OBRAS PÚBLICAS
Acendem o rastilho entre Cavaco Silva e governo Sócrates
Publicado em 05 de Maio de 2010
Presidente da República recebe opositores das grandes obras. "É ao governo que compete governar", responde o ministro Vieira da Silva
1318220pg
1/1
O Presidente da República recebe segunda-feira o grupo de antigos ministros das Finanças contestatários, em que se incluem Medina Carreira, Bagão Félix e Manuela Ferreira Leite, entre outros. Todos com a mesma opinião, pelo adiamento das grandes obras, a começarmos pelo comboio de alta velocidade. Ontem o ministro das Obras Públicas, António Mendonça, respondia que os ex-ministros “tiveram o seu tempo”. Deste modo: “Quero salientar que se trata de ex-ministros, que tiveram o seu tempo e as suas responsabilidades próprias, o tempo presente e as responsabilidades pertencem, neste momento, ao governo e aos ministros.”
O TGV conseguiu reacender o rastilho do confronto entre governo e Presidência, com o PS ao fundo. Depois de Cavaco Silva pedir a reavaliação dos grandes investimentos públicos e de ser conhecido o encontro de segunda-feira com os ex-ministros das Finanças, Vieira da Silva, o ministro da Economia que faz parte do chamado núcleo duro do primeiro-ministro, afirmou ontem: “As opiniões são livres no nosso país e têm sido expressas de forma muito intensa por muitos economistas e responsáveis”, mas “é ao governo que cabe governar”.
Também o vice-presidente da bancada parlamentar do PS, Ricardo Rodrigues, dizia ontem à TSF que o Presidente da República “quer entrar nessa contenda” e não pode “dizer que, ao receber um grupo de pessoas muito respeitáveis, todas elas ex-ministros e que já anunciaram que são contra os investimentos públicos do governo, que isto não tem significado político”.