se voltar a falar de autoridade nas escolas. É uma discussão pela qual se têm batido uns poucos na esfera pública, professores como Nuno Crato, Fátima Bonifácio, Helena Matos, sociólogos como António Barreto, políticos como Paulo Portas, um ou outro psicólogo desalinhado, um ou outro colunista de jornal. Uma discussão que muitos professores travam entre si diariamente, sem cuidarem de saber se são de esquerda ou de direita, porque não desistiram da profissão e sofrem na pele os efeitos da sua própria desautorização, promovida por sucessivos governos, em nome de Pedo Ciências falhadas.
Até Maria de Lurdes Rodrigues, a ministra que parecia ter um rumo, mas que o perdeu a meio do mandato, deixou como herança um estatuto do aluno que é o oposto da imagem exigente e disciplinadora que projetava de si própria. Um estatuto que menoriza o professor e a sua autoridade, que burocratiza os procedimentos disciplinares, que premeia o absentismo na tentativa de recuperar os faltosos. Um diploma que se traduziu num retrocesso em relação a mudanças antes introduzidas pelo ministro David Justino no delirante estatuto Benavente, de 1998, o qual levou para a escola os piores defeitos da Justiça portuguesa, de tal modo a burocracia do processo e os mecanismos 'desculpabilizantes ' do prevaricador impediam a aplicação de sanções em tempo útil. Cada ação disciplinar transformou-se, como aqui se escreveu então, num calvário para o seu instrutor e para o docente ou funcionário que ousasse apresentar queixa de um estudante. David Justino deu um pequeno passo para o desmantelamento dessa 'justiça' escolar complacente, Maria de Lurdes Rodrigues deu um passo atrás. Veremos se Isabel Alçada tem a coragem de uma revolução, ou se, como é de temer, apenas ousará alguns remendos, mantendo o essencial dos vícios de que enferma a filosofia subjacente ao estatuto.
De um país que convive há 12 anos com uma lei aberrante, não se espera que reabilite em pouco tempo a escola pública que desacreditou em três décadas. Mas, agora que soou o alarme e é impossível disfarçar os danos, convinha que os partidos tomassem posição e compromissos, já que do PSD não se sabe o que pensa, o PS pensa uma coisa hoje e o seu contrário amanhã e a esquerda restante, ao invés do que sucede em muitas outras áreas da governação, aqui também tem o seu lastro de culpa, pois contribuiu para estabelecer as bases de modelo de escola pública que ainda temos. É também por isso que os sindicatos do sector se transformaram em 'forças de bloqueio' a qualquer propósito de mudança. Mais depressa convocam manifestações para manter o que está do que contribuem para mudar o que precisa de ser mudado.
Texto publicado na edição do Expresso de 2 de Abril
PARA REFLEÇÃO E … AÇÃO
A diferença entre os países ricos e os pobres não é a idade dos países;
Isto está demonstrado por países como a Índia ou o Egito, que têm mais de 5 000 anos e são pobres;
Por outro lado, o Canadá, a Austrália e a Nova Zelândia, que há 150 anos eram inexpressivos, hoje, são países desenvolvidos e ricos;
A diferença entre países ricos e países pobres, também não reside nos recursos naturais disponíveis;
O Japão, possui um território limitado, 80% montanhoso, inadequado para a agricultura e para a criação de gado, mas é a segunda economia mundial;
O Japão é uma imensa fábrica flutuante, que importa matéria-prima do mundo inteiro e exporta produtos manufaturados;
Outro exemplo é a Suíça, que não planta cacau, mas tem o melhor chocolate do mundo;
No seu pequeno território, cria animais, e cultiva o solo apenas quatro meses ao ano;
No entanto fabrica laticínios da melhor qualidade;
É um país pequeno que passa uma imagem de segurança, ordem e trabalho, pelo que se transformou no cofre-forte do mundo;
No relacionamento entre gestores dos países ricos e os seus homólogos dos países pobres, fica demonstrado que não há qualquer diferença intelectual;
A raça, ou a cor da pele, também não são importantes: os emigrantes rotulados de como preguiçosos nos seus países de origem, são a força produtiva dos países europeus ricos, onde está então a diferença? Está no nível de consciência do povo, no seu espírito. A evolução da consciência deve constituir o objetivo primordial do Estado, em todos os níveis do poder. Os bens e os serviços, são apenas meios ….
A educação (para a vida) e a cultura ao longo dos anos, deve plasmar consciências coletivas, estruturadas nos valores eternos da sociedade: moralidade, espiritualidade e ética.
Solução síntese: transformar a consciência do português. O processo deve começar na comunidade onde vive e convive o cidadão;
A comunidade quando está politicamente organizada em Associações de Moradores, Clube de Mães, Clube de Idosos, etc. Torna-se num micro estado.
As transformações desejadas pela Nação para Portugal, serão efetuadas nesses microestados, que são os átomos do organismo nacional – Confirma a Física Quântica.
Ao analisarmos a conduta das pessoas nos países ricos e desenvolvidos, constatamos a grande maioria segue o paradigma quântico, isto é, a prevalência do espirito sobre a matéria, ao adotarem os seguintes princípios de vida:
1 – A ética, como base;
2 – A integridade;
3 – A responsabilidade;
4 – O respeito às leis e aos regulamentos;
5 – O respeito pelos direitos dos outros cidadãos;
6 – O amor ao trabalho;
7 – O esforço pela poupança e pelo investimento;
8 – O desejo pela superação;
9 – A pontualidade;
Somos como somos porque vemos os erros e só encolhemos os ombros e dizemos: “ não interessa”! ….A preocupação de todos, deve ser com a sociedade, que é a causa, e não com a classe política, que é o triste efeito.
Só assim conseguiremos mudar o Portugal de hoje.
Vamos agir! Reflitamos sobre o que disse Martin Luther King: “O que é mais preocupante, não é o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, ou dos sem ética.
O que é mais preocupante, é o silêncio dos que são bons.
É claro, que existem vários tipos de “Poder”, cada qual no seu próprio domínio. Não é, contudo, desses “poderes” que se fala, mas sim, daquele que deve estar mais acima e conter um importante fator chamado autoridade, capacidade de decisão e execução a nível nacional. Sei que dissertar sobre o “Poder” é hoje extremamente difícil, pois ele cada vez mais se parece com o ar. Existe, está por todo o lado, mas ninguém sabe exatamente, onde.
De facto, qualquer Governo está de tal forma condicionado, de uma forma envolvente, que mais não consegue controlar do que parte reduzida desse mesmo “Poder”.
A parte, não controlada, ninguém saberá ao certo quem sobre ela terá domínio! Não será de estranhar que seja o mundo da economia ou das finanças.
“ Os Interesses em Portugal são mais fortes que o poder político “.
«JORGE SAMPAIO, em entrevista, alerta para a necessidade de reformas de fundo. Presidente da República há cinco anos, Jorge Sampaio diz, que «os interesses em Portugal são mais fortes» do que o «fraco» poder político. Por isso pede aos partidos que vão para além do «eleitoralismo permanente», de modo a avançar com reformas estruturais e evitar a criação de «problemas sérios a médio prazo».
Diário Económico 26 Dezembro 2000
No dia 28 de Maio de 1822, andavam sete rapazes a tomar banho no JAMOR. No meio da gritaria e da brincadeira, avistaram um melro e quiseram apanhá-lo. A ave, porém, fugiu-lhes e, entretanto, passou por eles um coelho que assustado correu a enfiar-se numa toca. Os miúdos alargaram a entrada da dita e enfiaram lá para dentro, em perseguição do coelho, uma cadela que pertencia ao tio de um deles, um conhecido caçador chamado Manuel Plácido, morador no próximo lugar de Linda - a - Pastora, a quem contaram o sucedido.
Nesta altura, tocou o sino para a missa e, à pressa, taparam com pedras a entrada, deixando fechados o coelho FUJÃO e a cadela perseguidora.
Assim que a missa terminou, voltaram à toca com uma luz. Um dos gaiatos, o mais pequeno, conseguiu entrar, e ao ver que se tratava de uma gruta, grande, chamou os outros. Uma vez entrados todos, viram no chão uma laje e quando conseguiram erguê-la, a muito custo, descobriram duas caveiras, ossos humanos, pedaços de loiça, entre os quais os de um pote, pedras lisas e roliças, certamente machados e PERCUTORES neolíticos, ou uma e outra coisa, indícios de depósito mortuário do culto dos mortos na Idade da Pedra polida.
Os rapazes apanharam o coelho que perseguiam e um deles, chamado Nicolau, levou-o para casa. Dias depois decidiu oferecê-lo a el-rei D. João VI, juntamente com uma das pedras lisas que encontrara.
Como tinham noticiado na povoação o achado das ossadas na gruta, a "casa", como lhe chamaram, o juiz de fora de Oeiras mandou pôr guardas à sua entrada, dia e noite. Muita gente acudiu a ver e foi nessa altura que alguém também encontrou, num cantinho escuro da gruta, uma imagem da Virgem, com um manto de seda muito velhinho, "cor de obreira desmaiada".
De quem seriam aquelas ossadas, foi a interrogação que a todos assaltou.
Há quanto tempo ali estariam?
A novidade corre depressa, mas as respostas para as dúvidas levantadas, ninguém as tinha. Está deste modo criado um clima de mistério e exaltação em torno do estranho achado!
É o próprio Pie Francisco da Silva Figueira que nos seus "Primeiros Trabalhos Literários", avança uma hipótese: " Quem seria que para ali fugira do bulício e enganos do mundo?"
Os restos mortais tudo parecem indicar tratar-se de alguém que à Virgem se teria dedicado com extrema devoção. Talvez algum monge ou algum penitente que ali viera acabar os seus dias em forma de expiação, purificando desse modo algum passado menos puro, com uma santa devoção.
Puseram então a imagem na Igreja de Carnaxide, mas, como a maior parte das imagens das lendas, também a senhora da Rocha é "fugitiva", isto é, quando posta num local que não é o da Aparição volta a casa: Assim, no dia 1 de Junho, deram por falta da estatueta e logo se suspeitou de roubo sacrílego. Avisada a Justiça, entretanto, tratou-se de devassar o crime.
Poucos dias depois, dois lavradores de Linda - a - Velha dirigiam-se com uns bois a Carnaxide, ao ferrador. Um dos animais, a certa altura do trajecto, encostou-se a uma oliveira e parou a descansar. Um deles, que tentava espicaçá-lo para tornar ao caminho, olhou para cima inadvertidamente e viu a imagem da Virgem desaparecida. Correram a chamar o juiz de Carnaxide, que, depois de confirmar no próprio local a veracidade da notícia, foi prevenir Quintino Franco, o juiz de fora de Oeiras.
Enquanto isto se passava, um dos lavradores pegou na Virgem, que estava num buraco da árvore, e beijou-a. Como não conseguiu voltar a pô-la no mesmo local, correu a comprar uma fita e alfinetes, com que a prendeu na árvore. Começava a juntar-se gente e uma mulher de nome ISADORA, pôs uma lanterna de azeite aos pés da santinha.
É então que o povo, em clima de grande agitação, começa a chamar àquela Imagem, de Nossa Senhora da Conceição da Rocha.
Quando o magistrado de Carnaxide regressou de Oeiras trazia ordem do juiz de fora para levar a imagem para a gruta onde fora primeiramente achada.
Formou-se então uma pequena procissão e a Senhora da Rocha foi metida no seu cantinho primitivo, onde ISADORA deixou acesa a lâmpada de azeite.
Todos os factos descritos aumentaram o entusiasmo popular e a romagem de fiéis, vindos não só das redondezas, como de lugares mais distantes., trazendo ofertas e donativos.